sábado, 30 de abril de 2011

"E nós pimba!" no SJB

Há símbolos, escolas, nomes, instituições, locais que fazem parte de cada um de nós.
Construíram quem somos.
E, no S. João de Brito, quando se constrói, constrói-se para sempre.
É um prazer, uma honra, um privilégio poder dizer que estudei ali.
Maior prazer, maior honra, maior privilégio é poder ali voltar, com os amigos da minha turma, cuja amizade permanece inquebrável, conviver com algumas figuras conhecidas por todos os que frequentaram aquela Casa (quem não conhece, por exemplo, o sr. Vinagre?) e com os professores.
Eu hoje vou voltar ao Colégio. E convido todos aqueles que quiserem e puderem a vir ao arraial "E nós Pimba!" que hoje se vai realizar, organizado para angariar fundos para o campo mais velho do Camtil, Campinácios e Gambozinos, que se vão juntar às Jornadas Mundiais da Juventude. A entrada custa 6 euros. Começa às 17h. Acaba por volta da 1h.
Apareçam!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A grande imagem do dia



Para alguns, é só um beijinho.
Mas, para milhões de britânicos, não é.
É um regresso à mais antiga das tradições.
É a promoção do mais antigo instituto.
É a defesa de uma História, de uma Identidade Nacional.
É o ponto de encontro entre o passado e o futuro.
É o casamento de um príncipe apaixonado por uma mulher do povo.
Se o amor é o melhor que há do mundo, este romântico conto de fadas com projecção mundial é dos melhores que temos para contar.
E foi hoje.
Um homem, uma mulher, um casamento, um futuro.
Um povo unido, uma multidão em festa. Lindo!
Viva a noiva! Viva o príncipe! E God save the Queen!
Que tenha, esta história de amor, todo o sucesso do mundo.

Uma imagem do dia

Patinagem no circo?




Outro grande treinador


Talvez seja o homem que tem, nesta hora, menos destaque, mas é altura de fazer alguma justiça.
Roberto ainda muito verde, Maxi muito exprimido, Jardel ainda muito ao nível do Olhanense, Luizão com idade avançada, Gaitan sempre muito cansado, Jara muito fraquinho, Carlos Martins muito esforçado, Cardozo sempre muito atabalhoado, Saviola muitas vezes apenas a marcar presença. Destaques? Talvez apenas Coentrão (que Jesus inventou como lateral esquerdo), pela velocidade e pela manha, e Javi Garcia pelo músculo e atitude que traz ao meio-campo.
As alternativas também não são nada de especial. Júlio César merece mais que este Belenenses, mas não é guarda-redes para o Benfica. Sidnei é muito brasileireco. Airton está tapado pelo Javi e pela sua própria falta de experiência. Kardec ainda não cumpriu o que prometeu. César Peixoto, agora mais vezes titular, nunca passou o nível do medíocre. Felipe Menezes e Luís Filipe só lá estão para receber ao fim do mês.
Este plantel do Benfica, sejamos francos, é muito superior ao do Braga. Mas não é assim tão melhor que o plantel do Sporting, que se resume a três ou quatro bons jogadores incorporados num grupo de jogadores inexperientes e com valia insuficiente para jogar num grande clube de Portugal. Este plantel do Benfica não se compara ao do FC Porto, que conta com um onze de dimensão mundial e com alternativas relativamente capazes.
Nesse sentido, independentemente do que aconteça na segunda-mão em Braga (e em Dublin), há uma coisa que os benfiquistas não podem esquecer. As conquistas do ano passado e a luta que o Benfica (já sem Di Maria, Ramires e David Luiz) deu ao FC Porto durante esta temporada deve-se apenas à forma milagrosa como Jorge Jesus transformou um conjunto de jogadores banais, de segundas linhas e de jogadores em fase descendente da carreira numa equipa digna da camisola que veste. Sim, porque, apesar da rivalidade, a camisola do Benfica pesa. Pesa muito. E foi Jorge Jesus (e só Jorge Jesus) que a conseguiu dignificar nos últimos dois anos.
Cometeu erros em Liverpool e no Dragão, aquando do 5-0. Mas, se o Benfica não ganhou este campeonato, se foi eliminado pelo FC Porto da Taça, se for eliminado pelo Braga de Domingos ou na final de Dublin, isso não se deve, não se pode dever, ao único homem que, nos últimos vinte anos, pôs a Benfica, de facto, a jogar bom futebol. Com resultados. E títulos.
Dever-se-á à superioridade evidente da equipa do FC Porto e à sabedoria, prudência e frieza de Domingos (outro grande treinador) na preparação e análise do jogo.
O que Jesus fez no Benfica foi um milagre. É um grande treinador!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O 5 e a nossa televisão


Só há, na televisão portuguesa, um programa que costumo ver sempre.
O humor e as entrevistas do 5 para a meia-noite, na RTP2, ocupavam um espaço que não estava, nem está, preenchido.
Às quintas e sextas-feiras, por não estar em casa, não via o programa. Mas o mesmo não acontecia nos outros dias úteis, em que, sobretudo às quartas-feiras, não gostava de ser incomodado entre a meia-noite e meia e a uma e meia para poder ver o Nilton.
O programa teve, agora, nova interrupção. Voltará, provavelmente, com um orçamento ainda mais baixo, no mesmo horário, mas com a mesma qualidade, tanto no que toca ao humor, como às entrevistas, já que os apresentadores e os convidados, assim como toda a equipa responsável pelo programa estar no ar, garantem que o 5 é um programa que merece ser visto.
Eu acredito que quase tudo o que é português é muito melhor do que aquilo que nós, portugueses, pensamos que é. A televisão portuguesa é boa, mas pode ser melhorada.
Numa altura de crise, verificamos que a televisão continua, há já mais de dois anos, a discutir as mesmas coisas. Diz-se o mesmo de maneiras diferentes, em horários diferentes, em canais diferentes e por pessoas que são quase sempre as mesmas.
Faz falta algo que rompa com esse "mais do mesmo".
Nesse sentido, temos a sorte de poder contar, na SIC, com a qualidade de Daniel Oliveira, que nos emociona a todos nas brilhantes entrevistas que faz.
Mas faz falta o humor, a independência, o corte com o comprometimento. Sentimos saudades dos Gato Fedorento e, apesar do pouco tempo de interrupção, já começo a sentir a falta do humor à noite e, assim, do 5 para a meia-noite.
A televisão portuguesa não deve continuar a importar programas de entretenimento, a que a generalidade dos portugueses tem acesso, na versão original, via televisão por cabo. Menos ainda o deve fazer com a qualidade de que o país dispõe na área da televisão.
Apostem, também na televisão, em novos valores. Prefiram, também nessa área, o que é (bem) feito pelos portugueses.
O 5 para a meia-noite que, como disse, era o único programa que seguia regularmente, é um dos grandes exemplos da qualidade que não deixa de fazer falta à televisão portuguesa.
Que regresse. Rápido. Porque, no 5, é tudo à grande.

Com o Barça ao colo, em Madrid.


Direito Internacional Privado e o trânsito na 2ª Circular impediram-me de ver a primeira parte da primeira mão de mais uma reedição do clássico universal entre Real Madrid e Barcelona nas meias-finais da Liga dos Campeões.
Eu, como português, torço pelos portugueses. E, quando joga o Real de Ronaldo, Mourinho, Pepe e Carvalho, torno-me num fervoroso madridista.
Ainda assim, e depois de passadas algumas horas, já com bastante frieza continuo a pensar o que, a quente, sentia ontem à noite: houve demasiada interferência do árbitro no resultado final.
Desde logo, o cartão amarelo a Sergio Ramos (que o impedia, desde logo, de jogar na segunda-mão) começou por demonstrar que o critério do senhor que a UEFA mandou para Madrid era duvidoso, favorecendo os catalães.
Minutos antes e minutos depois, faltas idênticas e idênticos protestos não mereceram igual sanção disciplinar.
Mais tarde, o duvidoso tomou a forma de escandaloso, quando Pepe, com clara intenção de jogar a bola, é expulso depois de uma pressão inacreditável e não sancionada de quase todos os jogadores do Barcelona.
Sentado no sofá de minha casa, compreenderia que fosse assinalada falta por jogo perigoso. Aceitaria o cartão amarelo mas, quando vi a cartolina encarnada, não tive dúvidas: a UEFA, como tem sido seu hábito, quis favorecer os protegidos da Catalunha, como já havia feito, há dois anos, numa meia-final jogada em Londres, onde, escandalosamente, ficaram quatro grandes penalidades por marcar contra o Barcelona.
É certo que, quando falamos do Barcelona, estamos sempre a referir-nos à melhor equipa do mundo, à que pratica o mais bonito futebol. Mas até à expulsão de Pepe, o jogo estava controlado pelas duas linhas defensivas madridistas. Um detalhe de Ronaldo, um truque de Di Maria, uma jogada feliz de Adebayor, um livre, um canto, um remate de longe. Isso poderia, no onze contra onze, decidir o jogo, uma vez mais, a favor da equipa de Mourinho, deixando a eliminatória aberta para a segunda-mão.
Mas a expulsão de Pepe, que não chega a tocar em Dani Alves, sentenciou a partida. Deixou menos um homem na segunda linha, desequilibrou um meio-campo inquebrável, abriu brechas, permitiu que o Barcelona pudesse marcar dois golos sem que o Real Madrid tivesse em campo aquele que tinha sido o seu melhor jogador nos quase duzentos e cinquenta minutos de Barcelona-Real Madrid que se tinham jogado nos últimos dias.
A UEFA, pela via possível, que era a do árbitro que nomeou, quis que o Barcelona afastasse o Real de Mourinho de nova final da Champions. Não protegeu os grandes artistas do Real, como Ronaldo, deixando no bolso cartões que deveriam ter saído. E beneficiou, uma vez mais, e uma vez mais de forma escandalosa, o FC Barcelona, impedindo o Real Madrid de poder jogar com todas as suas cartas.
Os adeptos de futebol não mereciam que uma eliminatória com o nível destes jogadores e treinadores tivesse sido decidida pelos homens do apito.

O que perdi, quando não estive cá


A canção do Lá lá lá.

De regresso a Portugal, a primeira interrogação

Tendo em conta o que tenho visto e ouvido, pergunto-me muitas vezes:
É para rir ou para chorar?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Portugal e a República Dominicana

O buffet que é servido no Hotel Meliá Caribe Tropical é feito em serviços Vista Alegre.
E o Sports Bar do Casino encheu para ver o Barcelona contra os galácticos de José Mourinho num clássico universal decidido graças à magia de um grande jogador, chamado Cristiano Ronaldo.
São pequenas coisas. Pormenores.
Mas, às vezes, é preciso irmos lá para fora, durante algum tempo, para sentirmos que, nos grande pormenores, continuamos a ser um dos grandes exemplos de Excelência. Em Portugal, na República Dominicana e por esse mundo fora.

domingo, 17 de abril de 2011

Do direito ao repouso e aos lazeres


Vou ali, já venho.
Daqui a uma semana e dois dias. Mais coisa menos coisa.
Aproveito para desejar, a todos, uma Boa Páscoa.
E, se for caso disso, boas férias e bom descanso.

Um clube diferente

A propósito do texto que escrevi esta semana, sobre a final da Taça Uefa, em 2005, que o Sporting perdeu, não poderia deixar de colocar aqui estas imagens.
Perdemos aquela final e foi um dos momentos mais tristes que vivi enquanto adepto do Sporting. Mas a união nas bancadas, o espírito guerreiro com se bateram os nossos jogadores, a solidariedade e a comunhão de sentimento na hora daquela que foi a mais frustrante de todas as derrotas, o modo como, no fim do jogo, adeptos em lágrimas aplaudiram de pé o sonho que os atletas nos tinham proporcionado até ali. Foi tudo isso que fez com que aquele momento permanecesse vivo na nossa memória como um misto de tristeza por termos perdido mas também de uma das mais bonitas comemorações do sportinguismo.
Noutros momentos, antes de depois daquela noite de Maio em 2005, já tínhamos dado semelhante demonstração.
Mas foi também ali, naquela derrota, que mostrámos ao mundo o porquê de sermos diferentes de todos os outros clubes do mundo.

sábado, 16 de abril de 2011

Outra crise. O projecto comum.


Quando se ousou pensar num projecto de construção de uma Europa forte, unida e sem barreiras, a conjuntura e os desafios que se colocavam aos europeus eram muito diferentes do que aqueles que caracterizam a actualidade. O problema é que as dúvidas mantêm-se as mesmas. Desde o início do processo de integração que vivemos em meios-termos. Mas são as crises que provocam as mudanças, são o motor da construção de um mundo novo e do progresso. A Europa tem definitivamente de decidir o que quer ser no futuro: se regressa à plena soberania dos Estados, dando maior peso às identidades nacionais, ou se cria uma Europa plena e forte, com uma só voz e um só comando, capaz de responder de imediato, curando os pequenos vírus que vão aparecendo e que, apesar da sua pequenez, estão a contaminar e a matar o projecto europeu.

Pessoalmente, creio que a crise do projecto europeu era expectável e, porventura, inevitável. É muito difícil mudar, em meio século, o que foi construído em alguns casos durante praticamente um milénio. E há muitos obstáculos dificilmente ultrapassáveis, já que não existe, nem pode existir, uma língua europeia ou uma cultura europeia. Na verdade, por assim ser, é difícil criar-se de raiz uma identidade europeia, que continua a não existir.

Não acredito, porém, que estejamos num período que ditará a falência do projecto.

Mais tarde ou mais cedo, os finlandeses, os alemães e os outros, se os vier a haver, vão-se aperceber que estão a conduzir os seus países e a União Europeia para um caminho muito perigoso, sendo responsáveis por ter iniciado uma afronta séria ao projecto comum e aos princípios que lhe são inerentes.

Se não concordam com esses princípios, pois então que o assumam económica e politicamente, saindo do Euro e da União. Bem sei que têm toda a razão nas críticas que fazem ao desempenho miserável dos agentes políticos internos em Portugal, mas estes "miseráveis" lideram gente honesta, trabalhadora, visionária que, não só em Portugal como também noutros países da União (incluindo a Alemanha) ajudam, com a força do seu trabalho, a economia europeia. E esta gente trabalhadora, honesta e visionária pode, se quiser, deixar de comprar produtos com determinada origem, arruinando economias por atitudes anti-europeístas.

O dramatismo do tempo que vivemos tem tirado o discernimento e a lucidez. Mas quando houver discernimento, quando houver lucidez, teremos de discutir, todos nós, os europeus, o que queremos do nosso futuro.

Pessoalmente, eu continuo a acreditar que, das dúvidas que persistem, irão nascer certezas. Continuo a acreditar no projecto europeu.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Estacionamento, custo e segurança


Há zonas que merecem a colocação de parquímetros, para permitir o estacionamento a turistas ou visitantes, sobretudo em zonas mais frequentadas das grandes cidades.
Há outras zonas, quase exclusivamente residenciais, onde menos se justifica a colocação desses parquímetros, dado que, tendo em conta que os moradores têm direito ao estacionamento, aqueles apenas se dirigem aos trabalhadores locais e às pessoas, poucas, que se dirigem a essas zonas como clientes dos estabelecimentos ali situados.
Parece-me evidente que esta brincadeira, de colocar parquímetros, de colocar pilaretes para que as pessoas não estacionem em cima dos passeios de forma a evitar o pagamento e de pagar salários a pessoas que andam à caça da multa sai muito mais cara do que se, nas zonas predominantemente residenciais longe do centro, o estacionamento fosse sempre gratuito.
Estas empresas municipais, com excepção de Lisboa e Porto, só existem para empregar máquinas de apoio partidário. Porque o prejuízo é inevitável.
É completamente incompreensível que, em Oeiras, existam parquímetros e estacionamento pago em zonas onde a maioria das pessoas que usa desse estacionamento são residentes. É incompreensível que, ao fim do dia, quando os residentes chegam a casa, não exista estacionamento suficiente para que possam estacionar o carro. E é ainda mais incompreensível que, por força da escassez de estacionamento, os residentes tenham de deixar o carro num descampado cheio de lama no Inverno e cheio de pó no verão, para evitar pagar o parque recentemente inaugurado que é pago por todos, incluindo os moradores. Até porque esse parque, por ser pago, está sempre vazio e os custos do mesmo, seja pela instalação e manutenção dos equipamentos seja pelos constantes trabalhos de melhoramento do seu belo espaço verde, são elevados, impossíveis de superar com maiores receitas, dado que, como disse, as pessoas optam por não estacionar naquele local.
Outro aspecto relacionado com este assunto tem a ver com a própria segurança dos residentes em locais onde, injustificadamente, o estacionamento é pago e reservado aos moradores.
Todos os moradores nessas zonas têm, no seu automóvel, um cartão autocolante no vidro da frente com um número. O número diz respeito a uma zona. E, assim, irá haver uma enorme facilidade em saber, para os diversos efeitos, onde mora o proprietário do automóvel, o que viola os direitos que os cidadãos têm relativos à sua privacidade e ao secretismo que deve merecer a morada de família.
Estes têm sido os custos de uma democracia travestida e será importante que o Estado, também na sua vertente de poder local, já que estamos em altura de fortíssimo aperto do cinto, percebesse que os custos não superam os proveitos, nem podem superar. E não pode continuar a causar incomodidades e insegurança aos cidadãos apenas para manter o emprego de uma determinada clientela partidária.

A Europa dos outros, vista por um leão


Os sportinguistas da minha geração viveram, na Europa, o seu momento mais alto em 2005, ano em que uma sensacional equipa do Sporting pôs a Europa em sentido, numa campanha histórica marcada pela reviravolta frente ao Newcastle e pela eliminatória de Alkmaar decidida no último minuto do prolongamento em que Ricardo subiu até à área contrária para ajudar Miguel Garcia a garantir a presença do Sporting na final da competição.
Com alguma dor, os sportinguistas da minha geração assistem à campanha das outras equipas portuguesas.
Com dor, porque parte dos jogadores que ajudam as equipas portuguesas a fazer sensação em 2011 foram parte integrante da equipa que levou o Sporting à final de 2005.
No Braga, Miguel Garcia, Custódio, Hugo Viana. No Porto, Moutinho e Varela. No Benfica, Carlos Martins.
Estes eram alguns dos jogadores portugueses que entusiasmavam a minha geração de sportinguistas. Eram aqueles que, para Rijkaard, praticavam o futebol "mais sexy" da Europa. E o Sporting deixou-os sair por meia dúzia de tostões.
O Sporting demorará o seu tempo para recuperar o trabalho que foi desfeito desde 2005. E só o poderá fazer se conseguir manter Rui Patrício, Daniel Carriço, André Santos no seu plantel, complementando a veia da formação com jogadores com o espírito de liderança do Nuno Reis, emprestado ao Cercle Brugge, e com a irreverência de atacantes que se espera estejam para sair da formação ou que possam regressar a casa depois de um ano de empréstimo, como o Wilson Eduardo, que, no Beira-Mar, já mostrou ter qualidade suficiente para ser alternativa aos titulares do Sporting.
Um grande Sporting da Europa tem ainda de ter jogadores com a raça do João Pereira e do Zapater e, bem treinado, pode até ser que Yannick Djaló seja o sal que falta a uma equipa que pratica um futebol insonso.
O resto terá que vir de fora e terá que ter, forçosamente, muita qualidade. O Sporting precisa de um lateral esquerdo rápido, que saiba defender e atacar. Precisa de ter um central com a categoria de Garay, que, segundo se diz, pode vir de Madrid. Precisa de ter um homem que pense o futebol no eixo do meio-campo. O resto é magia: extremos que inclinem o futebol para a frente, um avançado que marque muitos golos, que não pode nunca ser o brasileiro que é suplente do Hugo Almeida no Besiktas.
Espero que Duque, Freitas e o Presidente Godinho Lopes percebam que os sportinguistas, apesar de apoiarem e vibrarem com as campanhas europeias dos seus adversários internos, desejam que o Sporting volte rapidamente aos títulos e a repetir, agora com ainda mais sucesso, a campanha que José Peseiro e estes jogadores que vestem as cores de Porto, Benfica e Braga fizeram, no Sporting, em 2005.
Quanto à campanha destas três equipas, resta-me dizer que tem sido absolutamente sensacional. O Braga, depois de três vitórias num grupo difícil na Liga dos Campeões, mereceu eliminar o Liverpool e o Dinamo Kiev. O Benfica, com Jorge Jesus, é uma equipa capaz de ombrear com qualquer adversário. E este Porto, que, com duas goleadas a uma das melhores equipas do leste europeu, garantiu a presença nas meias-finais, depois do título de campeão nacional que foi, e é, mais do que merecido, faz-me ter confiança de que, em Maio, irão estar duas equipas portuguesas a disputar, em Dublin, a conquista da Liga Europa.
Têm todo o mérito. Parabéns pela campanha. E tragam a Taça para Portugal.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Nobre? Será mesmo possível?



A escolha de Fernando Nobre para encabeçar a lista de deputados por Lisboa e para se candidatar à Presidência da Assembleia da República (??!!) faz-me lembrar os tempos da primária em que a professora nos pedia para fazermos redacções para dizer as mesmas coisas que outros já tinham dito ou escrito, explicando por "palavras nossas".
Nessa altura, há já vários anos, eu pensava sempre: "se o que quero dizer já foi dito, por que razão hei-de dizer as mesmas coisas, utilizando sinónimos para tentar exprimir um pensamento que já foi transmitido, ainda por cima por gente mais experiente que eu?".
Quanto à questão Nobre, que tem suscitado várias nobres questões, não posso, por isso, desviar-me muito daquela que é a opinião dos meus companheiros de partido e dos concidadãos que, não sendo filiados neste, mantêm alguma coerência de pensamento e sensatez.
De facto, Nobre apoiou o Bloco de Esquerda em 2009.
De facto, Nobre apresentou-se como candidato a Presidente da República em 2010.
De facto, Nobre foi a essas eleições, apresentando-se com ideias de esquerda numa lógica contra os partidos, nomeadamente os que têm representação parlamentar. E fê-lo já neste ano de 2011.
Entretanto, fez duras críticas a Durão Barroso, que não apoia como Presidente da Comissão Europeia. Fez duras críticas a Cavaco Silva, apoiado pelo PSD. Fez duras críticas ao PSD, às ideias que o PSD defende, e ao Partido Popular Europeu onde se integra o PSD.
Neste contexto, que é prático, concreto, factual, convidar Nobre é mais absurdo do que convidar o Jel dos Homens da Luta, que nunca apoiou qualquer partido nem nunca fez afirmações públicas tão "complicadas" como aquelas que, recentemente, Nobre fez.
Mas mais criticável do que convidar Nobre para ser deputado é assumir que será candidato a Presidente da Assembleia da República (repito ??!!), já que é um homem sem prática nem experiência parlamentar e aquele que, com alguma notoriedade, pior tem dito sobre aquela Casa, sobre os deputados e partidos que nela tomam lugar.
Neste sentido, discordo de quem diz que, com esta questão, apenas se critica o homem que dizia que só um tiro na cabeça o afastaria de Belém. Também é criticável, e com justiça, a escolha que Passos Coelho fez. Criticável e preocupante quando se sabe que os últimos três líderes do PSD, esses sim definitivamente social-democratas, rejeitaram o convite da Direcção Nacional do Partido.

Desagradável.


O Ministro da Administração Interna tem reunido, pelo que se sabe, com responsáveis do Benfica.
Têm chegado ao seu conhecimento os vários factos ocorridos, sobretudo, ao longo dos últimos dois anos, em jogos entre Benfica e Porto sempre manchados por muito sangue e em viagens de responsáveis do clube do Norte ao Sul do país e de viagens do Benfica ao Norte.
Mas é inacreditável, completamente inacreditável, que se continue a permitir responsáveis destes dois clubes, que têm arruinado o desporto enquanto festa do povo, ou actos apoiados por fontes de divulgação da mensagens destes dois clubes onde se diz que se deseja a morte dos rivais.
Neste vídeo é isso que se diz: ao desejar que Pinto da Costa faça a festa do próximo título junto de Pôncio Monteiro e Pedroto, duas pessoas que, ainda por cima, a todos devem deixar saudades, a Benfica TV fez passar (ainda por cima não é a primeira vez) a ideia de que quer Pinto da Costa morto.
E tudo isto passa em claro.
E tudo isto tem consequências.
E depois não se queixem que não há gente nos estádios.
E que péssimo serviço têm prestado, todos estes responsáveis, ao futebol português...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Pelos vistos, já não é de agora!


"E assim se passa, defronte de um público enojado e indiferente, esta grande farsa que se chama a intriga constitucional. Os lustres estão acesos. Mas o espectador, o País nada tem de comum com o que se representa no palco; não se interessa pelos personagens e a todos acha impuros e nulos; não se interessa pelas cenas e a todas acha inúteis e imorais. Só às vezes, no meio do seu tédio, se lembra que para poder ver, teve que pagar no bilheteiro!" Eça de Queiroz

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Uma "curta"

Só para dizer que a exigência dos tempos políticos e financeiros que vivemos exigiriam outro tipo de políticos. Da esquerda anti-poder à direita que, com alguma demagogia, também não tem sido construtiva, passando pela irresponsabilidade dos partidos do centro e pelo próprio Presidente da República, não há ninguém que possa recusar a responsabilidade e atirar a batata quente para outros depois de serem anunciados os resultados das eleições legislativas do próximo dia 5 de Junho.
Em vez de nos perguntarmos quanto custa a sexta greve do Metro que foi convocada para esta manhã, a resposta que todos merecemos saber é a de quanto custou, ao país e aos portugueses, a irresponsabilidade do Presidente da República, a opção dos democratas-cristãos pelo caminho mais fácil, a falta de sentido de Estado dos partidos da extrema esquerda parlamentar, a incompetência, a falta de qualificação e de visão estratégica dos dois partidos do poder.
É que, tendo em conta a situação económica aliada ao pedido que Sócrates ontem fez pela hora de jantar, o país perdeu demasiado tempo. A brincadeira foi cara demais. E não há (ainda) nenhum sinal de que a brincadeira esteja para acabar no futuro próximo. Pelo contrário.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O ataque aos agricultores


No princípio desta semana, uma pessoa com importantes responsabilidades no Estado Português aconselhou os desempregados a dedicarem-se à agricultura.
Ora, esta afirmação, semelhante à que se utiliza nos fracassos - "se não és bom nisso, dedica-te à pesca!" - é rigorosamente anedótica.
Anedótica porque não houve Governo, nos últimos cinquenta (ou cento e cinquenta anos, como quiserem!), que tenha feito tanto contra os agricultores e contra a agricultura em Portugal.
Mais do que as burocracias injustificáveis que impôs, mais do que a falta de promoção do consumo do produto nacional, este Governo (e o anterior) estrangulou completamente o sector. Fê-lo porque não teve sensibilidade para as preocupações que sucessivamente foram sublinhadas por quem se dedica a esta actividade.
Tinham a obrigação, os socialistas, de fazer muito mais e muito melhor, nomeadamente no que toca à aplicação, distribuição e fiscalização dos fundos comunitários, onde houve manifestamente um desperdício, cujo exemplo flagrante respeita aos incentivos aos novos agricultores, grande parte deles distribuídos injustificadamente a quem, apercebendo-se da facilidade da regulamentação, e de um modo semelhante ao que aconteceu com o rendimento social de inserção, se aproveitou de milhares de euros que, aplicados de outra forma, poderiam ter sido muito úteis aos agricultores, que, neste momento, têm de pagar para trabalhar (veja-se, por exemplo, a situação dos produtores de leite).
Além das burocracias, da falta de promoção do produto português, do desperdício milionário de fundos comunitários, este Governo complementou uma política de destruição daquilo que restava da agricultura com um centralismo que fez com que se abandonassem as povoações agrícolas.
Na Chamusca, por exemplo, a polícia não tem autoridade para proteger os agricultores e os criadores de gado por manifesta falta de meios. Aliás, e para não ir mais longe, nesse local e no passado fim-de-semana, foi furtado um poldro castanho com três anos de idade de um criador e foram ocupadas umas terras com alguns hectares de outro criador, que precisava do terreno para pastagem e se vê, agora, impedido de o utilizar porque o terreno foi ocupado por umas ovelhas.
A polícia tem medo de agir, porque foi ameaçada de represálias.
A lei só tem servido para apertar. Porque quando o agricultor precisa da força da lei para proteger aquilo que é seu, a lei não se cumpre. E o agricultor está entregue a si próprio, restando-lhe apelar à Fé Divina para que possa ter Justiça.
Tudo isto para sublinhar o insólito da declaração a que me referi na primeira frase deste texto. Este Governo destruiu completamente a agricultura, e fê-lo de todas as maneiras possíveis.
Pelo sim, pelo não, o melhor, para os desempregados, é dedicarem-se a outro tipo de actividade e continuarem a enaltecer o esforço de quem é responsável por que tenhamos ainda, à mesa, os ovos, a carne, os legumes, a fruta, o leite, etc.!
Aproveito ainda para fazer um último apelo, ainda neste contexto.
Se gostam de Portugal, se querem manter empregos ou voltar a criar mais emprego na actividade agrícola, se querem recompensar os agricultores pelo esforço patriótico que têm feito ao longo de séculos, e se não podem, através do Poder Central, agir para os ajudar, façam "acção directa": prefiram o que é produzido nas nossas terras, por vossos compatriotas.
Consumam sempre o que é português.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Somos mesmo diferentes!


O que se passou antes, durante e depois deste Benfica - Porto merece ser condenado.
Agressões e cenas de vandalismo tornaram-se regra, assim como o apedrejamento de viaturas e pessoas.
Não há nada que desculpe estas cenas de violência e deve-nos admirar a todos o facto destes sucessivos crimes passarem impunes, sendo cometidos à margem e, pelos vistos, por cima da lei.
Espero que o facto de nós, Sporting, jogarmos contra os nossos rivais nunca nos faça vandalizar uma Casa do Benfica ou do Porto, ou agredir um cidadão que só é diferente de nós por causa do clube que apoia, ou atirar um berlinde que seja a uma viatura que transporte alguém que sirva profissionalmente as cores dos nossos rivais, ou impedir que adeptos adversários festejem as suas vitórias na liberdade que a lei lhes garante.
Nesse sentido, não chega fazer comunicados, apelos e visitas ao Ministro da Administração Interna quando, na hora da verdade, o próprio clube perde a máscara. Já não podendo mascarar-se nas suas claques ilegais, é absolutamente condenável que o Benfica, na hora em que poderia demonstrar a sua grandeza, assumindo uma derrota que, sejamos também justos, nenhum dos jogadores do Benfica merecia, apague a luz e ligue o sistema de rega.
No passado, o FC Porto foi campeão em Alvalade num dia muito difícil para o Sporting, depois de uma tragédia mortal no corredor da Superior Sul. Apesar da dor e das circunstâncias, nós, sportinguistas, respeitámos e saudámos o campeão, que o foi, também naquela altura, com mérito, depois de um jogo muito disputado resolvido de penalty pelo Domingos, a castigar uma falta do Iordanov.
Mais condenável do que isso foi o vandalismo utilizado por adeptos portistas em Casas do Benfica, em cenas de crime gratuito, em que as vítimas são aqueles que, iguais a nós, gostam muito, e de forma são, do seu clube.
Os acontecimentos de antes, durante e depois do Benfica - Porto explicam o mal que estes dois clubes têm feito ao futebol português, destruindo o futebol enquanto desporto e enquanto festa da amizade e das famílias. Mas são estes acontecimentos que nos fazem, a nós, sportinguistas, sentir que somos, de facto, muito, mas mesmo muito, diferentes.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Não, não é mentira!


O PS não percebeu a tempo que, com Sócrates, era impossível um acordo que garantisse a estabilidade política.
O PR não conseguiu fazer mais do que andar atrás dos acontecimentos.
O PSD não conseguiu evitar eleições, foi forçado a cair na armadilha e vai ser responsabilizado pela austeridade que se somará à que já sentimos.
Numa altura como esta, o PS, o PR e o PSD deram uma resposta muito clara lá para fora.
Até podemos, lá mais para a frente, conseguir chegar onde vocês querem que nós cheguemos.
Mas não sabemos o que fazer.
E, assim, está montado o circo.
Até ao verão, o país, em vez de se concentrar, unir e mobilizar para alcançar os objectivos, vai estar em campanha eleitoral.
Esta é a imagem que o país tem lá fora. Esta foi a imagem que o país deu.
E, mesmo que estejamos no dia das mentiras, há uma mentira que não podemos hoje dizer às pessoas.
Que vai haver esperança em Junho.
Que, de Junho em diante, tudo será melhor. Que tudo será diferente.
Que vão ter uma vida melhor a partir daí.
Ontem tinha falado em irresponsabilidade e incompetência.
Faltou uma palavra: a verdade. Que tem faltado.
Daí que dedique o texto deste dia, o das Mentiras, aos responsáveis pela actual conjuntura política nacional.
Aproveitem o circo. E divirtam-se.
Bom fim-de-semana!