sábado, 31 de outubro de 2009

Dia dos Bês e dos Cês

Bês - Benfica- Braga

Não acho que o Braga-Benfica de hoje seja um jogo daqueles que toda a gente quer que comece.
É apenas mais um jogo. Entre as duas equipas que jogam melhor futebol, mas que estão, as duas, em dois universos distintos.
O Benfica gastou dezenas de milhões de euros para ter uma equipa capaz de lutar pelo título. O Braga limitou-se a fazer melhorias num plantel que vem sendo construído há vários anos e que é muitíssimo equilibrado.
Por isso, o meu prognóstico é simples: acho que o Benfica vai ganhar. E que vai ganhar com clareza. Não se poderia exigir outra coisa de um clube que gasta o que o Benfica tem gasto.

Cês - Contas


Para um adepto irracional, as contas são apenas um problema, ao qual não se deve dar importância. O que interessa é que a nossa equipa ganhe. Seja com golos de mão ou em fora-de-jogo.
As contas do Sporting preocupam bastante quem dirige e quem é adepto do Sporting. Dessas já temos falado e ouvido falar vezes sem fim.
Mas as contas do Benfica não deixam de ser assustadoras. Com um prejuízo de cerca de 35 milhões de euros registado no ano passado, o Benfica, que não conta com as receitas da Liga dos Campeões, tem, nas finanças, um problema para o seu futuro. Que só com presenças e muitas vitórias na maior competição de equipas da Europa poderá compensar. Ou com a venda de jogadores.
Não acho que a situação seja, para já, alarmante, porque se o Benfica continuar a vencer, poderá encaixar centenas de milhões de euros em quatro ou cinco dos seus jogadores. Porque estão de facto a ser rentabilizados.
Daí não ser, neste momento, alarmante o facto de vermos que o passivo da SAD encarnada ser superior ao activo. Mas o Benfica tem de continuar a massacrar os adversários. De forma a ganhar o campeonato, chegar à Liga dos Campeões e fazer bons negócios com alguns dos seus principais jogadores. Porque se esta onda não se mantiver, o Benfica poderá estar, agora, a hipotecar o seu futuro.

O poder do oculto



A suspensão do Jornal de Sexta, da TVI, chegou ao Parlamento Europeu.

Mas os socialistas ajudaram a chumbar a emenda apresentada por dois deputados europeus do PSD.
Como acontece, ou aconteceu no passado, noutros países, os socialistas portugueses não querem que se saiba lá fora o que acontece cá dentro. Por uma razão de imagem.
Compreendo-os. De facto, a suspensão do Jornal de Sexta depois dos insultos que o Primeiro-Ministro português lhe fez, a juntar-se ao caso "Freeport", ao caso "Casa Pia", e a tantos outros casos que envolvem socialistas não iriam dar boa imagem do nosso país lá fora.
Imagem muito afectada com o caso Maddie que, directa ou indirectamente, manchou a imagem do País ou com outros casos, como o do Apito Dourado.
Ou seja, a face portuguesa, no parlamento europeu, é oculta. E tenta ocultar o que se passa por cá.
A menos que quem governa queira fazer reformas profundas, também na Justiça, tudo devemos fazer para salvaguardar a nossa imagem no exterior. Caso contrário, mais dia menos dia, ninguém vem para cá investir o seu dinheiro. Menos ainda quando a carga fiscal está apertadíssima, comparada com a dos nossos vizinhos espanhóis.
Como as políticas são de plástico e não se fazem as reformas que o país precisa, as consequências são as que estamos a ver: varre-se o lixo para baixo do tapete e esconde-se a podridão.
Dizia-me um amigo na quinta-feita: "qualquer dia já há ninguém que queira pegar nisto e levar isto para a frente".
Pois, talvez ele tivesse a sua razão. Porque não se fazem as reformas. E continuamos condicionados ao oculto: primeiro, falou-se de campanhas ocultas contra a pessoa do Primeiro-Ministro, agora fala-se do caso "Face Oculta" e os socialistas portugueses tentam preservar a nossa imagem no estrangeiro recorrendo ao poder do oculto. Que, neste caso, é o poder de ocultar a podridão que se passa por cá.

Vou estar do lado certo...


Amanhã vou estar do lado certo.
Sei que estão a ser marcadas manifestações de protesto contra o futebol do Sporting.
Sei também da "campanha" dos lenços brancos.
Se tudo correr conforme os meus planos, amanhã vou também mais cedo para Alvalade.
Vou beber um copo com um amigo, comprar um cachecol novo (que seja talismã), entrar no estádio e apoiar a equipa do princípio ao fim. Independentemente dos protestos, vou estar do lado certo: a apoiar a equipa do meu coração, para que possamos, em conjunto, dar a volta por cima.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Lisboa tem mais sentido...

...agora que já sabe esta boa notícia.

Há cada vez mais razões...


Há cada vez mais razões para se ouvir música portuguesa. Feita por portugueses. Cantada na nossa língua.
Para isso, temos que comprar os cd's, que ir aos concertos, que obrigar as rádios a passar a boa música que, por cá, se faz.
Porque o trabalho que tem sido feito por novos valores da música merece ser apoiado. Pelo menos deve ser conhecido. E reconhecido.
Depois de ter feito o convite a todos para também virem a um concerto a que fui ontem, do João Só e Abandonados (que contou com sala cheia no Santiago Alquimista), aqui fica mais uma sugestão. Mais uma canção. Do Mendes, mas que é cantada também pel' "Os Azeitonas".
Vale a pena ouvir música em português. Porque, como se tem vindo a demonstrar, a música portuguesa tem cada vez mais qualidade.

Afinal era só "mais ou menos" a sério...


"Oeiras a sério, Oeiras a sério"...era assim em todos os cartazes. Era isso que eu ouvia, todos os dias, nos vários carros de som que o PS punha por estas ruas.
Houve até uma vez que acordei às 10 horas da manhã de um sábado com essa música na rua. Até falei disso, logo no momento, no twitter.
Lembro-me perfeitamente da apresentação da candidatura e dos notáveis socialistas que lá estavam.
Lembro-me também do dia em que Sócrates cá veio para uma arruada. Foi naquele dia dos confrontos.
Há uma parte do hino da campanha do PS de Oeiras que recordo agora: "Oeiras a sério, Oeiras a sério, melhorar o que está bem, o Marcos é mesmo a sério, melhorar o que está bem ou então ser indiferente, acreditar que é melhor, quem quer ser mais exigente".
Depois de contados os votos, verificamos que era tudo farsa. As vindas se Sócrates, a quantidade de notáveis socialistas que por cá andaram. Até o hino e o slogan de campanha. Porque só foi "a sério" durante seis meses. Depois tudo voltou ao normal. Nem Marcos Perestrello, cabeça-de-lista à Câmara Municipal, nem Vieira da Silva, cabeça-de-lista à Assembleia Municipal ficaram nos lugares para os quais foram eleitos.
Afinal não era mesmo a sério. Era só mais ou menos.
E o PS demonstrou que, na verdade, não quer nada com Oeiras.
Percebemos, agora, que o se passou em Oeiras foi apenas mais um insulto à democracia. Quase tão grande como aquele que o PS fez em Sintra e no Porto. Sempre com a devida resposta dos cidadãos locais.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O sexto mandamento do Sporting

"6. Nunca em público amesquinhes os actos de quem represente o teu Clube, roupa suja lava-se em família e o teu dever é criar em toda a parte, pelas tuas palavras e pelos teus actos, um ambiente favorável ao Sporting, enaltecendo-o;"

(José Salazar Correia, 1924)

Se há textos eternos, os mandamentos do Sporting, escritos por José Salazar Correia em 1924, são um exemplo disso. Porque 85 anos depois de escritos ainda há quem se reveja naquelas palavras.
Em 1924 como em 2009, o que o sportinguista deve sempre fazer em primeiro lugar é, publicamente, enaltecer sempre, mas mesmo sempre, o nosso querido Sporting.

O que o bom momento do Benfica tem evidenciado


Com a magnífica entrada do Benfica, que vai somando goleadas, são muitas as realidades que se estão a revelar.

Por exemplo, os "No Name" renasceram das cinzas. O que, podendo ser positivo por aumentar o apoio ao Benfica, não deixa de ser preocupante. Pela simples razão de que o grupo continua a ser ilegal e, ano após ano, não deixa de praticar actos criminosos: esfaqueamentos, roubos, além de terem, e isso importa relembrar, assassinado um jovem adepto do Sporting, em plenas bancadas do Jamor, há mais de uma dezena de anos.
No ano passado, falava-se de apoios a este grupo ilegal. Duvidei. Mas o que é certo é que, nas bancadas da Luz, este grupo ilegal de adeptos tem cada vez mais importância.

Quanto a Jorge Jesus, independentemente do sucesso desportivo que só revela que é um dos melhores treinadores portugueses, tem vindo a tornar ainda mais evidente a sua falta de educação. Que o impede, claramente, de treinar clubes com outras metodologias e valores.

No Sporting, era o que faltava que o líder do balneário fosse um pacóvio.

De resto, sempre defendi, aqui, que Scolari deveria ter sido despedido quando agrediu um jogador adversário. E sempre fui seguidor e apoiante do trabalho de Scolari enquanto treinador.

Porque um treinador não é só um treinador. Exige-se ao treinador, muitas vezes, o que, em algumas situações, não se pode exigir a um jogador. O treinador é um gestor de homens e deve ser tido, por todos, como um exemplo a seguir.

No último jogo, Jorge Jesus voltou a revelar a sua falta de educação. Em gestos que merecem ser alvo de castigo. Porque Paulo Bento foi, também ele, castigado por um gesto que fez sobre a arbitragem na final da Taça da Liga.

(Já quase nem importa relembrar que, no jogo contra o Monsanto, Jesus se virou para um jogador do Benfica e insultou-o, a dizer que era "tapado"!)

Não podemos ter, todos os fins-de-semana, além de penalties inventados e de expulsões inexplicáveis, um treinador que é, claramente, desencaminhador para os nossos jovens.

É que a UEFA castigou exemplarmente o Drogba. Que tinha razão para protestar. Mas, fazendo-o, não estava a dar o exemplo. E o futebol, pelo mediatismo que lhe é inerente, tem de dar o exemplo.

A Liga, já o disse, castigou o Paulo Bento. Pela linguagem gestual na final da Taça da Liga. E o protesto do treinador do Sporting, naquele momento, era compreensível. Mas não dava o exemplo e, por isso, o treinador foi castigado.

Nas duas primeiras jornadas desta Liga, Paulo Bento esteve de castigo. Por criticar uma arbitragem. O castigo entende-se. Mas surgiu tardiamente. Com prejuízo para o início da época do Sporting.

Não ponho em causa as vitórias do Benfica. Porque não merecem, a maioria delas, contestação. Mas a Justiça deve ser igual para todos.

Assim sendo, não vejo outra maneira. O Benfica deve ser castigado se continuar a ser conivente com uma claque ilegal e criminosa. O Aimar deve ser castigado pelas simulações que faz. Porque o 2-1 contra o Nacional surgiu de um penalty inventado. Porque o 2-1 contra o Leiria surgiu de outro penalty inventando. E tem sido assim sistematicamente. Principalmente quando o Benfica mais precisa. E Jorge Jesus, claro está, deve ser castigado pelo gesto feito ao treinador do Nacional.

O desporto deve ser encarado com desportivismo. E o futebol deve ser exemplar.

Fala-se muito desta onda de euforia na Luz. E encobre-se esta realidade. Ao mesmo tempo que se cria, também sistematicamente, um clima hostil para aqueles que trabalham no Sporting.

Por exempo, na última jornada, ouvi muitos assobios dos adeptos do Vitória de Guimarães. Queixavam-se de um golo que, pensavam eles, teria sido marcado em fora-de-jogo. Mas foi limpo. Tão limpo como o golo que Caicedo fez na primeira parte e que foi anulado. E que, possivelmente, faria com que o Sporting ganhasse o jogo.

Não pode haver ninguém acima da lei. Os criminosos devem ser impedidos de entrarem nos estádios, como se faz lá fora. Os simuladores devem ser punidos, como se faz lá fora. E quem é malcriado e assume comportamentos anti-desportivos deve ser exemplarmente punido, também como se faz lá fora.

Eu tenho estado atendo. E continuo à espera dos castigos. Porque com tanto teatro, parolice e anti-desportivismo, continuarei a seguir outros campeonatos e continuarei a ver os melhores jogadores portugueses irem brilhar...lá para fora.

Como diria um professor que está lá no norte, não há ninguém que pense o futebol português.

E não, não vou repetir as palavras, também elas reprováveis, de Manuel Machado.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Vai valer a pena ir amanhã ao Santiago Alquimista!


Eu, pelo menos, vou lá estar. Às nove e meia da noite.
Vou ver e ouvir "João Só e Abandonados".
E convido toda a gente a aparecer lá amanhã. Vai valer a pena!

Também acontece...


Ninguém ficaria surpreendido se num jogo entre o Alcorcón, uma modesta equipa do terceiro escalão espanhol, e o Real Madrid, o resultado fosse de 3-0 ao intervalo. E que se chegasse aos 90 minutos com um 4-0.
A surpresa está no facto da vitória ter sido do Alcorcón. 4-0 a um Real Madrid, que, não obstante ter apresentado um onze com algumas segundas opções, viu Raúl, Benzema, Diarra, Albiol e Granero (que tem sido mais utilizado nos últimos jogos, dada a ausência de alguns jogadores) jogarem de início.
Esperemos que o Sporting que vai jogar à Costa da Caparica contra os Pescadores não entre em campo com o espírito que entraram os jogadores da equipa madrilena. Porque as surpresas também acontecem.
Já agora, há mais uma curiosidade que interessa: o Real sem Cristiano Ronaldo, levando em consideração os últimos quatro jogos para competições espanholas, perdeu em Sevilha, empatou com o Sporting de Gijón, ganhou ao Valladolid e foi goleado pelo Alcorcón. Para a Liga dos Campeões, também perdeu em casa contra um AC Milan muito longe da equipa que já teve noutros tempos.
Apesar de ter sido muito criticado e de demorar a demonstrar o seu melhor futebol, Cristiano Ronaldo, com os seus dribles, mas sobretudo com os seus golos, tem sido fundamental na equipa madrilena. E a prova disso está nos resultados desportivos.
De facto, parece que as bruxarias estão a ter efeito: Cristiano continua lesionado, o Real não vence e foi ontem humilhado. Eu não acredito em bruxas, mas como dizem do lado de lá da fronteira "que las hay las hay".

Qual liberdade de imprensa?


Há quem tenha ouvido esta notícia muito vagamente, quase tão vagamente como eu a ouvi.
Há quem tenha, até, esquecido esta notícia.
Talvez por isso, importa relembrar que Portugal caiu no ranking sobre a liberdade de imprensa. Está atrás da Jamaica, Gana e Trinidad e Tobago.
Para se ter uma noção, o que esse ranking diz é que Portugal, no que respeita à liberdade de imprensa, está ao nível da Costa Rica e do Mali.
Esse ranking é liderado conjuntamente pela Dinamarca, Suécia, Finlândia, Noruega e Irlanda. Nos dois últimos lugares estão a Coreia do Norte e a Eritreia.
Não vou dar a minha opinião sobre este assunto. Este artigo é só para reavivar algumas memórias mais esquecidas. É só para que se saiba.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Um dos problemas de Paulo Bento



Toda a gente sabe que o ataque do Benfica está entregue, a priori, a Cardozo e Saviola. São os dois principais avançados do Benfica desde que Jorge Jesus é treinador do clube.

Toda a gente sabe que o ataque do Porto é composto, a priori, por Falcao e Hulk. A juntar-se a eles, ou Varela ou Rodriguez ou Mariano.

No Sporting isso nunca aconteceu com Paulo Bento, excepto quando a única opção para acompanhar Liedson era Vukcevic.
No princípio, Alecsandro, Djaló e Bueno alternavam. Nenhum foi assumido como aposta definitiva.
Depois, a alternância era feita entre Purovic, Derlei, Djaló e Tiui.
Agora, ora joga Postiga, ora joga Yannick, ora joga Caicedo. E quando é preciso também entra o Saleiro.
Como é possível um avançado ter a confiança que o leve a marcar golos quando vai jogando, de vez em quando, numa lógica de rotatividade? Paulo Bento lança-os a pensar que “pode ser que dê”. Mas não dá. Não há nenhum avançado que se revele a jogar uma horita de vez em quando.

Mesmo não tendo os recursos que os outros têm, nem na tesouraria nem no banco de suplentes, parece-me evidente que o Sporting ganharia mais jogos se o seu treinador assumisse uma aposta definitiva num avançado. Caso contrário, o filme será sempre o mesmo: ao intervalo o Veloso passa para a lateral esquerda, na segunda parte entra o Pereirinha e...trocam-se os avançados.

Conclusões sobre o PSD Lisboa



É do conhecimento geral que o grande adversário do PSD é o Partido Socialista. Todavia, no passado mais recente, o PSD, em Lisboa, tem visto alguns dos seus militantes assumirem-se como seu grande obstáculo. É que, mesmo sendo social-democratas, têm feito o jogo dos nossos maiores adversários.

Isso tem acontecido no Distrito de Lisboa, com maior impacto nos concelhos de Oeiras e Lisboa. Mas esse facto, interno ao Partido, tem-se, não raras vezes, repercutido para as eleições nacionais.

Porque a história no concelho de Lisboa é a mais complexa, talvez por ter começado a ser escrita mais cedo, é essa que importa analisar primeiramente.

Vamos, então, aos factos.

Em 2001, Ferreira Leite e Durão Barroso chamaram Pedro Santana Lopes para a “missão impossível” de ganhar Lisboa. E Santana venceu. Numas eleições a que o PSD se apresentou sozinho, vencendo a toda a esquerda. Mérito de Santana, mas também de quem o escolheu.

De 2001 para 2005, excluindo aquela curta interrupção, conhecida de todos, Santana fez um trabalho notável em Lisboa. Impulsionou a cidade, criou uma dinâmica positiva, fez obras e tomou medidas que, há muito, outros não tinham tido a coragem de tomar.

Quando todos esperavam a sua recandidatura, Marques Mendes, coadjuvado por Teixeira da Cruz, preteriu Santana para constituir uma lista escolhida, conjuntamente, entre si e a sua coadjuvante. O PSD venceu, é certo. Mas, em 2007, esses dois responsáveis acabaram por retirar a confiança política a vários elementos da lista, que, eles mesmos, tinham escolhido. A situação tornou-se insustentável e foram marcadas eleições intercalares para a Câmara. Incompreensivelmente, Paula Teixeira da Cruz, Presidente da Assembleia Municipal na altura, não fez cair também esse órgão municipal.

Novas eleições. PS vence. PSD fica em terceiro, com 15%. Resultado vergonhoso. A consequência deste desastre eleitoral acabou por ser a marcação de eleições directas e antecipadas para a presidência do PSD. Inacreditavelmente, Marques Mendes (que partilhou a responsabilidade por este catastrófico sufrágio com Teixeira da Cruz) recandidatou-se. Mas perdeu as eleições.

Para 2009, e de volta ao partido, Ferreira Leite volta a escolher Santana para cabeça de lista a Lisboa. Desta vez, Santana não conseguiu vencer. E, se não o conseguiu, foi por várias razões, que importa analisar.

Desde logo, com a não queda da Assembleia Municipal em 2007 (decisão errada de Paula Teixeira da Cruz), os socialistas tinham o argumento de que a Câmara nada fez durante estes dois anos (facto criticado, e bem, pela candidatura de Santana) porque a Assembleia Municipal, com maioria do PSD, não tinha deixado. Este argumento deu, inclusivamente, lugar à colocação de vários cartazes pela cidade.

Mas as razões não se ficam, obviamente, por aqui.

Além do voto útil de comunistas e bloquistas em António Costa, houve um grupo de pessoas que impossibilitaram, desde muito cedo, a vitória do PSD em Lisboa.

Foi criado um jornal, por militantes do PSD e pago com dinheiros públicos, para perseguir, difamar, injuriar e atentar à honra de muitos companheiros de Partido. Um dos alvos escolhidos foi Pedro Santana Lopes.


Foram feitas pressões no sentido de impedir a recandidatura de vários Presidentes de Junta, para que o cabeça de lista à Junta fosse um dos elementos desse grupo de militantes do PSD. Houve um Presidente de Junta, do PSD, que tive a oportunidade de conhecer este ano, que foi relegado para dar lugar a um outro. A menos que o homem tenha algum problema mental, que não constatei, não percebi o porquê da sua preterição. Porque adorava o que fazia, era reconhecido pelos habitantes locais, era activo e revia-se na candidatura do dr. Pedro Santana Lopes. Nessa freguesia, o PSD perdeu. Perdeu a Junta. E perdeu também para a Câmara Municipal.

Esse grupo de militantes infiltrou-se e pressionou a candidatura. Criou um mal-estar, semeou ódios e cultivou a intriga. Tudo por interesses pessoais.

Na freguesia de Benfica, por exemplo, foi feita, por esse grupo de militantes do PSD, uma campanha contra o candidato à Junta, da coligação Lisboa com Sentido, e contra Pedro Santana Lopes. Foram entregues, nas habitações dos munícipes, panfletos a difamar o candidato Domingos Pires.

Em relação à campanha, esperei, até ao dia 9 de Outubro, a resposta de um senhor, desse grupo de militantes, para que eu pudesse contribuir, também, para um espaço da candidatura. Enviei, conforme me havia sido solicitado, um e-mail em meados de Agosto para esse senhor. Mas, creio que intencionalmente, ele não me respondeu. Porque, desde o primeiro dia, esse senhor não quis seguir uma lógica de inclusão de todos.

Há, de facto, divergências insanáveis entre militantes do PSD. Porque não se afigura fácil, a um partido transversal da sociedade civil, conviver bem com um grupo de gente desqualificada, muitas vezes malcriada, irresponsável, fracturante e incompetente. Porque essa gente faz campanha contra o Partido. São fonte de notícias falsas para a comunicação social. Atentam constantemente à honra e à dignidade de companheiros de partido. Entre muitas outras coisas que, em nada, contribuem para o sucesso do PSD.

Estes são apenas alguns exemplos concretos do que se passou e do que se está a passar ao PSD no concelho de Lisboa. Mas que ajudam a explicar a derrota do passado dia 11 de Outubro.

Hoje que, conforme pretendiam, o PSD não ganhou (mas conseguiu um resultado bastante razoável para a Assembleia Municipal), começam a fazer as imposições necessárias para darem seguimento a um premeditado assalto ao PSD no concelho Lisboa. Aproveitando-se dos resultados, mas contra aqueles que decidiram confiar em Santana Lopes e no independente Manuel Falcão.

Talvez isso explique, agora, a ausência de resposta ao meu e-mail.

No concelho onde vivo, que é Oeiras, a situação é ainda pior. Com ainda maior responsabilidade de Carlos Carreiras e de um grupo de militantes que está ao seu lado.

Porque eu fui de férias descansado, convencido de que o PSD iria, neste concelho, vencer com uma confortável maioria. Para isso acontecer, votei, interna e directamente, nos candidatos que eu queria para representar o Partido nas eleições autárquicas. Votei em gente jovem, qualificada, reconhecida pelos habitantes locais, dinâmicos e que têm vida para além da política. Mas essa votação foi boicotada pelo presidente da Distrital, que não aceitou as listas candidatas propostas pelos militantes de uma secção do concelho e apresentou listas da sua inteira responsabilidade. Ou seja, a influência, neste concelho, foi ainda mais directa. Resultado: PSD perdeu as três Juntas de Freguesia e teve o pior resultado desde 1976.

Mas este grupo de militantes também nada ajudou nas legislativas. Começando pelo próprio Carlos Carreiras que, publicamente, a um mês das eleições criticou a lista do seu partido à Assembleia da Republica. Chegou a dizer, se bem me lembro, que o PSD teria, com isso, provavelmente perdido as eleições. Ou seja, para o Presidente da Distrital, o PSD já tinha perdido as eleições, com a antecipação de um mês.
De facto, o PSD perdeu. Com a contribuição da Carreiras. Mas também daqueles que estão consigo.

Por exemplo, a 25 de Setembro, encontrei duas senhoras. Uma é militante, a outra penso que não. Foi por volta da hora de almoço, nos Restauradores. Vieram falar comigo porque eu tinha uma pólo cor-de-laranja, do Partido, vestida, porque vinha da arruada feita desde “A Brasileira” até ao Terreiro do Paço. Vieram dizer-me que, na secção delas, os panfletos de Manuela Ferreira Leite ficaram por entregar e que continuavam arrumados na sua secção. É que, segundo diziam elas, quem presidia àquela secção (que é no Distrito de Lisboa) não queria que o PSD vencesse as eleições.

Em suma, podemos concluir que é impossível o PSD vencer eleições se continuar a pactuar com militantes que, no fundo, o que fazem é tudo fazer para que o PSD não vença.

Quanto à Distrital de Lisboa do Partido, creio que a situação é insustentável. Pelo que se passou e continua a passar no concelho de Lisboa, fruto de uma interferência clara de um grupo de apoiantes de Carreiras. Pelas consequências das suas palavras sobre as listas para as legislativas. Pela inacção intencional e consequente de alguns dos seus apoiantes. Ou também pela acção negativa e fatal de pessoas inseridas nesse mesmo grupo. E ainda pela influência directa que Carreiras teve na catástrofe eleitoral em Oeiras.

Sei que os militantes de Lisboa do PSD querem mudar de vida. Sei também que é disso que o PSD precisa. Para recuperar destes desastres eleitorais no Distrito. A propósito, leia-se a análise, exaustiva e correcta, feita pelo dr. Marco Almeida, vice-Presidente da Câmara Municipal de Sintra sobre estes mesmos desastres.

Felizmente, iremos ter eleições para a Distrital muito brevemente. Na minha opinião, de quem acha que a honra e a dignidade são duas características constitutivas e essenciais num homem, Carlos Carreiras não se deveria recandidatar. Até porque só pode recuperar essas duas características se não o fizer.

Estas são as conclusões que tirei depois da minha reflexão sobre o PSD Lisboa. Oportunamente, falarei também sobre o estado do PSD Nacional. PSD que está a reflectir. E que, com toda a certeza, irá conseguir dar a volta por cima sem embarcar em precipitações, que, no caso de repetirem, poderão ser, mais uma vez, fatais.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Bom fim-de-semana

Tem sido assim:

A- Então, que tal o governo?
B- Diz que o Santos Silva é Ministro da Defesa!
A- (gargalhada)!!!
B- Não te rias que é verdade. O Santos Silva foi para a Defesa, o Lacão foi para os Assuntos Parlamentares e…
A- Cala-te, diz lá quem é que são os ministros que eu tive a ver a bola e não ouvi…
B- É mesmo verdade, põe na SIC Notícias…
A - Vou para casa, já vejo então. Mas é verdade?
B - Antes não fosse…e o Alberto Martins é o Ministro da Justiça!...
A - (outra gargalhada)…essa é boa, essa é boa…
(…)

NO CARRO

RÁDIO - “Augusto Santos Silva sobe para a pasta da Defesa e Alberto Martins fica com a Justiça”
A - (espantado!) será que ouvi bem?

EM CASA, na televisão
TV - “Santos Silva deixa os Assuntos Parlamentares e assume a pasta da Defesa, já Alberto Martins, que liderou o grupo parlamentar dos socialistas, fica com a pasta da Justiça”
A – (esfrega os olhos, incrédulo, e bate com as mãos com força na cabeça) Não devo estar bem, devo ter trabalhado em demasia, o melhor é ir de fim-de-semana.

É mesmo melhor ir de fim-de-semana.
Para descansar. Para acreditar.
Porque, como diz muita gente, “está tudo louco”!!!

Assim sendo, bom fim-de-semana!

Santos Silva, Ministro da Defesa...

...deve ser uma brincadeira!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Coincidências

Primeiro, as eleições. Depois, os despedimentos.
Ora, os portugueses já votaram. Pelo que, várias empresas que, há tempos, ofereciam garantias, já estão a despedir os trabalhadores.
Será que é de um momento para o outro que se decide mandar 500 pessoas para o desemprego?
Terá sido mesmo coincidência?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Integridade


Passava muitas vezes despercebido.
Marcava poucos golos. Mas os golos que marcou foram, alguns deles, vitais.
Frio na hora de defender, frio na hora de atacar.
Mas sempre, ou quase sempre, acertado.
Eu já sabia que Izmailov era um bom jogador. Que "tapava" buracos e disfarçava muitas coisas no medíocre futebol do Sporting.
Mas ainda não tinha a certeza de que o Izmailov era, também, um homem íntegro.
Não é qualquer um que veste a (maldita e mítica) camisola com o número 7. Só quem a merece. E o Izmailov merece essa camisola. Porque é um bom jogador. É um grande profissional. E é, também, um homem íntegro.

Só isso!


Já tinha lido o post há alguns dias, mas ainda não tinha tido tempo para o comentar.
É de um blogue relativamente conhecido, social-democrata, que não tenho nos meus links.
Entre os grandes vitoriosos das últimas eleições, em último lugar, está lá uma pessoa que eu ainda não acredito por que razão lá está. Terá sido por erro, por lapso de memória ou será apenas falta de vergonha?
É que eu, apesar de de ter nascido, de sempre ter estudado e feito grande parte da minha vida em Lisboa, vivo desde que nasci no concelho de Oeiras.
Sendo, por isso, um social-democrata residente no concelho de Oeiras, estou ainda abatido pelo resultado eleitoral que o Partido aqui obteve. Abatido, revoltado e quase envergonhado. Como nenhum outro social-democrata deste concelho esteve desde 1976.
Sei que a história poderia ter sido outra. Com gente jovem e de valor. Com gente competente e qualificada. Com gente que tem o seu trajecto de vida traçado para além da política. E foi nessa gente, como social-democrata de Oeiras, que votei internamente. Mas não foram escolhidos.
Mais. Essa gente que certamente teria vencido as eleições neste concelho permitia que eu não tivesse de estar a ser, às duas da manhã, quase vigiado à distância por um carro topo de gama. Não era preciso.
Porque quem estava nesse carro topo de gama a ver se os panfletos não eram retirados não fez esse trabalho para as legislativas. Fui eu que o fiz. E fi-lo sozinho. De dia, de noite, quase até de madrugada.
Percorri Algés de uma ponta a outra para que as pessoas pudessem ter, no seu automóvel, o "compromisso" com o PSD se candidatou a estas eleições. E não, não retirei nenhum panfleto. Nunca o faria. Porque nunca faria nada que pudesse prejudicar o meu Partido.
Se perdi? Perdi. Perdi nas legislativas porque queria que Ferreira Leite ganhasse. Era o melhor pronúncio para que Sócrates deixasse de governar. Mas perdi ainda mais nas autárquias. Porque estou convicto de que, com outra gente, a gente que os militantes queriam, poderiamos ter vencido, com margem folgada, estas eleições.
Mas não ganhámos. Não fomos além do pior resultado do PSD, aqui no concelho, dos últimos 33 anos. E todos sabemos porquê. Sei eu, sabem os militantes de Algés, sabem os militantes de Oeiras, sabe o senhor que teve a lata de escrever aquele post.
Só mais uma coisa: o PSD é um Partido político. Não é nenhuma sociedade. Muito menos uma sociedade que vai espremendo laranjas para dar um sumo amargo. Para não dizer que não dá sumo nenhum.
E para já era isso que eu queria dizer sobre este assunto. Só isso!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Um desastre chamado MMS


Em democracia devemos respeitar os nossos adversários.
E há um facto do qual ninguém fala. Do qual ouvi poucos falarem. Não sei se é falta de coragem. Mas não vi quase ninguém falar do MMS.
Para quem não sabe, o MMS é um partido fundado recentemente. Que prometeu dar dinheiro às pessoas. Que abandonou um debate importante (que apenas colocou frente-a-frente os candidatos à capital do País) com uma jogada política que, até do ponto de vista teatral, foi pobre. O ensaio não deve ter sido feito e tudo se revelou demasiado...forçado.
Mas o MMS, com todo o respeito, em vez de dizer que iria enviar os dirigentes dos principais partidos políticos para a Conchinchina (sim, Conchinchina, e não Conchichina como aparecia nos outdoors!), poderia ter oferecido, aos portugueses, uma passagem de avião. Mas para a África do Sul, que é onde todos queremos estar em 2010. A jogar o Mundial.
Talvez aí pudesse ter ganho uns votos. Mas não ganhou. Preferiu semear ódios. E, por isso, não foi além de três enormíssimos fracassos eleitorais. Que, traduzidos graficamente, poderiam ser representados por uma linha recta a caír a pique.
Digo isso com todo o respeito. O mesmo respeito que o MMS não teve pelos seus adversários. Nem pelos seus adversários nem pelos portugueses em geral.

domingo, 18 de outubro de 2009

O PSD e a História


A História ensinou muito ao Homem.
Ensinou-nos a não repetir os erros cometidos no passado.
Ensinou-nos que dividir é igual a enfraquecer.
Ensinou-nos que, em diversas situações e perante as mais duras dificuldades, a união fez a força.
O CDS aprendeu essas lições e teve um resultado histórico nas legislativas do mês passado.
No PSD, se há quem ainda não tenha aprendido essas lições da História bem pode aproveitar os próximos tempos para reler alguns livros. Uma coisa que nasce torta dificilmente se consegue endireitar. E não podemos repetir as inúmeras precipitações do passado.
Os portugueses estarão atentos. Irão ver se somos mais do mesmo. Irão ver se cometemos os erros de sempre. Irão ver se estamos divididos. Que é sinónimo de enfraquecidos. Irão ver se conseguimos estar unidos nesta altura de dificuldades. E irão decidir se nos querem, ou não, para escrever os próximos capítulos da História de Portugal.
Pois que aprendamos as lições que a História nos deu para que os portugueses voltem a ter razões para poderem confiar em nós.

Porque não?


Ricardo Quaresma não é opção no Inter. E, continuando a nem sequer se sentar no banco de suplentes, Quaresma não terá qualquer hipótese de ser convocado para a selecção nacional.
Quando teve a oportunidade de triunfar no estrangeiro, Quaresma nunca conseguiu triunfar. Não se impôs no Barcelona, não resistiu à pressão do campeão italiano e não teve a oportunidade de mostrar valor em Londres, com a camisola dos "blues".
O salário do jogador é, claro está, incomportável para os cofres do Sporting, mas Alvalade poderia ser um bom local para Quaresma se reencontrar e para Mourinho rentabilizar um investimento que não tem tido retornos financeiros no Inter.
Se o Sporting souber negociar, conseguirá trazer o filho de regresso a casa. O futebol do Sporting teria muito a ganhar com as magias do Quaresma. E Quaresma, vindo para o Sporting, teria mais chances de embarcar para a África do Sul. Se Portugal lá chegar, como espero.
Aqui fica uma sugestão. Ou mais do que isso. É um sonho. Mas que está ao alcance dos responsáveis do Sporting. Aos quais caberá a decisão de querer uma equipa sem um rasgo e a jogar um futebol penoso. Ou de fazer, no Sporting, uma grande equipa, capaz de lutar de igual para igual pelo desejado título de campeão nacional.

João Só e Abandonados - Meu Bem

Modernices



Foi assim, ontem, dia 17 de Outubro, em Madrid.
Foi assim, porque "cada vida importa".

Fotografia, retirada daqui, onde pode ver mais fotografias desta manifestação.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O Sentido da minha reflexão sobre Lisboa


Conforme disse no post anterior, aproveitei esta semana para descansar, reflectir, estudar e, no tempo que restou, analisei os resultados eleitorais para as autárquicas em Lisboa.
Analisei freguesia por freguesia, mesa de voto por mesa de voto e a minha conclusão coincide com as conclusões retiradas por várias pessoas com quem tenho falado. António Costa foi eleito Presidente da Câmara Municipal de Lisboa porque às pessoas que votaram por convicção no Partido Socialista para a presidência da autarquia ainda se juntaram as pessoas que tinham preferência por uma esquerda mais extrema mas que acabaram por recorrer à opção do voto útil no Partido Socialista.
Entre o primeiro grupo de pessoas, ainda havia os lisboetas que, com mais ou menos convicção, apoiaram o acordo coligatório entre Roseta e Costa.
Em suma, a lista que teve maioria para a Câmara Municipal teve essa maioria graças a três grupos de pessoas: os apoiantes e seguidores de Roseta, os que tinham a convicção de que António Costa seria melhor Presidente da Câmara e aqueles que, pura e simplesmente, apenas não queriam que Santana Lopes fosse Presidente. Curiosamente, estes últimos, à volta de catorze mil eleitores, foram quem fez a diferença.
Não quero, com isto, pôr em causa a legitimidade da vitória de António Costa. Porque todo o voto, que assente nos pressupostos da liberdade e da democracia, legitima, de facto, uma vitória eleitoral. Não é isso que está em causa.
Em causa estão 39% de votantes em Lisboa que queriam mesmo que Santana Lopes fosse o seu Presidente. Que queriam mesmo que o Programa para a cidade fosse no caminho de uma Lisboa com Sentido.
Entre estes 39% só há um grupo de pessoas. Os que queriam Santana. Os que o apoiavam. Os que se reviam nele e no seu programa.
E 39 não é 10, 12, 15 ou 20. É quase 40.
Não querendo condicionar nem pressionar ninguém, porque cada um escolhe de acordo com a vida que projecta e que quer para si, não posso deixar de dizer que as diferenças programáticas entre as duas candidaturas mais votadas são, de facto, enormes.
Não pode ser por 5% (de diferença) que Lisboa siga apenas um caminho: o de ficar sem aeroporto, o de ter contentores à beira-Tejo, o de não pôr fim ao trânsito caótico, o de não apostar na higiene urbana, o de não investir na mobilidade, acessibilidade ou o de não acabar com as barreiras arquitectónicas. Fora todas as outras propostas de resolução de problemas antigos da cidade ou de melhoria da qualidade de vida dos lisboetas, que constavam do programa eleitoral de Pedro Santana Lopes.
No meio desta reflexão cuidada, aconteceu um episódio curioso. Em plena Universidade Católica, perto do edifício de Direito, onde estudo, vi uma carrinha de uma empresa municipal com dois funcionários. Foi na terça-feira. Por volta das três e meia da tarde. À frente da carrinha levavam uma bandeira da coligação “Lisboa Com Sentido”. Isto aconteceu dois dias depois das eleições, o que demonstrava que, também para aqueles dois funcionários municipais, o “assunto Lisboa” ainda não estava enterrado. Aquela continuava a ser, também, a bandeira deles.
Este episódio, juntado a tantos outros e a tantas conversas que fui tendo, só reforça a ideia de que quem votou Pedro Santana Lopes o fez com muita convicção, com conhecimento do que estava em causa. Fê-lo porque queria mesmo muito fazê-lo.
Feita esta análise, importa repetir que não está em causa a legitimidade do Presidente da Câmara eleito. Mas é importante que quem foi eleito tenha a consciência de que existe uma grande legitimidade nas propostas da oposição, algumas delas coincidentes com as propostas (que o eram e que agora possivelmente deixarão de o ser, sabe-se lá porquê) do movimento de Helena Roseta.
Em relação a todas as outras possíveis conclusões a que esta análise poderia levar, nada mais posso dizer. Porque todos terão tempo para continuar a fazer a sua própria análise e a reflectir. Pois que continuemos a reflectir. Até porque o passado já demonstrou que decisões precipitadas e tomadas à pressa nunca apontaram para o caminho certo. E o caminho que quero para Lisboa é o mesmo que sempre tenho querido. O caminho de uma Lisboa Com Sentido.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Um dia triste


Estaria a omitir uma verdade se não dissesse que este dia é, para mim, um dia muito triste. Porque é. Um dos dias mais tristes.
E é assim porque sempre estive absolutamente convicto, desde 2005, de que Pedro Santana Lopes era o homem ideal para estar à frente da Câmara Municipal de Lisboa. Sempre acreditei que, com ele ao leme, Lisboa seria uma capital muito mais viva, muito mais humana, muito mais dinâmica. Uma capital que oferecesse amplos espaços verdes aos seus habitantes. Uma capital que conseguisse, com coragem e determinação, resolver problemas muito antigos. Uma capital que oferecesse, aos jovens, condições para nela fazerem a sua vida. Uma capital que soubesse revitalizar a cultura e assumi-la verdadeiramente. Porque Lisboa sem cultura não é Lisboa. Com tudo isso, valorizando até ao limite a sua relação com o Rio e não abdicando de ter um aeroporto internacional, Lisboa seria, acredito eu, uma cidade capaz de competir com as mais poderosas, ricas e apelativas capitais europeias.
Esta minha dor profunda de derrota é agravada pelo facto de eu me ter, desde Fevereiro, motivado muito com as ideias centrais do programa da candidatura encabeçada por Pedro Santana Lopes. Acreditei e continuo a acreditar nelas. Acho que estava ali o melhor para Lisboa. E tudo fiz, desde Fevereiro último, para que aquelas fossem as linhas orientadoras de quem fosse governar a cidade.
Tudo fiz. E tudo voltaria a fazer. Mas não chegou. Não chegou por várias razões que nada têm que ver com o programa ou com o candidato em si. E não vale a pena falar, agora, nessas razões. Porque são várias e exigem uma maior reflexão.
Um aparte para dizer que, ao contrário do que aconteceu em todas as outras eleições, não felicito o vencedor. E se não o faço não é por deixar de respeitar a vontade popular, mas porque, há pouco, ouvi um discurso arrogante e um autêntico pisar dos derrotados que não estão, em nenhum ponto, de acordo com aquilo que considero ser a ética democrática. Só por isso, porque o povo é soberano.
Dizem que se aprende muito nas derrotas. Talvez seja ainda cedo para perceber se aprendi alguma coisa. O impacto foi, de facto, para mim, muito grande. Reconheço isso. Não sei se vou aprender alguma coisa. Mas sei que aprendi muito, sobretudo, nos últimos seis meses. E que, apesar desta tristeza quase infinita, não deixo de estar de consciência tranquila. Porque acredito que, quando for mais velho, vou poder dizer aos meus filhos e netos, se os vier a ter (como espero), que, numa determinada altura da minha vida, acreditei num homem bom, verdadeiro, empreendedor, sonhador e dinâmico e que apoiei aquele programa eleitoral. Vou-lhes dizer que perdi. Mas que fiz o que estava certo. Que dei o meu melhor por aquilo. Com muito suor, alguns nervos, mas com muita, muita determinação.
Quando lhes contar esta história, vou-lhes dizer que, neste caminho longo, conheci pessoas boas. E, neste ponto, não posso deixar de elogiar a lealdade, o trabalho, a solidariedade e a amizade de um homem excepcionalmente bom chamado João Marrana. Que merecerá, se o futuro for justo e tão bom quanto ele, vir a desempenhar, como responsável número um, funções sociais na Cidade.
Neste trajecto conheci outras pessoas boas, que olhavam para esta candidatura, não como uma luta, mas como uma causa. Pessoas que, na sua esmagadora maioria, estavam ali por motivos extra-partidários.
Resta-me saber se o trajecto acabou, de facto, nesta noite. Não sei e é muito cedo para saber. Para já, custa-me a acreditar que seja. Porque há quase 39% das pessoas que votaram em Lisboa a pensar como nós. Se não houvesse o voto útil e um acordo coligatório com o único objectivo de manter o tacho, provavelmente estaríamos a falar de outro cenário bem mais feliz para a capital do meu País. Fora outras razões que, por querer dar a este texto um final feliz, não importam para agora.
O que importa é pormos, todos, o egoísmo de lado e darmos, uns aos outros, o devido tempo para que possamos reflectir. Sem ruídos de fundo que possam perturbar esta reflexão, que precisa de ser feita. E que não pode incidir apenas sobre o resultado obtido em Lisboa.
Aproveitemos os próximos tempos para descansar. E aproveitemos o descanso para reflectir. Não esquecendo o sonho, não esquecendo o trabalho, não esquecendo o nosso empenho. Sempre com a consciência tranquila de quem cumpriu o seu dever. Voltaremos a falar de Lisboa. Com a confiança de sempre mas com ainda mais determinação. Até porque assim tem de ser quando alguém acha que faz aquilo que está certo.

domingo, 11 de outubro de 2009

O meu feeling



É que este dia vai ser um bom dia.
Que esta noite vai ser uma boa noite.
Mas agora..."let's do it, let's do it, let's do it and do it, and do it..."

sábado, 10 de outubro de 2009

A calma, em vez da ansiedade

A minha reflexão - Lisboa


A minha reflexão sobre Lisboa começou ainda antes da meia-noite, quando fui surpreendido por uma caravana que inundou Lisboa, com centenas e centenas de automóveis. Principalmente no momento em que me apercebi que parte dos automóveis que encheram a Avenida da República de uma ponta à outra eram de pessoas independentes, cidadãs de Lisboa, que pediam bandeiras e se colocavam na fila, com os quatro piscas, a buzinar.
A reflexão continuou quando acenei para as pessoas e elas, das suas janelas, dos seus carros ou mesmo da própria rua me respondiam com sorrisos, um "v" feito com a mão direita e um acenar de confiança num bom resultado no domingo.
Mas depois desse último de campanha, fui com os meus amigos ao miradouro de S. Pedro de Alcântara. Fizemos o trajecto desde o Cais do Sodré, onde estacionei o carro, pelo Bairro Alto.
Nas ruas, a quantidade de gente não escondia as calçadas esburacadas. E, quando passei por aquelas ruas cheias de vida, pensei que, para aquele ambiente existir, valeu de muito o condicionamento ao trânsito feito no Bairro Alto quando Pedro Santana Lopes foi presidente. Em vez de carros, temos pessoas. Pessoas de todos os cantos do mundo e que estão cá em Erasmus. Outros eram turistas. Vi açorianos, portuenses, madeirenses, ribatejanos, enfim, vi pessoas de todo o país, de toda a Europa e de todo o Mundo.
Às 2 da manhã, a rua foi perdendo vida. É que por imposição da Câmara de António Costa, aquele lugar "morre", agora, muito mais cedo.
Voltei a descer até ao Cais do Sodré e o meu carro só parou em Benfica, para deixar os meus amigos em casa. O voto deles vai para o dr. Pedro Santana Lopes. Muitas razões terão eles, certamente, para assim decidirem. Mas uma dessas razões foi a que eu vi: neste mandato, foi feita ali uma ciclovia que não é utilizada por ninguém. Mas essa medida, que parece nada ter de mau, fez com que a estrada perdesse uma faixa. Agora, o mesmo sítio onde, de dia, o trânsito fluía bem está, agora, constantemente congestionado.
O Bairro Alto e Benfica foram apenas dois locais onde estive ontem à noite. São apenas exemplificativos. Pelo meio ficou por dizer que o miradouro de S. Pedro de Alcântara só está assim porque foi alvo de uma intervenção que teve como objectivo a requalificação das zonas verdes, recuperação dos bustos, do mobiliário urbano e da melhoria das acessibilidades. Em 2004. Por Pedro Santana Lopes.
De facto, Santana e Costa têm dois projectos diferentes. Dos quais já tive a oportunidade de falar. Mas, como eu também já o disse aqui, tiveram a possibilidade de governar Lisboa, com performances bastante diferentes. A minha noite curta de ontem pôde observar essas diferenças.
Estou, por isso, convicto de que quem espera que Costa vença em Lisboa vai ter uma surpresa. Porque os lisboetas têm memória e querem muito mais para a sua Cidade, razões pelas quais amanhã irão votar por uma Lisboa Com Sentido.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Lamentável!


Manuel Alegre fez hoje uma afirmação pública que é lamentável a todos os níveis.
Como pode ele dizer que seria triste se a direita ganhar a Câmara de Lisboa 35 anos depois do 25 de Abril?
O que é que o PPM, o MPT, o CDS e o PSD têm de comum com a "direita" do Estado Novo?
Já me custa ver como certos donos da sabedoria da Pátria tudo fazem para fazer com que os portugueses passem por burros.
Estas afirmações de Alegre, feitas ao lado de António Costa, são apenas mais uma razão para que todos os militantes do PSD, do CDS, do MPT e do PPM votem na coligação Lisboa Com Sentido.
Triste é ver Lisboa a perder gente, a degradar-se, a fechar portas.
Mais triste ainda seria ver quatro andares de contentores a impedirem-nos de ver o Nosso Rio, ver a cidade ficar sem aeroporto e ver o caos no trânsito ser agravado com a entrada de mais cem mil carros.
Isso sim é triste! Como também o é ouvir uma afirmação destas vindas de Manuel Alegre.
Porque o PSD, o CDS e os outros partidos contribuíram muito para a democracia. E quem quer pôr isso em causa insulta o povo, assim como demonstra um nervosismo. Nervosismo que se justifica. É que, nas ruas de Lisboa, já cheira a mudança. Cheiro que nem a oferta de bicicletas, a promessa de aumentos retroactivos de vencimentos aos funcionários da Câmara e arruadas com gente de outros municípios já não consegue disfarçar.

Uma Alegre mentira

Disse, hoje, Manuel Alegre que António Costa se esforçou por unir a esquerda.
Alegre mente.
Porque todos nos lembramos bem do que disse António Costa, no último congresso do PS, sobre o Bloco de Esquerda.
Nesse congresso, Costa apontou todas as armas ao Bloco. Apontou, de resto, o exemplo da acção do Bloco em Lisboa.
É mais uma Alegre mentira, numa tentativa de se socorrer da falta de memória das pessoas.
O problema, para Alegre e para Costa, é que os lisboetas têm memória.
A memória dos lisboetas será até, neste momento, a adversária número um de António Costa. Porque não é preciso ter muita para comparar o que foi feito por Costa e Santana quando tiveram a possibilidade de governar Lisboa.
E para Santana ganhar a Câmara a Costa bastará que os lisboetas tenham memória. Memória e bom senso.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Está nas tuas mãos! (parte II)



Sabes bem que este vídeo não é ficção. Antes fosse. Mas não é. Não é mesmo.
Lisboa, nos últimos dois anos foi uma cidade na sombra.
Foi uma cidade caótica no trânsito, com as estradas e passeios esburacados, sem estacionamento, a perder comércio, inundada por prédios devolutos. Foi uma cidade insegura, paralisada e desumana.
Lisboa foi uma cidade triste durante o dia e fechou as portas mais cedo, à noite.
É nesta cidade que vais votar se preferes a continuidade.
Será isso o que tu preferes?
Ou preferes alguém que queira pegar na tua Lisboa e pôr mãos à obra, com coragem e dinâmica?
No domingo, prefere ir votar.
Vota por uma Lisboa Com Sentido.

Santana ganha debate


Por recusa de António Costa que aconteceu, também ela, à última da hora, ao convite da TVI, este foi o único debate entre candidatos à Câmara Municipal de Lisboa neste período de campanha eleitoral.
De facto, Santana Lopes partia com um favoritismo para o debate. Santana fez. Costa, em vez de fazer, limitou-se a dizer, durante 2 anos, que Santana não tinha feito tudo e a não concluir o que Santana Lopes, por ter, entretanto, saído da Câmara, não tinha finalizado.
Além desse factor, as questões dos contentores de Alcântara e de um novo aeroporto a 50 quilómetros da cidade, para não falar da poluição, do caos no trânsito, das obras em cima do joelho, das ciclovias feitas à pressa e da inacção de António Costa (inacção que não impediu a CML de, nestes dois anos, ver subir o seu passivo), fragilizavam muito, logo à partida, António Costa.
Essa supremacia evidente de Santana Lopes verificou-se durante todo o debate. Jogou ao ataque do princípio ao fim. Confirmou que conhece melhor Lisboa do que qualquer outro candidato. Conhece os dossiers. E confrontou Costa com todas as suas trapalhadas e contradições.
É curioso que, na maior parte das questões, os restantes candidatos (exceptuando António Costa) limitaram-se a fazer algumas nuances ao que Santana, em primeiro lugar, tinha defendido. Isso revela muita coisa.
Para não me alongar muito (porque já tenho recebido críticas de que os meus posts são muito extensos), resta-me concluir dizendo que Santana sai por cima na campanha. Santana sai por cima no debate. E Santana sairá por cima no domingo à noite. Assim será por uma simples razão: além de falar verdade e de não ter medo de pôr o dedo na ferida, o seu programa é o único que tem o acordo da maioria esmagadora dos lisboetas e é o único programa que pode saír vencedor. Se não ganhasse, iríamos ter uma Câmara submissa ao Governo. Iríamos ter mais contentores. Iríamos ter um único aeroporto a meia hora da cidade. Iríamos ter uma Cidade sem chama, sem garra, sem coragem, sem força. Iríamos ter, pior do que isso, uma Lisboa sem esperança, sem pessoas, sem comércio, sem dinâmica, sem alma e sem vida.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Está nas tuas mãos!



Está nas tuas mãos decidir.
Preferes as pessoas?
Preferes a cidade?
Preferes o rio?
Ou preferes um monte de contentores?
Se preferes as pessoas, a cidade e o rio, então prefere ir votar.
Prefere votar Pedro Santana Lopes.
Vota por uma Lisboa Com Sentido.

Nervosismo

Depois de dois anos e meio de inacção, uma semana cheia de propostas avulsas, de contradições, chegando a ponto de oferecer bicicletas às pessoas é um claro sinal de nervosismo.

Pequena nota

Gostava de esclarecer, a algumas pessoas que aqui têm deixado comentários anónimos, que este blogue não serve, nem nunca servirá, de palco para qualquer tipo de guerrilha.
Para isso, pelo que sei, há outros meios. Inclusivamente, meios jornalísticos. Mas isso é uma outra vergonha, que não merece qualquer tipo de comentário da minha parte.
Aqui fala-se dos assuntos que eu escolho. E sobre os quais escrevo com voz própria. Daí o endereço deste blogue.
Qualquer tipo de comentário anónimo que não seja um contributo para o debate de ideias e que fomente guerrilhas pessoais não é publicado. E tanto me faz que apareçam cinco ou cinquenta. Porque este blogue não precisa desse tipo de comentários. Não é esse o seu fim. Não é e reforço que nunca será.
Sugiro que utilizem os outros meios para continuarem com essa lama.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mais e Melhor para a Chamusca


É muito difícil ganhar a Câmara Municipal da Chamusca para o PSD. É uma daquelas “missões quase impossíveis”, que apenas os mais destemidos, trabalhadores e ambiciosos querem enfrentar.
E é assim porque a Chamusca mantém, nas eleições autárquicas, uma tradição vencedora da CDU desde o 25 de Abril de 1974.
É assim porque a Câmara Municipal é a grande empregadora de um concelho que praticamente não atrai qualquer investimento.
É assim porque existe, no concelho, uma percentagem de iletrados que deve envergonhar qualquer português.
De resto, ontem ao fim da tarde falei com uma senhora de Ulme que me disse que, como não sabe ler, não tinha a certeza em quem tinha votado nas legislativas e não sabia ainda em que quadradinho é que teria de colocar a cruz para votar nesta lista conjunta do PSD e do CDS, que é encabeçada pelo João Lourenço.
A Chamusca faz parte de um Portugal que não conheceu ainda o fortíssimo e bem sucedido poder autárquico do PSD. É um concelho envelhecido, abandonado, incapaz de atrair o investimento que traga, ao concelho, mais emprego e que gere, com isso, melhor qualidade de vida.
Digo isto, apesar de reconhecer que o mandato de Sérgio Carrinho foi digno e razoável. Mas é possível fazer melhor. E quem ali vive não merece estar condenado a mudar-se para Lisboa, para Santarém ou para o estrangeiro à procura de uma vida melhor.
Eu acredito numa Chamusca que fixe e que aumente a sua população. Acredito numa Chamusca aliada dos iletrados que querem aprender a ler. Acredito numa Chamusca capaz de atrair investimento sem que, com isso, ponha em causa as suas tradições e festividades. Acredito numa Chamusca que integre todos os jovens e que fomente o desporto, assumindo-se como a referência da região. Acredito. Em Mais e Melhor para a Chamusca. E isso só é possível se os chamusquenses confiarem o seu voto numa lista social-democrata.
Confio nos Chamusquenses. Confio que acreditamos nas mesmas coisas. Os chamusquenses vão conseguir. Por isso, apelo ao voto dos chamusquenses no João Lourenço e na lista que encabeça. Porque, acima de tudo, o que quero é MAIS E MELHOR para a Chamusca.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Envolve-te!



Na penúltima aula com a professora Maria Câmara Pestana, que foi minha professora no Colégio São João de Brito em IDES e Introdução ao Direito, a professora perguntou aos alunos o que é que tinhamos aprendido com ela.
Uns disseram que tinham aprendido o que eram normas supletivas. Outros disseram que aprenderam várias coisas sobre os NPI asiáticos. Eu respondi que, com ela, tinha aprendido a fixar objectivos e a lutar por eles.
A turma ficou a olhar para mim. Mas o engraçado é que a minha resposta era a mais verdadeira. Estava no agrupamento de Economia e acabei por seguir Direito. Mérito da professora da disciplina.
A minha primeira participação na faculdade foi logo na primeira aula, precisamente para responder à definição de normas supletivas. Que aprendi com a professora Maria Câmara Pestana. E é óbvio que estas coisas, por serem causa e consequência umas das outras, não se esquecem.
Volto agora a trazer a professora à conversa. É que, numa daquelas conversas públicas no Facebook, a professora, a propósito da candidatura do dr. Pedro Santana Lopes à Câmara de Lisboa, escreveu isto, em resposta a alguns dos meus amigos: "Chega de lamúrias, de indiferença! Envolvam-se, participem, façam para mudar a nossa CIDADE - LISBOA! Dar SENTIDO A LISBOA É PRECISO!"
Como é possível que eu visse, naquela frase, tudo aquilo que penso sobre a indiferença dos jovens e o conformismo das pessoas perante uma cidade que está na sombra?
A palavra é mesmo essa: envolve-te.
Envolve-te pela tua cidade. Envolve-te neste projecto. E faz para mudar Lisboa no teu prédio, na tua rua, no teu bairro, na tua freguesia. Mas também na tua faculdade, nas conversas com os teus amigos, nos locais que frequentas.
Adaptando uma frase célebre, esta não é a hora para criticares a cidade que tens. Mas de te questionares sobre aquilo que pode fazer para a mudar.
Fá-lo pela tua cidade. Pelo teu futuro. Fá-lo por ti. "Dar SENTIDO A LISBOA É PRECISO".

O momento actual do futebol do Sporting


Merece séria reflexão o actual momento da equipa de futebol do Sporting.
O futebol deixou de ser atractivo, é previsível e o sistema de jogo do Paulo Bento, montando à volta de um 4x4x2 losângo utilizado desde os tempos de Fernando Santos (ou seja, desde que o Sporting joga neste novo estádio) está completamente esgotado.
É verdade que um plantel que tenha Grimi, Abel e Tonel como primeiras opções é um plantel fraco. Mas exige-se mais e melhor futebol.
É impossível continuarmos a alimentar um jogo trapalhão, (es)forçado, em que a bola não circula. Não se pode continuar a ter, por força deste esgotamento de futebol, jogadores com enorme potencial a jogar constantemente sobre brasas, com as pernas a tremer, graças a uma evidente falta de motivação.
O jogo deixou de fluir. As bolas não entram na baliza. A defesa atrapalha-se a si própria. O guarda-redes está sempre enervado. O meio-campo não mexe o jogo. A equipa, toda ela, está constantemente desconcentrada. Desde o guarda-redes aos avançados, constantemente apanhados em fora-de-jogo.
Com tudo isto, as péssimas arbitragens já não conseguem sequer disfarçar esta realidade do futebol do Sporting. Que merece um ar novo.
Mas o que é certo é que os adeptos estão saturados deste futebol miserável. Talvez porque os jogadores estejam saturados de Paulo Bento.
Defendo, por isso, que se reflicta sobre a continuidade do treinador do Sporting.
E penso que o Sporting deve pensar ainda na substituição imediata do director desportivo. Que foi incapaz de trazer grandes mais-valias para o plantel. Que revelou sempre uma incapacidade de arranjar soluções para os jogadores dispensáveis, que trouxessem para o clube o devido retorno financeiro. Que deixou que Paulo Bento tivesse uma exposição que levasse a este esgotamento. E que nunca conseguiu motivar os jogadores.
Não posso deixar de dizer que Paulo Bento fez, no Sporting, o melhor que conseguiu. Fez coisas boas. Defendeu o Sporting como nenhum outro responsável nos últimos anos. Conseguiu 2 Taças, 2 Supertaças e alguns apuramentos directos para a Liga dos Campeões. E isso merece um elogio da minha parte. Mesmo nesta altura que espero ser, para bem do Sporting e do Paulo, a hora da despedida.

sábado, 3 de outubro de 2009

Eu quero uma Lisboa Com Sentido


Nas próximas eleições autárquicas em Lisboa, os lisboetas vão fazer uma escolha que não poderia ser mais clara.
Uma escolha entre dois projectos completamente diferentes.
Uma escolha entre ter ou não ter aeroporto.
Uma escolha entre ser contra ou a favor de uma muralha de contentores à beira-Tejo.
Uma escolha entre uma nova ponte ferroviária e uma ponte rodoviária.
Uma escolha entre cuidar ou criar novos espaços verdes e fazer campos de girassóis.
Uma escolha entre duas pessoas que já presidiram a autarquia no passado, com performances bastante diferentes.
Uma escolha entre fazer cidade e adiar cidade.
Uma escolha entre uma lista convergente e um conjunto de pessoas com ideias diferentes sobre matérias essenciais.
Mas também uma escolha entre o conhecer e o ter conhecimento.
Uma escolha entre a dinâmica e a abstenção de agir.
O que eu quero?
Quero alguém que ponha fim ao caos no trânsito.
Quero alguém que ponha a polícia nas ruas, sobretudo nos bairros mais problemáticos.
Quero alguém que defenda os interesses da Cidade, sobretudo na questão da manutenção do aeroporto e na questão dos contentores.
Quero alguém que traga a dinâmica capaz de motivar as pessoas a abrirem mais espaços comerciais.
Quero alguém que coloque o repovoamento no centro do seu trabalho. Porque, com isso, Lisboa terá a vida que agora não tem.
Quero alguém que responda humanamente aos diversos problemas sociais, como o da pobreza e do envelhecimento populacional.
Quero alguém que consiga atrair, pelas suas virtudes, os mais importantes espectáculos e festivais.
Quero alguém que tenha a coragem de fazer as obras das quais a Cidade precisa.
Quero alguém que invista a sério na cultura e que devolva a vida ao Parque Mayer.
Quero alguém que cuide dos espaços públicos e que crie novos parques e jardins.
Quero alguém que devolva a Cidade às pessoas, fechando bairros históricos ao trânsito, melhorando as acessibilidades e criando condições para os jovens voltarem a viver em Lisboa.
Quero alguém capaz de fazer com que Lisboa possa competir com as grandes cidades europeias.
Para Lisboa não chega fazer ciclovias em cima do joelho e campos de girassóis.
Do que Lisboa precisa? De força, garra, coragem e atitude. Mais do que isso, Lisboa precisa de quem faça. E é por todas essas razões que eu apelo ao voto no dr. Pedro Santana Lopes para Presidente da Câmara Municipal de Lisboa no próximo dia 11 de Outubro.

Divagações

Há certas coisas para as quais já não há paciência. Até porque há erros que se pagam caro. Sobretudo aqueles em que nos rodeamos por pessoas que, logo na primeira oportunidade, não hesitam em dar-nos uma, valente e cobarde, facada nas costas. Aqueles em que preferimos o 15 a perto do seu dobro. E aqueles em que, pelo menos, não estendemos a mão solidariamente aos nossos soldados, que sempre estiveram do nosso lado, principalmente nos momentos mais difíceis.
Aquele que não sonha não pode, nunca na sua vida, vir a ser político. Político é mesmo só aquele que sonha. Que sonha mais do que os outros. Isso é certo, como também é certo que um sonhador não pode estar rodeado de gente que constrói uma vida com base em pesadelos.
O sonho e o pesadelo são dois conceitos. Cujas diferenças são insanáveis. Lá está! Insanável é o que não pode ser sanado. E quem ousa tentar sanar o insanável, infelizmente, dá-se mal.
Como vivemos, não no sonho nem no pesadelo mas na realidade, um tempo difícil, o que eu hoje tentei fazer, abdicando de imensa coisa para estar presente onde, na realidade, não poderia faltar, foi dizer isso mesmo. Um soldado sonhador não merece ser deixado sozinho, ou rodeado de cobardolas de primeira apanha, numa luta por um sonho, que é o mesmo que o meu.
Não se pode ter como um dos grandes trunfos uma pessoa que contribuiu para que nos impedissem de prosseguir a concretização do nosso sonho e daquilo que queriamos mesmo continuar a fazer. Cometer um erro desses é escorregar numa banana que, de propósito, meteram mesmo no nosso caminho, desde o início.
Uma divagação mais: o amigo não precisa de ser um mal educado. O amigo não precisa de atirar responsabilidades para os outros. O amigo não é aquele que nos diz aquilo que queremos ouvir. Mas aquele que nos diz, em cada momento, a verdade, aquilo que devemos fazer daqui para a frente para continuarmos a ser sonhadores. Sonhadores concretizados.
A minha leitura depois de tanta divagação é muito simples: tentar sanar o insanável, apesar de ser sempre improdutivo e prejudicial, é um gesto audaz de um homem bom. Todos os outros erros são armadilhas, que, depois de caírmos definitivamente nelas, nos irão amargurar durante o resto da nossa vida.
Por mim, continuo a acreditar no homem, continuo a rever-me no sonho, continuo a partilhar a luta. Provavelmente, não estarei presente na hora da vitória que espero. Mas como o que considero ser um bom soldado, não poderei deixar de estar solidário e presente na hora da derrota. Possivelmente sem ver aqueles que, nesse dia decisivo, estarão já, em casa, agarrados ao telefone, à procura de construír uma coisa diferente.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dúvidas, boas e más notícias

Encerrado que está o período de maioria absoluta de Sócrates, há, desde já, boas notícias, más notícias e dúvidas.
A boa notícia é que Mário Lino não será mais ministro das Obras Públicas. Assim como provavelmente Maria de Lurdes Rodrigues deixará de ser ministra da Educação.
Continuam a haver dúvidas. Será que Santos Silva continua? E Silva Pereira? E Jaime Silva? Curioso que as dúvidas principais são mesmo as da "tripla Silva".
A única má notícia que, para já, é certa é que José Sousa continuará a ser o Primeiro-Ministro. Pelo menos nos próximos meses.