quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Em frente!


Ao contrário do que acontece quando se trata de outros assuntos, falar sobre o Sporting, em público, é algo que, na minha opinião, deve ser feito com pinças. Não quero enfraquecer publicamente a imagem do meu clube ou de quem o representa e os desabafos, quando são feitos, têm de ser escritos de forma a que não permitam ao leitor interpretar mais do que linha ou linha e meia de um conteúdo que acaba num ponto final.
Já o disse, e sublinho-o agora, que o Sporting tem uma direcção em quem não votei. É uma direcção que tem um projecto desportivo interessante e um projecto financeiro que, a meu ver, é o único que pode fazer com que o Clube, desportiva e financeiramente, tenha o estatuto público que sempre mereceu ter.
Às vezes, confesso que tenho dúvidas, incertezas e interrogações. Quando as tenho e não consigo resolver entre grupos restrictos de amigos, faço-o em salas nas instalações do clube onde as portas estão fechadas e onde estejam presentes as pessoas que, com poderes, me podem esclarecer.
Tenho contribuído, não só no apoio a todos os funcionários, atletas e dirigentes, mas também nas críticas que tenho feito, sempre saudáveis e construtivas, nos locais próprios.
Não vivemos tempos fáceis. Como seres humanos, como europeus, como portugueses cidadãos e contribuintes, como sportinguistas. E é essa consciência, que todos devemos ter, que não nos pode deixar em casa. 
A vitória de Sá Pinto, do balneário, de quem construiu o plantel e da direcção do Sporting frente ao Gil Vicente teve um valor especial. Foi feita em desespero e por amor a um projecto, a uma causa e a uma camisola. Onde não houve discernimento, houve alma e atitude. Com alma e atitude, ganha-se uma equipa, ganha-se um jogo e pode até ganhar-se balanço para, agora com discernimento, fazer a escalada até aos primeiros lugares da classificação.
Há lacunas por preencher. Sinto que ainda as há, na estrutura, ao nível da representação e da comunicação. Falarei delas no local próprio. Mas acredito neste projecto de Godinho Lopes, revejo-me nele e estou motivado com a sua concretização.
Acredito na marca Sporting, na internacionalização, na forma como, sem aumentar a dívida, se tem arranjado financiamento para uma equipa de futebol competitiva e com atletas vendáveis. Acredito na lógica de abrir portas aos sócios, a assumir que Alvalade é a casa onde devem estar as lendas do clube. Acredito também na expansão do clube além fronteiras, na abertura a sportinguistas que não podem ser sócios ou a estrangeiros que, por uma questão ou por outra, gostavam de se sentir parte deste clube. Acredito na exploração de novos mercados. Acredito numa forma de comunicar clara para com os sócios e dura com os adversários. Acredito num Sporting ousado na luta pela verdade desportiva, pioneiro nesta batalha em Portugal. Acredito na inovação da divulgação do nome "Sporting". Acredito no ecletismo, na aposta na formação de atletas profissionais ou não. 
Gostava de ouvir Godinho Lopes. Gostava que tivesse decidido que se recandidata daqui por ano e meio. Assumir que está e que quer continuar irá fortalecer o actual Presidente.
Se olharmos para os nossos adversários, temos um com 30 anos de poder e outro com 10. 
Na minha opinião, por estranho que possa parecer, estamos melhor que os nossos adversários. Apesar de, no imediato, não estarmos a conseguir os mesmos resultados desportivos, a lógica deste projecto liderado por Godinho Lopes é muito mais consolidada, do ponto de vista desportivo e financeiro, do que a de Vieira (que vai deixar uma pesada herança a quem se lhe seguir) e a de Pinto da Costa (cujo poder no FC Porto é, na prática, praticamente nulo).
Mas, tratando-se de desporto e de futebol, não há projecto que possa ser implementado, não há projecto que possa vingar, sem vitórias desportivas. 
Depois do roubo por Xistra na Madeira, o Sporting, mesmo roubado por Vasco em Alvalade (na disparidade de critérios, em dois foras-de-jogo em jogadas de golo que não existiram e numa expulsão), conseguiu a primeira vitória desportiva, no futebol, na competição que mais interessa.
É por isso, e só por isso, que estou contente. Muito contente. Eu, os 25 mil que ainda acreditavam, e os milhares ou milhões de leões que passaram a acreditar.
Temos, agora, de nos consciencializar das adversidades que o mundo, Portugal e o Sporting vivem. Aliás, nem que não seja por também as vivermos. Temos, por isso, de ser parte da solução para o problema.
Se há algum leitor com sugestões construtivas, pois que as faça, no domingo, em AG. Ou que marque uma reunião com alguém desta direcção que, para o sócio ou adepto, sempre teve as portas abertas.
Com humildade, numa fase de pegar em cacos para fazer renascer o sonho que nos fundou, o Sporting é demasiado grande para que tudo possa ser feito pela dezena de pessoas (ou pouco mais que isso) que o dirige. 
Todos somos parte e todos devemos ser parte.
Para já, ganhámos um jogo. Ou talvez até mais do que isso. 
Este fim-de-semana, continuamos na nossa luta.
No sábado, há que ganhar ao Estoril. No domingo, temos de fortalecer o Sporting em Assembleia-Geral.
Pois que o façamos, com sentido de responsabilidade e espírito construtivo. Por amor ao Sporting. 
E seguimos. Em frente. Em frente Sporting!

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