domingo, 20 de abril de 2008

Sejamos todos troianos



Um problema que o PSD tem enfrentado nos últimos anos prende-se com o facto de o partido se fragmentar em dois aquando da realização de eleições.
Esta divisão por metades foi prejudicial ao partido, apesar do debate que se fez na altura das directas ter sido útil e enriquecedor ao partido, à democracia e ao país. O problema é que após as eleições, tanto em Congresso como nas directas de Setembro passado, a divisão pré-eleições foi subsistindo, tendo sempre permanecido e agravando-se dia após dia.
Os primeiros culpados acabam por ser os líderes. Mas a responsabilidade passa por quase todos os que, porventura, inconscientemente alimentaram essa divisão do Partido em dois. E, hoje, reconheço que grande parte dos militantes devem ser responsabilizados pela fragmentação do PSD. O partido vai para directas não só pelos falhanços dos líderes, mas também pelas divisões fomentadas por todos nós.
Há uma urgência, que é derrotar José Sócrates em 2009. Esse não é só um objectivo do partido, mas uma causa que une, já hoje, a esmagadora maioria dos portugueses. Desde os alunos aos professores. Desde os médicos aos doentes. Passando pelos funcionários públicos e um pouco por quase todas as classes profissionais.
Assim, nas próximas eleições directas, independentemente do dia em que sejam realizadas, o PSD tem duas vias para sair deste problema.
A primeira e, dada a conjuntura, mais viável passa por se apresentarem muitas caras a jogo. O facto de haverem muitos candidatos não é sinónimo de divisão, mas tem de significar escolha. Quando há muita escolha e quando o consumidor pode optar por diversos "produtos" com qualidade, quem acaba por ser beneficiado é o consumidor final. E o consumidor final não é só aquele que milita no PPD/PSD, não é só aquele que simpatiza com o partido, mas é o cidadão português, sem esperança no futuro.
A segunda via que, aparentemente, pode ser difícil de levar para a frente é a de haver um candidato único, de grande peso, capaz de unir as diversas facções do PSD e centrar a atenção de todos os militantes no objectivo de derrotar José Sócrates e o Partido Socialista. Haverá alguns nomes que, neste momento, possam estar a tempo de derrotar José Sócrates, de fazer desistir os que, hoje, já são candidatos e de unir o PSD.
No meio de tanta confusão, gostava de terminar, hoje, deixando um apelo à união do Partido. Sei bem que é difícil juntarem-se gregos e troianos. Mas o objectivo é o essencial e, se José Sócrates e os socialistas são os gregos, unamos as mãos, vamos para a frente de combate e derrotemos José Sócrates. A partir de agora, teremos mesmo de ser todos troianos...

6 comentários:

JGP disse...

António, só para te lembrar. Historicamente, os troianos foram os perdedores. Os gregos venceram.

Se o PSD for Tróia, então as vossas divisões internas serão o nosso cavalo.

Outra coisa. Se a esmagadora maioria do país tem como objectivo derrotar Sócrates, como explicas os quase 40% de intenções de voto no PS das últimas sondagens contra 27% do PSD?

Anónimo disse...

Nãoacredito em candidatos únicos -cheira-me a paz de cemitério!

Candidato único de quem: dos que têm destruído o partido, com ruidos ecoados pelos media PS?; dos ressabiados, que perderem em 28 de Setembro?; dos que querem o PSSD destruído para fazer do PS o partido único?; dos que querem ser líderes para fugir à prisão?

Quero o 'chefe' em quem votei -eu e a maioria dos militantes.

Quero que os $%=»&% que fizeram o banzé se afoguem num tanque de uma ETAR! É o seu seu meio natural!

António Lopes da Costa disse...

JGP, a ideia não é lembrar derrotas de lendas passadas. O objectivo é unir o Partido, na certeza de que essa união será decisiva nos resultados eleitorais do próximo ano.
As sondagens, às vezes, não se conseguem explicar. É difícil explicar como é que um homem, que tudo o que se conhece dele deixa dúvidas, como a forma com que terminou o seu curso. Depois, governa mal, "brinca" com os dinheiros públicos. Vejamos a forma (em zigue-zague) com que se anunciou, se voltou atrás e se voltou a anunciar, num novo local, o maior investimento da História do país.
Chegou a PM fruto de uma campanha baseada na mentira. Prometeu e fez o contrário. E desengane-se quem pensa que a campanha não continuou depois de chegar ao Governo. A propaganda continua todos os dias em todos os meios de comunicação.
Quanto ao resto, teremos de esperar pelos próximos dias.

Anónimo disse...

Tens todaa razao!

sem duvida que temos de ser todos ou so gregos ou so troianos senao vai continuar a ser insustentavel ser-se presidente do PPD/PSD.

Anónimo disse...

Esta crise no PSD é gravissima. Precisamos de um Santana Lopes ou de um Rui Rio ou até de Manuela Ferreira Leite para derrotar José Sócrates. O PS já provou que não é digno de estar à frente de Portugal. E tens toda a razão, precisamos de estar todos juntos, e sei que juntos iremos conseguir derrotar os que estao a mais no poder!

Anónimo disse...

Não entendo o povo portugues?? Não entendo o que é que eles querem para o futuro?? Acho que Sócrates ja disse mentiras suficientes para não darmos importancia ou oportunidade para levar para a frente mais 4 anos de mandato. Arranjou confusões em todos os grandes blocos de uma sociedade, ou seja, fez porcaria com a educação, com a saúde, com a economia, etc.. Ninguém aguenta mais isto! Temos de olhar para o PSD, e acreditar no líder, seja qual for, temos de confiar nos candidatos! Na minha opinião se continuarmos assim vamos parar numa ditadura e isso não pode acontecer.

Os meus comprimentos, e acho o seu blog cada vez mais interessante, Parabéns.