sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O momento do ano - Portugal


Quando, ainda em 2010, José Sócrates pediu publicamente a sua demissão de Primeiro-Ministro de Portugal, tendo anunciado a sua recandidatura, não era certo que deixasse de governar depois da Primavera de 2011. Essa certeza só se consolidou em Março, quando um grupo de jovens mobilizou a sociedade civil para uma manifestação com precedentes distantes.
A mensagem passou, e chegou a casa das famílias portuguesas. Foi nesse dia que Sócrates perdeu as eleições.
Mas a manifestação da geração à rasca foi inédita por outras razões: relegou para segundo plano as manifestações sindicais, com menor adesão e sucesso, mas também as juventudes partidárias, que, verificando a sua derrota junto da sociedade civil, se juntaram a esta numa manifestação que, pelas bandeiras que tinha, era transversal.
Cantores, actores, escritores, políticos, sindicalistas, gente de todas as profissões, faixas etárias, de todos os sectores da sociedade juntaram-se numa manifestação de protesto contra políticas irresponsáveis e geradoras de pobreza, fazendo toda a sociedade reflectir sobre o futuro das gerações que começam a entrar agora no mercado de trabalho.
Foi um momento único, de verdadeira democracia.
Foi, na minha opinião, o momento do ano, em Portugal, no ano que agora termina.

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