sábado, 12 de maio de 2012

O desemprego que liberta - o exemplo do Valdir


Valdir, brasileiro, estava desempregado. Fez-se à vida. Sabia que não podia ser doutor, porque nem todos podem ser doutores. E tinha uma qualidade especial. Fazia pipocas melhor que ninguém. 
Com o pouco dinheiro que tinha, montou o seu próprio negócio, como vendedor de pipocas na rua da sua cidade. 
O Valdir sabia que fazer pipocas boas não chegava. Era preciso dar um cunho especial à sua "marca". Pensou na higiene. Além da simpatia no "face to face" e da preocupação em agradar aos clientes, o Valdir limpava todos os seus utensílios de trabalho, desinfectando-os com alcóol. Desinfectava a mão dos seus clientes com alcóol e ainda lhes dava um "kit de higiene" constituído por um guardanapo, um palito de dentes e um rebuçado de menta. Essa passou a ser a sua imagem, foi assim que ganhou visibilidade no mercado das pipocas. Inovou, venceu. E atraiu os clientes com algumas vantagens, que, além das já referidas, ainda passavam pela oferta de um pacote de pipocas depois do cliente consumir cinco. 
Sabendo que existia uma grande preocupação social com o colesterol, o Valdir utilizava óleo de girassol. 
Valdir não investiu muito dinheiro. Apenas inovou. Utilizou as suas capacidades, potenciando-as ao máximo com muita inovação.
Pode não ser rico. Mas 30% dos seus lucros são para reinvestir no seu negócio. Hoje tem fatos para cada dia da semana. Tem pipocas com outros sabores. 
Entretanto, o Valdir, que era pobre e desemprego, que sabia que não podia ser doutor, cumpriu o seu sonho de andar de avião. Foi em trabalho, a Fortaleza, para fazer a primeira de várias palestras que já deu por todo o Brasil, sobre inovação e empreendedorismo. Nessas ocasiões, dorme em hotéis de cinco estrelas. Onde nunca, antes, tinha pensado poder, nem que fosse por um dia, ficar hospedado. E ainda lhe pagam por isso.
O Valdir é um caso. É um caso conhecido. Mas há outros. Como diz, e bem, o nosso Primeiro-Ministro, o desemprego pode ser bom. E pode ser óptimo para aqueles que, como o Valdir, querem mesmo fazer qualquer coisa nesta curta passagem que temos pela vida.

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