sábado, 13 de dezembro de 2008

Uma introdução ao próximo combate


Se tudo correr como o previsto, na terça-feira começa mais uma enorme batalha do PSD em Lisboa.

Para antecipar essa grande e difícil batalha, é importante recapitular um pouco sobre o passado recente do PSD, da Câmara e da cidade de Lisboa.
Estávamos em 2001 e o Partido Socialista estava confortavelmente no Governo há vários anos e tinha em seu poder as duas maiores Câmaras do país. O Presidente da República era o, também socialista, Jorge Sampaio. O PSD vinha de um período difícil, com sistemáticas crises de liderança, desde 1995. Nogueira saíra depois de uma derrota eleitoral pesada com Guterres. Marcelo caíra quando também caíu a AD e desse cenário surgiu um Congresso do qual saíu eleito Durão Barroso. Era ele que iria chefiar a oposição a um Governo que nos levou ao pântano.
O PSD não via grandes sinais de que o cenário político nacional se pudesse alterar, quando Santana Lopes foi anunciado como candidato à Câmara de Lisboa. No Porto, Rui Rio tinha a também difícil batalha de vencer, para o PSD, a Câmara da Invicta.
Nasci em Lisboa e foi sempre nessa lindíssima cidade que estudei. Vivi, intensamente, a campanha de Santana, que mobilizou o Partido e a Cidade, com várias iniciativas a levar os pavilhões e os outros espaços a transbordar de gente, de esperança e de alegria. O adversário era João Soares, filho de Mário Soares, que é o mais importante de todos os militantes do Partido Socialista. O PSD nunca tinha vencido a Câmara e dias antes das eleições aparece uma sondagem que coloca Santana 10 pontos atrás de Soares.
A vitória de Santana e do PSD em Lisboa foi histórica. Tenho a certeza absoluta de que ninguém, senão Santana, teria conseguido levar o PSD à Câmara. No Porto, Rui Rio vence surpreendentemente com alguma vantagem. E é nesse clima de mudança que tomou conta do país que Guterres, Primeiro-Ministro, aparece, pedindo a demissão e a marcação de eleições antecipadas. Segundo o próprio, o país estava no pântano e, por isso, houve também eleições internas no Partido Socialista, de onde saiu eleito Ferro Rodrigues.
Vencidas as duas principais Câmaras do País, o Partido entrou em euforia, mobilizando-se em torno de Durão Barroso e o PSD alcança, com maioria relativa, o Governo.
Depois, todos sabemos o que aconteceu. Mas o que eu realço foi o trabalho notável em todos os domínios protagonizado pela equipa foi eleita, com Santana, para a Câmara. O PS, como a restante esquerda, sempre quis apenas bloquear a solução que Santana deu, e bem, aos problemas.
A vitória inesperada de Santana Lopes foi a catapulta da vitória nas legislativas. Foi a lufada de ar fresco que fez com que, hoje, passados sete anos, o cenário político nacional tivesse sofrido uma enorme alteração.
Hoje, Durão Barroso é o Presidente da Comissão Europeia. Rui Rio mantém-se como Presidente da Câmara do Porto. Cavaco Silva é o Presidente da República.
Mas todos sabemos que o principal objectivo do PSD é constituír Governo. Em 2009, como em 2001, as autárquicas, que se antevêem difíceis, podem ser a catapulta do PSD para conseguir, numa só jogada, recuperar a Câmara de Lisboa e voltar a ser Governo de Portugal.
A bem do país, que assim seja.

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