domingo, 22 de agosto de 2010

Sócrates e o futuro


No país, ninguém acredita que José Sócrates pode ser protagonista principal de uma recuperação económica em Portugal. Por vezes, chego mesmo a pensar que nem o próprio Sócrates, neste momento, se sente com a força necessária para ultrapassar a conjuntura sócio-económica nacional. Está cansado, e ninguém o condena por isso.
Foram anos difíceis, intensos, com muita desordem, muita eleição, muita guerra. E, nesse aspecto, justiça seja feita. Não sei se existe, neste momento, algum português com a força que Sócrates já demonstrou ter.
Mas o que é certo é que, apesar da força quase desumana com que lidou com os mais adversos obstáculos, Sócrates deixou de ser parte da solução. É, há já algum tempo, parte do problema. É o primeiro responsável pela falta de confiança dos portugueses mas também dos estrangeiros que deixaram de investir em Portugal.
Não há ninguém que acredite, também, que Sócrates resista a mais umas eleições. Sejam elas daqui a três anos, daqui a um ano, daqui a instantes.
Ora, se assim é, a solução natural para este problema passaria, necessariamente, pela substituição de Sócrates dentro do Partido Socialista. Tal facto seria bom para o PS, que passaria a ter hipóteses de vencer as próximas legislativas, para os socialistas com ambições de poder e para o próprio José Sócrates que, depois de dois mandatos, não iria saír pela porta dos fundos. E, dado que a memória é muito curta em política, Sócrates não seria um morto político (se é que os há), e seria até uma opção interessante para uma futura candidatura presidencial.
Não sendo feita, no interior do PS, a substituição de Sócrates, todos têm a perder: os portugueses, os socialistas, o próprio Sócrates. Mas os socialistas, talvez conformados e adormecidos após demasiados anos no poder, e na iminência de mais uma derrota presidencial, não fazem o que tem de ser feito.
Isso é mau para o PS. É péssimo para o país. Só o PSD tem a ganhar com a manutenção de Sócrates. Porque no caso, hipotético, de Sócrates ser substituído, por exemplo, por António José Seguro, o PSD de Passos Coelho estaria muito mais ligado às desastrosas governações socráticas do que o próprio PS de Seguro.
O PS mostra-se muito diferente do PSD, nesse aspecto. Porque é solidário com o seu líder, mesmo quando a situação do líder se tornou insustentável. Mas estende, inconscientemente, a passadeira vermelha para uma viragem política em Portugal.

1 comentário:

o cusco....... disse...

O comentário só peca num pensamento.Este Senhor nunca entrará em Belêm nem que se pinte de côr de burro quando foje.E sim,será o 1º político morto em Portugal.Muito rico,muito muito rico, a sua única ambição, mas morto com a Graça de Deus.Quando a pessoa não mata o cancro, o mesmo mata a pessoa!!!