terça-feira, 31 de agosto de 2010

A novela Queiroz


Para Queiroz ter chegado a seleccionador nacional assinou um contrato. Por quatro anos. Ora, se assim foi, é porque houve uma outra parte, além de Queiroz, que aceitou que este, durante quatro anos, fosse seleccionador nacional.
Essa parte quer rasgar, agora, o contrato. Quer rasgar mas está numa de duas situações: ou não tem coragem ou não tem dinheiro para pagar a Queiroz aquilo que lhe deve.
Parece-me evidente que Queiroz não tem condições para continuar. Os jogadores não se revêm nele. Além disso, e apesar de ter feito o Mundial possível, não cria a empatia com os portugueses, necessária para uma ligação de sucesso.
Deveria ser o próprio Queiroz a aperceber-se que, de facto, não tem condições para continuar. Porque, continuando, prejudica a selecção. E vai arder em lume brando.
Mas, inacreditavelmente, isso não aconteceu.
Arranjou-se, então, uma história. Que pode ser verdade ou mentira. A mim tanto me faz, porque quem defendeu um seleccionador que agrediu publicamente um jogador adversário não pode nunca demitir um seleccionador por, em privado, ter insultado outra pessoa.
Ou seja, uma vez que Queiroz não se demite, a Federação não tem coragem ou dinheiro para o demitir. E, nesse caso, é responsável. Porque esta Federação assinou este contrato. Se não tivesse assinado, esta novela não teria acontecido. E porque assim é, não vejo razões para que esta Federação não se demita em bloco. Está, tanto ou mais que Queiroz, a fazer muito mal ao futebol português.

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