quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Os mais traidores entre os traidores de Portugal


Não quero, usando o termo "traidores", recorrer a qualquer recurso linguístico nem, muito menos, fazer qualquer conotação extremista, por ser uma palavra utilizada recorrentemente pela direita mais radical.
Portugal vive uma situação dramática, com o desemprego a aumentar constantemente, com os salários a subir menos do que a inflação, com insegurança nas ruas e total inoperância no sistema de Justiça, com a saúde ainda retrógrada para aquilo que se deveria esperar num país moderno da Europa...
O povo está nas ruas. Uns sem casa, sem dinheiro e sem nada. Outros a criticar as políticas completamente desastrosas do Governo do Partido Socialista.
E que sinal é que certos políticos dão à sociedade portuguesa, completamente descrente e deprimida? Obras, obras e mais obras...! Nem as famílias, nem o País, nem a banca têm dinheiro. Lá fora, também não. Pergunto-me todos os dias se haverá maior irresponsabilidade do que defender esse caminho. No fim de pensar todos os dias, concluo que tenho, como a esmagadora maioria dos licenciados da minha geração, de ir embora.
O estado a que chegou a educação não podia ser pior. Porque temos os pais, os alunos e os professores, todos contra a ministra, enquanto o governo vai suportando ideias absurdas como as que estão inscritas, por exemplo, no Estatuto do Aluno. Menos absurdo não é, porém, o sistema de avaliação dos professores.
Não se torna um país mais competitivo fazendo-se exames mais fáceis. Nem, muito menos, pondo a sociedade contra os professores, e os professores contra este des(governo).
Portugal afasta-se dos congéneres europeus a cada dia que passa. A cada minuto, estamos mais parecidos com África do que propriamente com a Europa moderna. Disse, alguém e um dia, que um país africano era governado por criminosos. Logo caíram, todos os interessados nisso, em cima do rapaz que fez essas declarações. Hoje, a ideia que eu tenho é que os portugueses olham com desconfiança para a classe política, como se os políticos, ou certo grupo dessa classe, fossem traidores da Pátria. Ou até como criminosos. Nem que seja por gestão danosa. Eu também, de vez em quando, penso assim de alguns políticos. Porque nos condicionam o futuro e nos tiram as pernas, quando avançam para megalomanias que nós, jovens, futuro do País, teremos de pagar, enquanto várias pessoas recheiam os seus bolsos.
Na semana passada, vi e ouvi duas coisas. Depois, fiz um cruzamento entre essas duas coisas. Primeiro, o número da dívida pública, comparando com o nosso Produto Interno Bruto. Depois, ouvi, num qualquer fórum, um cidadão dizendo que as pessoas estão fartas de José Sócrates e de políticos de plástico. Ora, será que a complexidade da crise, geral e não só económica, que vivemos poderá ser combatida com políticos ou políticas de plástico?
Bem sei que José Sócrates é um osso duríssimo de roer. Será muito difícil vencê-lo, porque não há ninguém tão bom quanto ele na retórica. Nisso, estamos todos de acordo. Mas o país precisa de rigor, política e competência ou precisa de um orador, rei na retórica?
Vamos lá ver bem as coisas: precisamos de números manipulados ou de resultados concretos, que nos levem no caminho do progresso e do desenvolvimento?
Por fim, gostava de criticar, com a dureza devida, aqueles que eu considero serem os mais traidores, entre os traidores de Portugal. As maiores facadas no futuro do país são dadas por aqueles que condicionam e criam obstáculos à única, ou possível, força de oposição ao Governo, que nos levou ao pântano e, agora, à recessão, sem, nunca, responder à altura, atraindo investimento e incentivando na educação e na inovação, projectando um futuro mais próspero. É inacreditável como, membros da única força capaz de mudar as coisas, são cúmplices de Sócrates e de quem levou o país até ao buraco.
Não tenhamos dúvidas que a única força capaz de mudar a situação actual é, neste momento, o PPD/PSD. O que devemos fazer, todos, enquanto cidadãos responsáveis, apaixonados por Portugal, é unirmo-nos todos, à volta da actual liderança, mobilizando os portugueses, criando uma verdadeira onda de mudança no país, na esperança de termos um país melhor. Caso contrário, Portugal será cada vez um país menos viável.
Acredito que este texto explica muito sobre a abstenção, em épocas eleitorais. Porque as pessoas não se podem rever num país que não é justo, que não é seguro, em que a educação é uma fachada, em que não há políticas de cultura. Num país cujos resultados apresentados são uma farsa. Em que não dinheiro, nem emprego, nem esperança. E sejamos francos: este é o verdadeiro ponto de situação da política portuguesa e do país.
E se não podemos dizer que somos governados (e a actual liderança da força de oposição é impedida de passar a sua ideia) por criminosos, podemos apenas dizer que o Governo, muita comunicação social, muitos interesses instalados, e até entre os militantes do PSD temos vários traidores da Pátria. Porque lesam, pelo menos uma vez por semana, os interesses do país, apenas por interesses económicos ou meras ambições políticas e pessoais.

3 comentários:

Anónimo disse...

António, o menino tenha cuidado. Olhe que eles matam -não estou a meter-lhe medo, apenas digo o que se passa. No Banco de Portugal houve um homicídio, sob a forma tentada, de um inspector -sem mais comentários, mas o 'chazinho da meia-noite que lhe deram era para matar. Por acaso -as fisiologias são diferentes- sobreviveu, mas está morto para a inspecção. Agora nas notícias veja quem não quis/quer que o BP inspeccione...

Lembre-se o que LFM já disse e tenho a certeza que não disse tudo...

Qaunto aqueles que não querem que o PSD seja uma alternativa credível: veja o menino quem nos últimos 15 anos disse que todos os lideres eram maus e agora nada fazem com tino? Pois...

Anónimo disse...

Todos sabemos que a politica é uma catapulta para altos cargos no sector publico e privado.

Mas traidores sao aqueles que, para alem de so estarem na politica para este tipo de coisas, andam a roubar MILHOES aos pobrezinhos! Como é o caso dos grandes senhores do seu partido, Dias Loureiro, Oliveira e Costa e companhia...

Anónimo disse...

Caríssimo António: faltou-lhe apenas dizer que os portugueses sentem tudo o que voce diz e que estão atentos, de todo o modo é importante dizer que você o que faz é abrir os olhos a pessoas que estão cegas. Seja qual for o líder do PSD o que importa é que por Portugal, é altura de cerrar fileiras e estar preparado para a batalha de 2009! Você é carna para canhão, pá!