domingo, 14 de fevereiro de 2010

Chega de Carnaval!


É uma autêntica confusão o que se passa agora no país.
Os portugueses estão baralhados. Falou-se, ultimamente, de situações de natureza muitíssimo diversa: desde a corrupção à liberdade de imprensa, desde a mentira à promiscuidade, desde a liberdade de expressão à falta de carácter…
Relativamente à matéria das liberdades, importa referir que, no meu entendimento, não está só em causa a liberdade de imprensa. Porque tudo começou com um professor, numa sala de professores. E passou por um autor de um blogue. Só depois, muito depois, se veio falar em liberdade de imprensa. Ou melhor, na falta desta.
O que existe, em Portugal, é o condicionamento e a manipulação que constituem, em conjunto, atentados sérios a duas liberdades constitucionais.
Apesar das limitações, os cidadãos e, entre eles, os jornalistas, têm tido a liberdade suficiente para poder informar as pessoas, através da publicação de notícias que nunca foram desmentidas.
Dir-me-ão que sempre existiu, da parte do poder político, mesmo após 1974, uma tendência para interferir no jornalismo livre. Responderei a essa provocação, dizendo que a violência com que a TVI se viu privada de Moniz, com que Moura Guedes foi afastada do Jornal de Sexta (o noticiário com maiores audiências) e com que Mário Crespo viu o seu texto ser, esse sim, verdadeiramente censurado pelo JN não tem antecedentes próximos.
Contudo, a confusão que vai na cabeça das pessoas não tem apenas que ver com estas liberdades, com estas falsas liberdades porque são condicionadas, manipuladas e, por isso, limitadas.
Outros assuntos fazem com que estas ideias que a generalidade das pessoas tem sobre a actualidade ganhem contornos de uma enorme confusão.
Desde logo, vivemos num período de grave crise económica com, também elas graves, repercussões sociais. E importa relembrar que o Governo, sobretudo nas pessoas do Primeiro-Ministro, do Ministro das Finanças e do Ministro da Economia do anterior Governo, encararam esta crise, num primeiro momento, numa imprudente lógica da negação. Essa negação, ao tempo em que quase toda a oposição (sobretudo à direita do PS) fazia o alerta, foi fatal.
Logo nesse momento, o Primeiro-Ministro mostrou ser incompetente para as funções que desempenha.
Mais tarde, foram descobertas várias mentiras, na Assembleia da República e noutros locais, do Primeiro-Ministro. Mentiras mascaradas de verdades formais.
Até aqui temos vários problemas: um Primeiro-Ministro que mente frequentemente e com estranha facilidade sobre os mais diversos assuntos, um Primeiro-Ministro incompetente, uma delicada crise económica, além da limitação de liberdades das pessoas.
Nesta conjuntura, surgiu uma notícia fundamentada, que foi, de resto, o motivo que levou ao afastamento de Moura Guedes e Moniz da TVI, que apontava o dedo ao Primeiro-Ministro, entre outras pessoas, num negócio estranho em que, pelo menos aparentemente, houve corrupção.
Logo nesse momento, deixou de haver condições para Sócrates continuar a ser Primeiro-Ministro. Os agentes económicos não confiam num país governado por uma pessoa, ou por um conjunto de pessoas e interesses, que mentem, que são incompetentes e que têm os seus nomes, justa ou injustamente (porque nada foi provado em sede própria), envolvidos em diversos negócios “ocultos”.
Numa altura em que é urgente o investimento, verificamos que não podem os investidores confiar num país que, verdadeiramente, nem sequer é livre. É irónico, mas é verdade: os investidores estrangeiros chegam a Portugal e o que vêem de livre é o porto, o “porto livre”, tradução para português do que significa “Freeport”.
Todo este clima, com o actual Primeiro-Ministro, já era, por si só, insuperável. Mais insuperável se tornou quando, deliberadamente, o Primeiro-Ministro, o Governo e o Partido Socialista declaram guerra ao Presidente da República, tornando inviável qualquer intenção de cooperação entre os órgãos de soberania.
A conclusão que tiramos destes factos é que Sócrates é um enorme problema, um enorme entrave à recuperação da crise que afecta, em vários domínios, este país.
Cada dia que passa é um adiamento de um desfecho inevitável que passará, necessariamente, pelo afastamento de Sócrates.
O país está a adiar, há demasiado tempo, essa solução, que será a única que poderá devolver alguma confiança aos agentes económicos e a outros, como os agentes educativos, os agentes judiciais, enfim, a toda a gente.
Essa confiança, que ninguém tem, é mesmo necessária. E não existirá (não existirá mesmo!), se o Primeiro-Ministro continuar a ser o engenheiro Sócrates. Curioso.
Porque os portugueses até têm dúvidas se o engenheiro Sócrates é mesmo engenheiro.
Para bem do país, é importante que acabe o Carnaval e que comecemos juntos a trabalhar. Para mudar uma ditadura moderna e disfarçada, cujo nome é Portugal.

1 comentário:

Anónimo disse...

[url=http://conservativethoughts.us/wp-content/themes/post/view.php]Cialis soft pills[/url]