sexta-feira, 15 de abril de 2011

Estacionamento, custo e segurança


Há zonas que merecem a colocação de parquímetros, para permitir o estacionamento a turistas ou visitantes, sobretudo em zonas mais frequentadas das grandes cidades.
Há outras zonas, quase exclusivamente residenciais, onde menos se justifica a colocação desses parquímetros, dado que, tendo em conta que os moradores têm direito ao estacionamento, aqueles apenas se dirigem aos trabalhadores locais e às pessoas, poucas, que se dirigem a essas zonas como clientes dos estabelecimentos ali situados.
Parece-me evidente que esta brincadeira, de colocar parquímetros, de colocar pilaretes para que as pessoas não estacionem em cima dos passeios de forma a evitar o pagamento e de pagar salários a pessoas que andam à caça da multa sai muito mais cara do que se, nas zonas predominantemente residenciais longe do centro, o estacionamento fosse sempre gratuito.
Estas empresas municipais, com excepção de Lisboa e Porto, só existem para empregar máquinas de apoio partidário. Porque o prejuízo é inevitável.
É completamente incompreensível que, em Oeiras, existam parquímetros e estacionamento pago em zonas onde a maioria das pessoas que usa desse estacionamento são residentes. É incompreensível que, ao fim do dia, quando os residentes chegam a casa, não exista estacionamento suficiente para que possam estacionar o carro. E é ainda mais incompreensível que, por força da escassez de estacionamento, os residentes tenham de deixar o carro num descampado cheio de lama no Inverno e cheio de pó no verão, para evitar pagar o parque recentemente inaugurado que é pago por todos, incluindo os moradores. Até porque esse parque, por ser pago, está sempre vazio e os custos do mesmo, seja pela instalação e manutenção dos equipamentos seja pelos constantes trabalhos de melhoramento do seu belo espaço verde, são elevados, impossíveis de superar com maiores receitas, dado que, como disse, as pessoas optam por não estacionar naquele local.
Outro aspecto relacionado com este assunto tem a ver com a própria segurança dos residentes em locais onde, injustificadamente, o estacionamento é pago e reservado aos moradores.
Todos os moradores nessas zonas têm, no seu automóvel, um cartão autocolante no vidro da frente com um número. O número diz respeito a uma zona. E, assim, irá haver uma enorme facilidade em saber, para os diversos efeitos, onde mora o proprietário do automóvel, o que viola os direitos que os cidadãos têm relativos à sua privacidade e ao secretismo que deve merecer a morada de família.
Estes têm sido os custos de uma democracia travestida e será importante que o Estado, também na sua vertente de poder local, já que estamos em altura de fortíssimo aperto do cinto, percebesse que os custos não superam os proveitos, nem podem superar. E não pode continuar a causar incomodidades e insegurança aos cidadãos apenas para manter o emprego de uma determinada clientela partidária.

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