sexta-feira, 29 de abril de 2011

Outro grande treinador


Talvez seja o homem que tem, nesta hora, menos destaque, mas é altura de fazer alguma justiça.
Roberto ainda muito verde, Maxi muito exprimido, Jardel ainda muito ao nível do Olhanense, Luizão com idade avançada, Gaitan sempre muito cansado, Jara muito fraquinho, Carlos Martins muito esforçado, Cardozo sempre muito atabalhoado, Saviola muitas vezes apenas a marcar presença. Destaques? Talvez apenas Coentrão (que Jesus inventou como lateral esquerdo), pela velocidade e pela manha, e Javi Garcia pelo músculo e atitude que traz ao meio-campo.
As alternativas também não são nada de especial. Júlio César merece mais que este Belenenses, mas não é guarda-redes para o Benfica. Sidnei é muito brasileireco. Airton está tapado pelo Javi e pela sua própria falta de experiência. Kardec ainda não cumpriu o que prometeu. César Peixoto, agora mais vezes titular, nunca passou o nível do medíocre. Felipe Menezes e Luís Filipe só lá estão para receber ao fim do mês.
Este plantel do Benfica, sejamos francos, é muito superior ao do Braga. Mas não é assim tão melhor que o plantel do Sporting, que se resume a três ou quatro bons jogadores incorporados num grupo de jogadores inexperientes e com valia insuficiente para jogar num grande clube de Portugal. Este plantel do Benfica não se compara ao do FC Porto, que conta com um onze de dimensão mundial e com alternativas relativamente capazes.
Nesse sentido, independentemente do que aconteça na segunda-mão em Braga (e em Dublin), há uma coisa que os benfiquistas não podem esquecer. As conquistas do ano passado e a luta que o Benfica (já sem Di Maria, Ramires e David Luiz) deu ao FC Porto durante esta temporada deve-se apenas à forma milagrosa como Jorge Jesus transformou um conjunto de jogadores banais, de segundas linhas e de jogadores em fase descendente da carreira numa equipa digna da camisola que veste. Sim, porque, apesar da rivalidade, a camisola do Benfica pesa. Pesa muito. E foi Jorge Jesus (e só Jorge Jesus) que a conseguiu dignificar nos últimos dois anos.
Cometeu erros em Liverpool e no Dragão, aquando do 5-0. Mas, se o Benfica não ganhou este campeonato, se foi eliminado pelo FC Porto da Taça, se for eliminado pelo Braga de Domingos ou na final de Dublin, isso não se deve, não se pode dever, ao único homem que, nos últimos vinte anos, pôs a Benfica, de facto, a jogar bom futebol. Com resultados. E títulos.
Dever-se-á à superioridade evidente da equipa do FC Porto e à sabedoria, prudência e frieza de Domingos (outro grande treinador) na preparação e análise do jogo.
O que Jesus fez no Benfica foi um milagre. É um grande treinador!

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