quinta-feira, 28 de abril de 2011

O 5 e a nossa televisão


Só há, na televisão portuguesa, um programa que costumo ver sempre.
O humor e as entrevistas do 5 para a meia-noite, na RTP2, ocupavam um espaço que não estava, nem está, preenchido.
Às quintas e sextas-feiras, por não estar em casa, não via o programa. Mas o mesmo não acontecia nos outros dias úteis, em que, sobretudo às quartas-feiras, não gostava de ser incomodado entre a meia-noite e meia e a uma e meia para poder ver o Nilton.
O programa teve, agora, nova interrupção. Voltará, provavelmente, com um orçamento ainda mais baixo, no mesmo horário, mas com a mesma qualidade, tanto no que toca ao humor, como às entrevistas, já que os apresentadores e os convidados, assim como toda a equipa responsável pelo programa estar no ar, garantem que o 5 é um programa que merece ser visto.
Eu acredito que quase tudo o que é português é muito melhor do que aquilo que nós, portugueses, pensamos que é. A televisão portuguesa é boa, mas pode ser melhorada.
Numa altura de crise, verificamos que a televisão continua, há já mais de dois anos, a discutir as mesmas coisas. Diz-se o mesmo de maneiras diferentes, em horários diferentes, em canais diferentes e por pessoas que são quase sempre as mesmas.
Faz falta algo que rompa com esse "mais do mesmo".
Nesse sentido, temos a sorte de poder contar, na SIC, com a qualidade de Daniel Oliveira, que nos emociona a todos nas brilhantes entrevistas que faz.
Mas faz falta o humor, a independência, o corte com o comprometimento. Sentimos saudades dos Gato Fedorento e, apesar do pouco tempo de interrupção, já começo a sentir a falta do humor à noite e, assim, do 5 para a meia-noite.
A televisão portuguesa não deve continuar a importar programas de entretenimento, a que a generalidade dos portugueses tem acesso, na versão original, via televisão por cabo. Menos ainda o deve fazer com a qualidade de que o país dispõe na área da televisão.
Apostem, também na televisão, em novos valores. Prefiram, também nessa área, o que é (bem) feito pelos portugueses.
O 5 para a meia-noite que, como disse, era o único programa que seguia regularmente, é um dos grandes exemplos da qualidade que não deixa de fazer falta à televisão portuguesa.
Que regresse. Rápido. Porque, no 5, é tudo à grande.

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