sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A greve


É um direito inalienável, que pode ser exercido por tudo e por nada, o tempo que se quiser.
Ao país, a greve de ontem custou, porém, 700 milhões de euros, correspondentes a cerca de 70 euros por português.
Sem nunca se ter percebido o fim que visava atingir, o que é certo é que toda a gente já percebeu, e bem, o fim que se atingiu.
Mais do que os 700 milhões, a greve de ontem custa vários postos de trabalho e, possivelmente, leva à necessidade de aumentar os impostos, para todos os portugueses, incluindo aqueles que foram, ontem, trabalhar.
No 25 de Novembro, dia da liberdade (ou será libertação?) e da democracia, o país acorda mais pobre do que no dia anterior. É triste. Mas não se pode menosprezar o real impacto de greves que, nesta conjuntura, não servem para coisa nenhuma.
Quem ontem fez greve esqueceu-se dos 700 mil portugueses que não a podem fazer.
Esqueceu-se do impacto que a sua recusa de trabalhar teria na sua empresa, no seu país, na vida dos concidadãos.
Por causa destes esquecimentos todos, e tendo em conta os atropelos necessários aos direitos dos trabalhadores, talvez valha a pena redefinir a greve, regulando-a de outra forma, muito mais rígida do que agora.
É que o país paga caro. E os portugueses também.
Vou ter de pagar os 70 euros, que é o que custa um trabalhador não querer trabalhar, que talvez seja o custo de um pequeno conjunto de charutos semelhantes àqueles que fuma o senhor que aparece na imagem anterior.
E quando se fala do inacreditável e impune buraco da Madeira, o que verificamos é que esse custa (apenas) uma semanita de greves.
O país não precisa de greves. O país não aguenta muitas mais greves.
Chega de não trabalhar nem deixar os outros trabalhar!
Ao trabalho, portugueses! Ao trabalho!

7 comentários:

Luis Santos disse...

Gostava de saber como é que se chega aos 700 milhões de euros!... vamos a ver:

- Quem faz greve não recebe o salário dessse dia, quantos salários é que não foram pagos?

- O consumo de energia /combustível que as empresas de transportes não tiveram de suportar e com os passes já pagos?

Será que quando se fazem contas ao que se "perde" também farão contas ao que não se paga?

Por mim, estou reformado e a reforma é de 710 €! Mas é uma curiosidade que sempre tive, é como é que se fazem estas contas!!!

De Silva disse...

700 milhoes??? por durante 1 dia uma parte da populaçao nao ter trabalhado, perdemos isso tudo?

Incrivel, quer dizer que Portugal factura e produz tanto como uma grande potencia europeia!! Maravilhoso!


Agora a sério, esses numeros estao totalmente inflacionados e basta ver o PIB portugues para o perceber.
Mas que era bom era..

António Lopes da Costa disse...

Sobre os 700 milhões, não é um número inventado. Foi o que foi divulgado.

Luís Santos disse...

Caro António Lopes da Costa

Não está em causa o post, apenas gostava de saber como o Ministro da Economia chega a esse valor! Apenas isto... como é mais novo do que eu, tenho 66 anos, e como terá mais facilidade nessa coisa de contas, talvez nos esclarecesse como é que com uma produtividade destas (700 milhões /dia) não saímos da crise!

Tente me ajudar esta dúvida e desde já, o meu obrigado!

Um grande bem haja

António Lopes da Costa disse...

Repito aquilo que disse, os 700 milhões são o número que o Governo avançou. Se está certo ou errado, não sei. Foi o pressuposto de que parti. Não tenho nem os dados, nem a qualificação suficiente para lhe dar a resposta que o Luís quer ter do Ministro da Economia.
Mas confesso que talvez possa ser, até, uma boa pergunta para que um dos deputados que o Luís elegeu lhe possa fazer.
De qualquer maneira, o número é acessório ao conteúdo do texto. Se fossem 100, 50, 10 ou 1 milhão era já muito dinheiro desperdiçado para um protesto que não leva a lado nenhum.
Devemos pensar no trabalho. Porque é o trabalho que traz salário. É o trabalho que gera a riqueza e cria novos empregos.
Numa altura destas, parece-me intolerável que haja gente que proteste por ter trabalho, por lhe cortarem 4 feriados, etc.!
Temos, isso sim, de puxar pela cabeça, de trabalhar mais e melhor, para conseguirmos melhores salários que possam tornar o país mais rico, incluindo pela via da redistribuição da riqueza.
Ao trabalho, caro Luis. Ao trabalho!
Eu é que lhe agradeço.
Outro bem-haja!

António Lopes da Costa disse...

Sobre os motivos da greve, deixe-me que lhe diga ainda, caro Luís, que me revejo totalmente na opção de aumentar a produtividade nacional e que compreendo os cortes, tendo em conta que apenas se destinam a cobrir as dívidas criadas pelas megalomanias dos dois governos anteriores, em que, obviamente, não votei.

Luis Santos disse...

Caro António

È apenas uma dificuldade minha, mas que diabo, ao que vou ouvindo e lendo a Espanha, a Itália (o FMI prepara 600 mil milhões!) a França que estão com uma enorme divida pública a poderosa Alemanha que está com alguma dificuldade em vender divida, será que também teriam tido os "nossos dois governos anteriores"???

Aquele bem-haja