terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Agora, e sempre, com Sá Pinto!



Costumo falar pouco, aqui no blogue, de conversas privadas. Não acho que sejam para aqui chamadas. E sempre considerei que, por amor ao Sporting, há certas coisas que podemos dizer em privado, mas que, em público, não as devemos divulgar.
É público que não votei em Godinho Lopes. É público que o apoio agora. E apoio esta direcção desde o dia em que fui confrontado com a real situação do clube e os desafios que hoje se nos colocam, factos que me foram transmitidos em privado, numa reunião para a qual fui convidado com os dirigentes do Sporting, incluindo o Presidente, no Estádio José de Alvalade.
Nesse mesmo dia, antes dessa reunião, e em privado, disse a um assessor do Presidente que Domingos era uma escolha de risco. É do Porto. Desde pequenino e sê-lo-á até morrer. Tem, pelo Porto, a mesma paixão que eu tenho pelo Sporting. E isso é doentio. 
Sendo um treinador do melhor que há e um profissional de mão cheia, Domingos foi uma das razões que me levou a não apoiar Godinho Lopes em Março do ano passado. Porque Domingos, em jogador, recusou-se a vestir a camisola do Sporting. E, enquanto jogador, não consigo tirar da memória um jogo em Alvalade, onde o Porto festejou o seu título, e em que essa equipa do norte venceu por 1-0 num penalty bem assinalado por falta de Iordanov e convertido por...Domingos. 
Essa tarde, que tinha sido trágica em Alvalade, e essa noite de derrota sportinguista frente ao Porto lembram-me parte dos piores momentos que vivi enquanto adepto. Lembro-me perfeitamente que, depois dos acidentes dessa tarde, fiz uma birra enorme porque a minha mãe não me deixou ir ao estádio, o meu pai, que vinha cansado da Chamusca, também não queria ir. E foi em casa que assisti a essa derrota do Sporting e à correspondente vitória do Porto e de Domingos.
Domingos, mesmo sendo um dos melhores treinadores portugueses, só tinha hipóteses no Sporting, se conseguisse vitórias e uma colagem aos primeiros classificados. Foi isso que eu sempre disse em privado. Aos meus amigos e a pessoas com responsabilidade na direcção do Sporting. 
Fez, ainda assim, um bom trabalho, era relativamente consensual e tinha um projecto a longo prazo que acaba por terminar demasiado cedo. A questão é que, no passado recente, me foi parecendo que o Sporting não tinha desistido de Domingos, mas que Domingos já tinha desistido do Sporting. Porventura, disse-o eu na passada quarta-feira, após a vitória frente ao Nacional, Domingos já estava a preparar o seu futuro. Isto, porque o Benfica vai ser campeão este ano, porque Pinto da Costa precisa de um sucessor para Vitor Pereira e porque, entre as hipóteses possíveis, Domingos e Pedro Emanuel são os seus mais prováveis sucessores.
Se foi isso que aconteceu, é uma derrota pessoal de Godinho Lopes. Se não foi isso que aconteceu, então parece-me que foi uma decisão precipitada, na medida em que, antes do tempo, Sá Pinto é chamado para treinar a equipa principal.
Fazendo, já, a transição do passado para o futuro, também me foi parecendo (em conversas que fui mantendo com membros de um grupo iniciado pelo meu amigo João Faria) que Sá Pinto seria, naturalmente, treinador do Sporting. Nunca pensei que fosse para agora. E o que temo é que esta chamada tenha sido feita cedo demais.
Numa altura em que só nos fazem lembrar da agressão a Artur Jorge e a Liedson, Sá Pinto é uma referência, personificando o ideal sportinguista que aqui recordo com frequência. Ele é o Esforço, a Dedicação e a Devoção. E, a juntar-se a isso, fez um bom trabalho na União de Leiria e um fantástico trabalho nos juniores, tendo vulgarizado, em pleno Anfield Road, uma equipa jovem do Liverpool. No campeonato, deixa o Sporting 13 pontos à frente do Benfica num trajecto que, em 22 jogos, faz somar 19 vitórias a 3 empates.
Na minha opinião, penso que o Sporting deveria procurar, para e equipa técnica, pessoas com outro tipo de qualificações que possam auxiliar o Sá Pinto. Mas é com Sá Pinto que eu estou a cem por cento, os mesmos cem por cento com que todos devemos apoiar o esforço notável que os actuais dirigentes estão a fazer para dar, ao Sporting, o futuro que o Sporting merece.
Conscientes da situação actual, honrados pela História que herdamos e extremamente motivados nesta missão de vida que é pôr o Sporting num lugar que nunca deixou de ser o seu, temos a obrigação de continuar, com calma, a caminhar de mãos dadas, atrás de Godinho Lopes e de Sá Pinto.
Com a mesma garra de Sá Pinto, gritamos, agora ainda com mais firmeza e determinação:
Força Sá Pinto! Viva o Sporting!

1 comentário:

moijeeu disse...

Gostei de ler o seu 'post' que me deixou mais confiante. Confesso que ando meio perdida neste mar instável que é actualmente o nosso Sporting. Não consigo ter uma opinião definida.
Confio que sabe do que fala acerca desta actual direcção. Esperemos por dias melhores.
Ass: Leoa Ferrenha