sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Um vazio


Numa bancada dividida, em que apenas metade o aplaude, é constrangedor ouvir Seguro, líder de um partido que governou quase ininterruptamente durante 15 anos e que, findo esse período, negociou um memorando de entendimento no sentido de assegurar ajuda externa, dizer que Passos Coelho, por governar o país há 8 meses, deve assumir as suas responsabilidades, como se Passos Coelho fosse, em todas as circunstâncias, um fanático pela austeridade.
Terminado o debate parlamentar, os portugueses partem para o fim-de-semana sabendo que o combate político em Portugal é hoje travado pelos partidos de governo e a extrema esquerda portuguesa, na sua vertente sindical (através da CGTP) e partidária (através do PCP e do PEV). O PS continua dividido em dois (o PS, Partido de Sócrates, e o PS, Partido de Seguro). Dividido, enfraquecido e vazio, o PS deixou de contar aos olhos dos portugueses. 
Ora, tendo em conta os resultados da governação do PS, esse pode ser um facto positivo. Mas, sendo certo que há pouca margem de manobra, seria, ainda assim, importante que, no centro político, houvesse uma alternativa forte e construtiva que ajudasse o país a enfrentar esta situação difícil onde Sócrates nos deixou antes de fugir para Paris.

Sem comentários: