quarta-feira, 21 de março de 2012

Greve?


Querem salário, mas não querem ter trabalho.
Querem que o país avance, mas não querem sacrifícios.
Antes disso, querem os privilégios. A juntar aos privilégios que foram somando ao longo de uma vida em que que, continuamente, o país foi sempre andando para trás.
Os sacrifícios que fiquem para os outros. Para os que trabalham mais, para os que nunca tiveram regalias, para os que nunca puderam poupar, para os que não conseguem ter trabalho.
Eu sei que a greve é um direito, que é inalienável. Sei isso tudo.
Mas também temos, sobretudo os mais novos, um direito à indignação que queremos exercer.
Exerço-o agora.
Somos um país cheio de História e Heróis. Que recordamos e homenageamos porque, é por causa deles, que somos grandes.
Mas também somos um país de gente que nunca trabalhou, que nunca quis trabalhar, que não viu a relação laboral como um sinalagma em que ao salário se devia fazer corresponder o trabalho. 
Estes também devem ser recordados. Porque foram eles que votaram, foram eles que fizeram e não fizeram, foram eles que viveram acima das possibilidades que o país lhes podia oferecer. É por causa deles que estamos onde estamos.
Greve? Porque não souberam poupar? Porque viveram acima daquilo que podiam? Porque não foram inteligentes? 
Greve? À custa do país? Dos jovens que não têm trabalho? Dos horizontes que deixámos de ter? 
Greve? Quando há gente que, por causa desses que pedem regalias em vez de trabalhar, passa fome no país?
Quem quer ficar, que trabalhe. E quem está mal, pois então que se mude.
Fazer greve, numa altura destas, já deixou de ser o exercício de um direito. É uma traição a Portugal e aos portugueses.
Amanhã é quinta-feira. É dia de trabalho. E todos vamos trabalhar. Para puxar o país para a frente. 
Vamos mostrar do que somos feitos. E vamos conseguir.
Custe o que custar!

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