sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

1 - a realização deste referendo


Em primeiro lugar, gostava de sublinhar que eu sempre discordei da realização deste referendo. Não por ter medo que a minha "resposta" à pergunta feita perca neste sufrágio, mas por julgar que este referendo só se vai realizar porque a esquerda, que apoia o SIM à despenalização da mulher, não aceitou o resultado da consulta popular, de 1998, que deu vitória ao NÃO.
A questão do aborto, neste momento, apesar de tratar sobre a vida humana, julgo não ser das mais importantes para a sociedade portuguesa, até porque há 8/9 anos atrás, o povo português já se pronunciou sobre esta matéria. Pergunto eu, se o NÃO vencer outra vez, haverá mais um referendo nos próximos dez anos? É que já parece que vai sempre haver referendos sobre o aborto, até o SIM ganhar e nesse dia deixará de se falar sobre este problema.
O que está em causa é a legalização do aborto até às 10 semanas de gravidez e não uma despenalização da mulher por ter interrompido, voluntariamente, a sua gravidez. Digo isto, porque, na minha opinião, não pode haver um crime sem pena e acabar com a penalização das mulheres por estarem a acabar com uma vida humana em desenvolvimento é, obviamente, legalizar o aborto (até às 10 semanas)!

Será que a solução do problema estará na legalização (ou chamem-lhe despenalização, se quiserem) do aborto?
Não, não está. Não é ao despenalizar a mulher por ter abortado que vai deixar de haver abortos clandestinos. Ao abortar, uma mulher vai ter, para sempre, no seu boletim de saúde, o registo do aborto que fez e muitas mulheres, talvez a maior parte, vão continuar a abortar clandestinamente.

Será que o problema do aborto está em torno do facto de ser clandestino ser mais perigoso para a vida da mulher e do feto?
Não, não está. Independentemente de ser clandestino, está provado que um aborto feito no melhor hospital do mundo pelo melhor médico será SEMPRE prejudicial para a saúde da mulher. Nós temos um Serviço Nacional de Saúde para proteger a vida e a saúde de todos os cidadãos e não é isso que acontece quando se aborta. Ao abortar, um médico vai decidir sobre a vida de duas pessoas humanas, a da mãe e a do filho. Vai terminar com a vida do filho e prejudicar a saúde da mulher.

Estará Portugal preparado para permitir que as mulheres abortem num estabelecimento de saúde legalmente autorizado?
Não, não está. Todos sabemos que, no nosso país, a lista de espera das pessoas que querem ser operadas ultrapassa o número das 227 mil. Tendo em conta que o aborto tem de ser feito num prazo de 10 semanas, será que as mulheres que querem abortar ficam em lista de espera ou será que passam à frente de toda esta gente (227.143 pessoas) que quer e precisa de uma fazer uma operação. Vamos abrir mais clínicas, além das que já existem e que, de acordo com os números, são ineficazes, ou vamos encerrar hospitais para se abrirem estes estabelecimentos de saúde legalmente autorizados para abortar?

O que significa a vitória do SIM neste referendo?
A vitória do SIM é a derrota da vida perante a morte. Por muito que se diga, continuo a achar que o feto que se encontra no interior do corpo da mulher, é uma vida humana.
Eu defino esse feto como uma vida humana em desenvolvimento, denvolvimento que culminará com o nascimento de uma pessoa. A vitória do SIM é dar às mulheres a possibilidade de decidirem sobre a vida e a morte. A vitória do SIM é negar o primeiro grande direito dos seres humanos, que é o direito a serem desejados pelos pais.

Quem deve assumir as responsabilidades quando há uma mulher que está grávida mas que não tem condições para sustentar a criança após o nascimento?
A solução deste problema não está no aborto. Na minha opinião é ao Estado que compete auxiliar estas mulheres, tentando dar às crianças as condições necessárias para poderem ter as mesmas oportunidades que todas as outras. Este referendo só acontece porque o Estado não desempenha correctamente as suas funções.

Relaccionado com o aborto, haveria alguma decisão que pudesse ir a referendo?
Na minha opinião, sim. A questão "aborto" poderia ser levada a referendo, sob outros moldes. Por exemplo, seria importante decidir sobre a penalização do homem, o pai. Penso que tanto os homens(pais) como as mulheres(mães) devem ser penalizados, com a mesma pena, porque ambos são responsáveis pela gravidez. Além disso, julgo que seria importante perguntar aos portugueses se acham, ou não, que para não se abortar bastaria um dos parentes não o querer fazer. Penso que bastaria um dos pais querer o filho para este nascer. No entanto, o aborto seria sempre um último recurso.

1 comentário:

Anónimo disse...

Entao es a favor ou contra a despenalizacao das IVG?