sábado, 4 de outubro de 2008

A crise e as obras públicas


Há vários anos que uma das palavras mais procuradas no dicionário político, financeiro e social é a palavra crise.
Hoje, mais do que nunca, somos forçados a falar dela constantemente.
E o que dizem, e disseram, os principais partidos políticos portugueses?
O PS diz que mantem a sua política, independentemente da crise que tomou conta da Europa e dos Estados Unidos. Os socialistas sempre negaram a chegada da crise e sem dinheiro, cá dentro e lá fora, insistem, com teimosia, na construção de um conjunto desmedido de obras públicas. Reconheço que aquele marcha-a-frente e o marcha-atrás, Ota-Alcochete, teve até graça. Mas insistir na construção de obras megalómanas, das quais o país vai recolher um proveito relativamente reduzido, começa a tornar-se numa autêntica desgraça.
O PSD, pela voz da sua líder, logo na primeira entrevista televisiva, disse que não havia, nem se encontram formas de haver, dinheiro para construir várias das obras que o Governo Socialista quer construir. Os jornais, logo, disseram que era um discurso destrutivo e pessimista, argumento que o PS também utilizou. Hoje, essa ausência de dinheiro para gastar em estupidezes é notícia de capa nos jornais.
É evidente que o país não pode parar. É evidente que Portugal precisa de obras públicas. Mas qual é o país que não precisa? Mas não se pode gastar o que não se tem, nem aquilo que não podemos pedir emprestado, porque esses empréstimos vão conduzir o país ao mais profundo dos pântanos.
Hoje, percebe-se que o PSD não foi pessimista. E que Sócrates não tinha razão, quando defendeu que as políticas do governo não mudariam por culpa da crise financeira global. O PSD foi realista. E disse a verdade.
Engraçado que quando há qualquer problema, para os socialistas, a culpa é sempre do partido que está na oposição ou do resto do Mundo. Nunca é nada com eles! Como se não fossem eles que governam Portugal há mais de três anos. E que governaram mais de 10 anos nos últimos 13.
Para os socialistas, tudo é um mar de rosas. O défice é culpa de Ferreira Leite. As dívidas de Lisboa são de Santana Lopes. O país está como está porque o PSD e o CDS nos três anos que estiveram no governo não resolveram os problemas. Não há dinheiro para obras públicas porque os Estados Unidos e a Europa enfrentam uma crise financeira. A criminalidade é culpa dos bandidos. Só falta dizer que os atrasos do INEM e as listas de espera nos hospitais é culpa das pessoas que chamam as ambulâncias e que estão doentes!
Nunca é nada com eles. Nunca assumiram responsabilidade por nada. Só pelos computadores que estavam prontos há algum tempo, mas que são distribuídos agora. Como se os Magalhães resolvessem o problema de fundo da educação em Portugal...
Sejam responsáveis. Sejam sérios. De uma vez por todas, GOVERNEM!

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