“Cumpramos as nossas responsabilidades!”
Salazar Carreira, quando escreveu os eternos Mandamentos do Sporting, pedia aos sportinguistas que respeitassem aqueles que nos representam.
É muito mais fácil dizer como se deve jogar, quando não se joga.
É muito mais fácil dizer o que o treinador deveria ter feito, sobretudo depois do final do jogo.
É muito mais fácil criticar, em vez de dar a cara, pegar nas rédeas e galopar para a frente.
E é muito mais fácil quando se recusa sofrer, quando se abdica de fazer centenas de quilómetros para apoiar o Sporting numa daquelas deslocações aos estádios pequenos e sem condições, sobretudo agora que a chegada do Outono já começa a fazer sentir o tempo frio e a chuva.
À primeira contrariedade, o caminho mais fácil passa sempre por atirar a toalha ao chão e virar as costas às responsabilidades que os sócios e adeptos também têm.
Nós, cá fora, teremos de reconhecer que não temos, nem teremos nunca, a capacidade para jogar futebol na equipa principal do Sporting.
Não temos os conhecimentos, o sangue frio, a capacidade para que possamos treinar o clube do nosso coração.
Ora, se não temos a capacidade para jogar ou para treinar, e tendo em conta a conjuntura em que o (ainda) novo presidente encontrou o Sporting, como é que, com a cabeça fria, lhe poderemos apontar o dedo?
Estamos, nesse aspecto, a meio de um caminho que não tenho dúvidas de que será percorrido. Teremos o tal pavilhão, que durante sete anos nunca avançou. Teremos maior saúde financeira. Teremos mais capacidade para competir com os nossos adversários, porque acredito de que, com o trabalho feito, iremos ter mais meios.
Quanto ao futebol, ao futebol jogado, verificamos que houve, dentro daquilo que foi possível, um esforço notável para afastar os pesos mortos e a mediocridade. Ao plantel, acrescentou-se-lhe valor. Mas como pode uma situação mudar completamente de um ano para o outro?
Quantos anos demorou o Benfica a ser campeão nacional? Quantos anos estiveram fora da Liga dos Campeões? Quantos milhões gastaram?
Sejamos razoáveis.
O Sporting, agora, tem presidente. A tempo inteiro.
O Sporting, agora, tem treinador. Com garra e ambição.
O Sporting, agora, tem um director-desportivo. Que acabou com os tais “bufos”, que nós aqui, e às cegas, tanto criticávamos.
O Sporting, agora, tem uma equipa. A quem falta amadurecer defensivamente, um avançado finalizador e a tal pontinha de sorte, que nos fez empatar, em casa, com a Olhanense.
O Sporting, agora, vê, nas suas claques, o empenho que não via há já algum tempo.
Falta qualquer coisa? Pois claro que falta. Estamos a meio do caminho.
Mas é agora que vamos abandonar o barco? Da minha parte, abandonar o barco do Sporting? Nunca! Gosto demasiado para “saltar” fora.
Vou lá estar, a remar com toda a força, para que a corrente, que tem estado contra nós, não nos impeça de chegar onde queremos.
Se há ideias diferentes e alternativas, pois que sejam apresentadas e debatidas nos locais próprios. A seu tempo.
Mas cada um cumpre as suas obrigações. E nós, sócios e adeptos, também temos as nossas. Apoiar a equipa do princípio ao fim.
O Sporting é nosso grande amor. E há-de assim ser até à morte.
Domingo, compareçamos todos em Alvalade. Vamos criar um clima favorável, que motive a equipa e a embale para muitas vitórias.
Estou convicto de que juntos, todos juntos, nós, que somos o Sporting, vamos dar a volta!
António Lopes da Costa, sócio nº 52052, com Lugar Especial desde 2003
Nota: por lapso, em vez de Salazar Carreira escrevi, na crónica publicada, Salazar Correia. Enviei já um e-mail no sentido de que esse erro fosse rectificado. Pelo lapso, peço desculpa.
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