quinta-feira, 4 de novembro de 2010

E ao ver-te Lisboa, Lisboa...(II)


Por princípio, sou a favor do avanço.

Para mim, as coisas têm de andar para frente.

Acho que, do Marquês de Pombal até ao rio, há ainda uma Cidade para ser sonhada.

Luz, movimento, vida. É o que falta naquela zona de Lisboa.

E, assim sendo, sou também a favor da reabilitação dos prédios, do repovoamento, do incentivo à economia. Aquela é a grande montra da Cidade e do País. E Lisboa, olhando para como ela está em algumas zonas, está a cair de podre.

É absolutamente inaceitável que se continue a permitir que em zonas simbólicas como estas, e também como em toda a Avenida da República, existam prédios ao abandono.

Aliás, se bem se lembram, esse trabalho, exigente mas que se exigia, começou a ser feito.

Porque estamos a falar da capital de um país, de uma capital histórica, muito sonho precisa de ser sonhado, muito dinheiro precisa de ser investido, muito trabalho há para ser feito.

No que respeita ao Hotel Internacional, à ideia de ter ali um hotel, por princípio eu também seria a favor. Mas aqueles prédios não são da CML nem da Sociedade Lusitana de Hotéis. Aqueles prédios têm proprietários, que assinaram contratos com fins específicos. E uma coisa é a Câmara ajudar no processo. Outra é, por baixo da mesa, ser cúmplice da quebra de um acordo, escrito e assinado para fins diferentes.

Tivesse isto acontecido noutra altura, e nem se falava do Orçamento de Estado. Falar-se-ia do escândalo do Hotel Internacional e da extravagância do Presidente da Câmara.

Agora não. Tudo passa entre os pingos da chuva. Mesmo até quando não chove.

3 comentários:

Anónimo disse...

o que é que aconteceu com o Hotel Internacional?

João António disse...

Há um selo para si lá no meu canto.
É um apreço pelo seu espaço.
Abraço

António Lopes da Costa disse...

Anónimo, lamentavelmente não estou a encontrar nenhum link para a notícia. Basicamente, imagine que é proprietário de um imóvel e que existe um contrato de arrendamento. O que aconteceu foi que nesse lugar, que era seu, não cumpriram o previsto nesse contrato e que, naquele seu imóvel, instalaram um hotel. Sem alteração do contrato e, sobretudo, da renda que tinha a receber. E com o apoio da Câmara!...

Obrigado João! É uma satisfação enorme estar nessa lista. Está também, e como sabe, nas minhas referências "blogosféricas". Um abraço