segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Critérios

Pessoalmente, não gosto de desculpas.
Aliás, entre ter um mau treinador no banco ou não ter treinador nenhum, talvez até seja preferível manter distância do mau treinador.
Mas há uma coisa que precisa de ser dita.
Um derby é sempre um derby. Sempre, mesmo quando o Benfica não tem hipóteses de ir além do segundo lugar. Mesmo quando o Sporting não tem meios para chegar acima do terceiro. Mesmo que seja jogado a uma segunda-feira fria e possivelmente chuvosa.
E o calor do derby avivou-me a memória.
Paulo Sérgio não estará no banco do Sporting porque foi castigado. Foi bem castigado. Apesar de reagir a uma arbitragem miserável do Benquerença, a única que aqui mereceu a minha contestação, e depois deste ter "roubado" um golo ao Sporting e assinalado falta após duas simulações, a reacção descontrolada de Paulo Sérgio, ao entrar em campo e confrontar, por palavras, o árbitro, foi um um comportamento que não o dignificou a ele, não dignificou o Sporting, tirou dignidade ao desporto e, por isso, merece ser castigado.
Mas o que disse para Paulo Sérgio vale para Jorge Jesus, que agrediu um jogador do Nacional da Madeira em pleno relvado, em directo para o mundo, num gesto que as imagens não deixam dúvidas. Num texto que escrevi, e tendo como antecedentes os casos de Hulk e Vandinho, julguei que Jorge Jesus iria merecer, pelo menos, o castigo com que Scolari, então seleccionador nacional, foi sancionado por instâncias internacionais. Pensei que iria, também Jesus, mesmo que seja treinador do Benfica, ser castigado. Com penalização idêntica.
Não foi.
E isto não pode deixar de merecer uma reacção.
Porque Jesus teve um gesto idêntico ao de Scolari, parecido com os de Hulk e Vandinho.
Não foi castigado.
E Paulo Sérgio, só por treinar um clube diferente, por muito menos, não vai poder estar no banco. Por castigo.
Se houvesse coerência e justiça, este derby de segunda-feira entre um segundo e um terceiro classificado sem aspirações nenhumas de subir na tabela continuaria a ser um derby. Sem treinadores no banco.
Volto, agora, ao ponto por onde comecei. Independentemente das lesões e dos castigos, não há desculpa. Porque um derby é sempre um derby. É para ganhar!

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