quarta-feira, 13 de abril de 2011

Nobre? Será mesmo possível?



A escolha de Fernando Nobre para encabeçar a lista de deputados por Lisboa e para se candidatar à Presidência da Assembleia da República (??!!) faz-me lembrar os tempos da primária em que a professora nos pedia para fazermos redacções para dizer as mesmas coisas que outros já tinham dito ou escrito, explicando por "palavras nossas".
Nessa altura, há já vários anos, eu pensava sempre: "se o que quero dizer já foi dito, por que razão hei-de dizer as mesmas coisas, utilizando sinónimos para tentar exprimir um pensamento que já foi transmitido, ainda por cima por gente mais experiente que eu?".
Quanto à questão Nobre, que tem suscitado várias nobres questões, não posso, por isso, desviar-me muito daquela que é a opinião dos meus companheiros de partido e dos concidadãos que, não sendo filiados neste, mantêm alguma coerência de pensamento e sensatez.
De facto, Nobre apoiou o Bloco de Esquerda em 2009.
De facto, Nobre apresentou-se como candidato a Presidente da República em 2010.
De facto, Nobre foi a essas eleições, apresentando-se com ideias de esquerda numa lógica contra os partidos, nomeadamente os que têm representação parlamentar. E fê-lo já neste ano de 2011.
Entretanto, fez duras críticas a Durão Barroso, que não apoia como Presidente da Comissão Europeia. Fez duras críticas a Cavaco Silva, apoiado pelo PSD. Fez duras críticas ao PSD, às ideias que o PSD defende, e ao Partido Popular Europeu onde se integra o PSD.
Neste contexto, que é prático, concreto, factual, convidar Nobre é mais absurdo do que convidar o Jel dos Homens da Luta, que nunca apoiou qualquer partido nem nunca fez afirmações públicas tão "complicadas" como aquelas que, recentemente, Nobre fez.
Mas mais criticável do que convidar Nobre para ser deputado é assumir que será candidato a Presidente da Assembleia da República (repito ??!!), já que é um homem sem prática nem experiência parlamentar e aquele que, com alguma notoriedade, pior tem dito sobre aquela Casa, sobre os deputados e partidos que nela tomam lugar.
Neste sentido, discordo de quem diz que, com esta questão, apenas se critica o homem que dizia que só um tiro na cabeça o afastaria de Belém. Também é criticável, e com justiça, a escolha que Passos Coelho fez. Criticável e preocupante quando se sabe que os últimos três líderes do PSD, esses sim definitivamente social-democratas, rejeitaram o convite da Direcção Nacional do Partido.

2 comentários:

maria disse...

É por isto e por muitas outras coisas que o PSD está como está...

Bj :)

João Santos disse...

Com 2 aventais no cimo da lista, eu vou entrar em retiro espiritual.