sexta-feira, 8 de abril de 2011

Pelos vistos, já não é de agora!


"E assim se passa, defronte de um público enojado e indiferente, esta grande farsa que se chama a intriga constitucional. Os lustres estão acesos. Mas o espectador, o País nada tem de comum com o que se representa no palco; não se interessa pelos personagens e a todos acha impuros e nulos; não se interessa pelas cenas e a todas acha inúteis e imorais. Só às vezes, no meio do seu tédio, se lembra que para poder ver, teve que pagar no bilheteiro!" Eça de Queiroz

Bom fim-de-semana!

3 comentários:

good churrasco ó auto de café.... disse...

pelos vistos esta é a 3ªtranscrição igual que vi nos últimos 6 meses

repetimo-nos muito num é?

João Santos disse...

António: a mesma corja que levou à falência de Portugal, durante a Monarquia Constitucional, é a mesma que hoje (ds)governa o país.

Daí que a cena que Eça descreve é a mesma desde 1820/1834: o povo paga a vida de marajás de uns, que se apropriaram do Estado.

É o resultado da aplicação do «Liberdade, Fraternidade, Igualdade», esqueceram-se de dizer que era só para eles: os outros são menos iguais, logo...

António Lopes da Costa disse...

Louva a Greve Permanente em Deus, foi a primeira vez que publiquei esta transcrição de Eça de Queiroz. É possível que a tenha lido noutros locais. Se assim foi, nos últimos seis meses, por alguma razão será.

João, é verdade! De qualquer maneira, andamos há centenas de anos à procura de um modelo perfeito, de um sistema político que permita tirar proveito dos recursos de que dispomos. Hoje, em relação a esse tempo, temos muito menos recursos. Oxalá que, daqui a várias gerações, não estejam os nossos netos e bisnetos a fazer transcrições de autores muito antigos.

Bom fim-de-semana!