terça-feira, 4 de outubro de 2011

A luta sindical


Os jovens do meu tempo têm vindo a ganhar uma aversão aos sindicatos. Essa aversão não se deve ao desconhecimento da importância que as forças sindicais tiveram ao longo da História, sobretudo no século XIX, nem à lógica (hoje em dia, apenas teórica) de sentido construtivo na relação entre os representantes do Estado ou das empresas e os representantes dos trabalhadores.
De facto, hoje, os sindicatos, sobretudo aqueles que são mais mediatizados, continuam presos a um passado ultrapassado. Nesse sentido, não acrescentam nada de construtivo ao diálogo social. Em vez disso, reivindicam direitos, que sentem como adquiridos.
Os jovens do meu tempo não podem perdoar isso aos sindicatos, porque é essa lógica, de direitos adquiridos, que fará com que a minha geração (e, porventura, a que a seguirá), querendo ficar em Portugal, não consiga ter, a nível laboral, os direitos mínimos de uma sociedade suficientemente desenvolvida do século XXI.
Falta, aos sindicatos, além de uma atitude construtiva, um mínimo de sensatez. Numa conjuntura económica como aquela em que o país se encontra mergulhado (muito por força de uma vida acima das possibilidades e de uma demasiada protecção a um conjunto de direitos dados por adquiridos), é preferível reduzir salários, despedir alguns trabalhadores numa lógica de reorganização e racionalização de recursos. Uma atitude em sentido contrário, que conduziria ao fim da empresa, teria efeitos ainda piores: para o Estado, para o empregador, para os trabalhadores e para os demais stakeholders.
Os sindicatos, que hoje se assemelham a partidos de esquerda anti-construtiva, podem reverter esta situação. Veja-se, por exemplo, a atitude de António Chora, homem de esquerda, na Autoeuropa. Veja-se o exemplo da postura dos trabalhadores dessa empresa. Vejam-se os casos em que os trabalhadores apresentam planos de recuperação das empresas, por exemplo, na área dos transportes. Esses, sim, são os exemplos a seguir.
A luta pela luta não nos leva a lado nenhum...

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