segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O Benfica e o Sporting


Quando o Benfica vier visitar Alvalade, iremos disponibilizar-lhe o número de bilhetes que nos for imposto, número que poderá ser, ou não, alargado em função da conjuntura desportiva. Iremos disponibilizá-los a um valor que tenha em atenção a procura e a conjuntura económica. Mas não iremos montar redes "de segurança" tipo jaula, nem pô-los só no piso de cima, pondo em causa a sua segurança, assim como a segurança dos nossos adeptos que estiverem no piso de baixo.
Estarão benfiquistas na bancada A e na bancada B, uns em cima dos outros. Iremos tratá-los com a mesma dignidade com que recebemos os nossos adversários. Proporcionaremos-lhes, também a eles, as condições de segurança necessárias e os meios possíveis para fazerem a sua própria festa. Não sendo propriamente convidados, serão tratados como tal. Porque são, também eles, parte da festa que queremos fazer dos jogos de futebol.
Não iremos impedir a entrada de bandeiras, não lhes iremos apreender material que não seja ofensivo nem perigoso. Entrarão no estádio com prioridade, como é a nossa regra.
Não ficarão uma hora à espera para entrar. Por imperativos de segurança e porque somos obrigados pela polícia, ficarão mais tempo no estádio para sair. Mas, no fim do jogo, não lhes iremos apagar a luz, não iremos ligar a rega, seja qual for o resultado.
Tratá-los-emos como eles não nos tratam a nós. E não é subjugação. É educação. É ser elevado e cultivar o desporto enquanto festa. Enquanto festa de todos, incluindo aqueles que são nossos adversários.
Não iremos falar deles como se fossem bichos. E não mandaremos símbolos nossos virem dizer que são bimbos, parolos, mal cheirosos, ignorantes. Não responderemos também às imundas declarações dos símbolos deles quando dizem que nos odeiam porque somos elitistas e racistas. Nem aproveitamos para dizer que racista é o trinco deles que chamou macaco a um jogador do Braga.
Não. Nós somos diferentes. E temos a frieza e inteligência suficientes para não baixar a determinados níveis. Somos racionais. Somos seres humanos. Não somos seres selvagens nem vivemos na selva. Em vez disso, somos sportinguistas.
Se é para responder, pois que o façamos como fizemos no andebol este fim-de-semana. Com um resultado amigo de 26-17, só para não cansar muito.
Quanto ao jogo, queremos ganhá-lo. Ficaremos tristes, se perdermos. Ficaremos contentes, se ganharmos. Poderemos ganhar. Poderemos perder. Mas não perderemos a identidade, não perderemos a dignidade, não perderemos até a superioridade. Porque não descemos, porque nos recusamos a descer, ao nível deles.
Somos e seremos sempre diferentes.
Viva o Sporting!

4 comentários:

Fábio Leão disse...

Esses miseráveis tinham as bilheteiras vazias e os bilhetes em Alvalade já esgotaram. Em duas horas e meia voaram os 3500 bilhetes e tive de ir à Luz comprar o meu e sabes o que vão fazer? vão meter 7000 pessoas do sporting numa espécie de jaula lá em cima num espaço que só dá para 3500 pessoas ou então ficam 3500 sportinguistas no meio dos lampiões! eles não pensam na segurança, não pensam em nada, são ignorantes rancorosos! e depois queixam-se que há tareia! se estivessemos todos juntos num espaço normal, nunca iria haver! miseraveis!

Primeiros a nascer, últimos a morrer! SPORTING SEMPRE, JUVE LEO COVA DA BEIRA

maria disse...

Não basta dizer que somos diferentes, temos que ser mesmo diferentes...nas atitudes, nas cantorias e nos "nomes" que dizemos.

Duas vezes por ano vejo as claques do Sporting e do Benfica passarem junto à minha janela...há diferenças entre uma e outra, mas não são tantas assim.

Boa sorte Sporting :)))

Bjs :)

António Lopes da Costa disse...

Continuo a pensar que a forma de encarar o desporto é diferente. Mas há uma coisa que, já agora, gostava de realçar.
Tanto em Alvalade como na Luz, o público (e o público é o povo) tem feito grandes festas nas bancadas. Estou certo que o público, no jogo do próximo fim-de-semana, se empenhará em fazer uma grande festa, com desportivismo.
O que condeno é a atitude de quem dirige, nomeadamente na segurança. Que apoio se pode prestar a uma equipa quando se está fechado num beco? Estão 55000 nas bancadas e 3500 num beco. Quanto à questão dos bilhetes, pelas boas relações que aparentam, continuo a pensar que o Benfica, com respeito pelos seus sócios, deveria ter entregue mais bilhetes ao Sporting. Isto, por uma razão: a festa, de uns e de outros, iria ser maior. E o futebol é uma festa.
Quanto à "jaula", ela põe em causa quem, estando lá dentro, está ali por desportivismo. Nas claques do Sporting, como nas claques do Benfica, existem delinquentes. Se 10 desses arranjarem desacatos, os restantes que nada fizeram não têm como se proteger, dado que a polícia não olha a quem bate. Não está preparada. Não estamos prevenidos para isso. Aliás, eu próprio já sugeri, aqui neste blogue, a criação de uma polícia especializada para as claques, como existe em Itália, porventura com uma reorganização dos recursos humanos disponíveis nas forças de segurança e defesa.
Em todos os sentidos, esta foi uma péssima decisão da direcção do Benfica.

Abraço e beijinho

Alexandre Poço disse...

Concordo contigo, António! Excelente texto. Abraço e amanhã lá estarei em Alvalade a apoiar o nosso Sporting :)