sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Demasiado fedorento


Todos nós sabemos que o Ricardo Araújo Pereira é o rei da comédia em Portugal. O programa dos Gato Fedorento na RTP tem brincado com temas importantes da sociedade portuguesa e um deles é o aborto. Na função de comediante, Ricardo Araújo Pereira, em conjunto com a restante equipa do Gato Fedorento, fizeram um "prós e contras" a brincar com o aborto. Sendo um programa de humor teve muita graça. Além desse programa, o programa voltou a ter o aborto como tema no "movimento dos indecisos" e com o momento em que Cavaco Silva se dirigiu aos portugueses para anunciar a data do referendo. Mas uma coisa é a comédia. Outra é quando se utiliza um artigo numa revista para se dirigir a uma família com 5 crianças, de uma forma dura e até agressiva.

Foi isso que aconteceu no artigo de Ricardo Araújo Pereira, na revista Visão. Diz o artigo que uma criança com 5 anos tinha visto o Ricardo na televisão, numa iniciativa que pretendia o voto SIM no próximo referendo. Tendo 5 anos, a criança não sabe o que é um aborto, nem sabe o que é a despenalização ou liberalização do mesmo. Então um irmão dessa criança explicou-lhe que o Ricardo era a favor de que uma mulher grávida possa matar o filho, sem qualquer impedimento, em todas as circunstâncias. O Ricardo diz que isso é homicídio e tenta ridicularizar aquela família por não ter explicado à criança o que, de facto, o Ricardo defende. Mas uma criança não consegue, nem se pede que perceba, o que é que está em discussão nesta altura. Foi um artigo excessivo e inútil, na medida em que, se a intenção era fazer campanha pelo SIM, não trouxe nada de novo, nada que pudesse ajudar as pessoas a irem votar e em que votar. Penso que ficou claro que este elemento dos Gato Fedorento tem uma característica que, de resto, todos os elementos do "SIM" têm: não aceitar a opinião dos outros. Porque se aceitassem, o Ricardo não escreveria este artigo e este referendo não iria acontecer, pois só aconteceu porque há 8 anos se fez a mesma pergunta, à qual os portugueses responderam NÃO.

1 comentário:

João Faria disse...

Também não deveriamos esperar mais de um grupo que goza exaustivamente com Pinto da Costa e com Paulo Bento,mas que quando acontece o arresto dos bens de José Veiga, o maior motivo de gozo possível,encheram-se de medo.

São uns tristes!