segunda-feira, 2 de abril de 2007

O anonimato e uma série de conselhos


Já tinha percebido há muito que grande parte das pessoas quando vão ao estrangeiro se sentem envergonhadas por serem portuguesas, mas só agora percebi que há também muita gente, cada vez mais, que tem vergonha do próprio nome. Só por isso é que compreendo o anonimato de tantas mulheres e homens que todos os dias falam e comentam na blogosfera.
Eu nunca tive ou terei vergonha de ser português. Confesso que as únicas vergonhas que tenho são duas: a primeira é quando digo que sou militante do PSD e me falam do Marques Mendes e a segunda é sempre que vou a casa de alguém e não conheço bem as pessoas. Acho que muitos dos leitores deste blog partilham as mesmas vergonhas.
De resto, quando se fala de sexo, sou homem. De países, sou português. De futebol, sou do Sporting. De sexualidade, sou heterossexual. De política, sou de centro-direita. E o meu nome é António. Toda a gente sabe isso. Não é algo que me faça ter orgulho de mim próprio falar das minhas convicções enquanto António. Pelo contrário, julgo que toda a gente devia ser assim, porque só sabendo quem são as pessoas é que conseguimos construir um debate mais sério. Senão é como falar com uma pessoa invisível, que aparece e desaparece quando dá jeito. Mas os anónimos têm medo do quê, afinal?
Estive a reflectir. Desde Novembro que tenho lido vários comentários numa tentativa de causar um clima de “guerra-fria”, com ameaças e insinuações graves. Mas todas elas eram escritas por anónimos. Sinceramente, nunca dei grande importância a ameaças e nunca me senti pressionado para escrever. Também nunca perguntei a ninguém se devia publicar um único post. Mas para quê tanta ameaça? Tanto se escreve sobre o Isaltino e sobre o Luís Filipe Menezes. Mas para quê andarem dias após dias, meses após meses a tentar fazer guerras pessoais? É por isso que os portugueses não acreditam na política…
Todos somos diferentes e se há coisa que respeito muito é a diferença. Sei que isto não é muito bem compreendido pelas pessoas que apoiam os líderes actuais do meu Partido, mas é assim que eu sou. A única coisa que eu acho é que em vez de se reprimir a diferença, se devia trabalhar mais e melhor. Ora, é exactamente ao contrário disto que o PSD tem actuado, perdendo o tempo a combater os companheiros de partido, governando mal em várias cidades, como é o caso de Lisboa, que, por sinal, é a maior Câmara do país. Assim, o PSD desce, constantemente, nas sondagens.
Agora, não me venham cá falar mais em credibilidade e em coerências porque isso é seguir o caminho do PS, que mentiu aos portugueses para ganhar as eleições. Quanto aos temas mais importantes para a sociedade portuguesa, o PSD tem de ter posições. Não é ser mais ou menos, mas ter uma atitude de mais interesse e sem medo dos resultados. O PSD deve viver em função da sua ideologia e nunca em função dos resultados.
O anonimato é uma cobardia. A perseguição política em nada ajuda o PSD. E as ameaças já não são próprias para pessoas com a idade dos visitantes deste blog. Acabemos com a “política light” dos almoços e dos jantares e falemos dos problemas do partido e do país.
Mas já é tempo de se mudar de atitude. Ou melhor, de ter uma atitude. Séria e de futuro. Para ganhar 2009.

1 comentário:

Anónimo disse...

"coração que bate forte só para te ver
contigo, em toda a parte, eu iré..até morrer.
Força Sporting, de Lisboa, meu grande amor!" (Juve Leo)

;)