quarta-feira, 16 de junho de 2010

Esta não é a altura...


Não é altura para falar do que disse Deco depois do jogo. Porque Deco não é seleccionador português. Nem sequer é treinador. Nem português.
Também não é altura para perguntar o que foi que os brasileiros naturalizados trouxeram de novo à selecção portuguesa. Seria injusto. Apesar do jogo de ontem, ajudaram bastante a equipa no passado.
Não é altura para pergunta qual a razão de João Pereira ter ficado em Portugal. Apesar de Paulo Ferreira não ter feito um corte em 90 minutos de jogo.
Ainda não é a altura certa para perguntar por que motivo, entre 23 jogadores, Portugal só tem dois avançados.
Podia também perguntar qual a razão de Miguel Veloso ter ficado hora e meia sentado no banco, quando podia marcar aqueles três cantos que o Simão ofereceu ao adversário ou resolver o jogo num livre directo certeiro do lado direito de quem ataca.
Existe uma desolação enorme nas ruas do país pela prestação cinzenta da selecção nacional no seu jogo de estreia. E Portugal, confio eu, vai passar à fase seguinte.
Mas, para isso, tem de apelar às ninfas.
E não pode caír na tentação de criticar a FIFA, porque é a FIFA que organiza a competição.
Nem criticar a protecção que Drogba levava, porque, nos melhores campeonatos do mundo, há jogadores que jogam com protecções. Veja-se, por exemplo, o guarda-redes do Chelsea ou o médio defensivo do Inter de Milão. Ou até Vukcevic, do nosso campeonato, que jogou com uma protecção no ombro.
E não. Empatar com a Costa do Marfim não é um bom resultado.
Quando se falha, assume-se as responsabilidades. E levanta-se a cabeça. É isso que os jogadores dizem quando falham objectivos nos jogos. É aquele discurso universal.
Mas é mesmo isso que Portugal tem de fazer: assumir responsabilidades e levantar a cabeça. Se assim for, ganharemos à Coreia da Norte com uma perna às costas e surpreenderemos o Brasil no último jogo.
É nisso que temos de pensar agora: ganhar o(s) próximo(s) jogo(s). Custe o que custar. Foi isso mesmo que pensaram os heróis portugueses quando, com tácticas bem montadas, se fizeram ao mar e conquistaram por esse mundo fora.
Que esses heróis sejam a grande inspiração dos "navegadores" portugueses do século XXI.

3 comentários:

maria disse...

Não António, nem sequer esta é a altura para se saber o porquê do Nani ter vindo embora antes do Mundial começar...já falam muito nisso e onde há fumo...

Bjs :)

luis cirilo disse...

Sobre a questão dos naturalizados,independentemente do que deram e dão á selecção, partilho das opiniões de Figo e Mourinho sobre o assunto.
Quanto ao resto creio que Queiroz vive já em desnorte irremediável.
Incrivel a insistência em Pepe.
Incrivel que apenas tenha levado dois pontas de lança e com um deles preso por arames e vindo de umas férias em Copacabana.
Incrivel não ter uma unica alternativa a Deco.
Incrivel a utilização de Ruben Amorim chegado a Joanesburgo via Dubai.
Que desmoralização para os que fizeram toda a preparação na Covilhã.
Incriveis os receios,o conservadorismo, os laterais amarrados a ordens para não subirem.
Incrivel nada ter efeito para alterar tácticamente o jogo.
Sinceramente,António,começo a desconfiar que nem á Coreia ganhamos!
Mas,como a esperança é a ultima a morrer,pode ser que esta situação de quase mata-mata nos ajude .
Temos é de fazer alguma coisa por isso...

Martinho Sousa disse...

Nas últimas grandes competições internacionais, acreditava que Portugal podeia ganhar a qualquer equipa. Este ano acho que nem eu, nem ninguém acredita nisso.