quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cinco anos e meio depois, a austeridade.


A conferência de imprensa de ontem, após o Conselho de Ministros, confirma que o Governo Socialista (este e o anterior) foi irresponsável e incompetente. Quando deveria acautelar-se, desdobrou-se em medidas eleitoralistas, como o aumento do IVA em 1% e o aumento dos salários dos funcionários públicos.

Quando teve de agir, agiu tarde. E agir tarde é sempre agir mal. Porque ficou limitado nas medidas severas que tinha de tomar.

As soluções ontem apresentadas são, de facto, de último recurso, de equilíbrio e de curto prazo. Mas, sendo certo que são bem vistas por aqueles de quem dependemos financeiramente, são soluções que comprometem o futuro da economia portuguesa.

Portugal estará, em 2011, pior do que está hoje. Os portugueses vão receber menos e vão pagar mais impostos. Vão ter mais despesas. As empresas vão vender menos, vão ter menos liquidez, vão passar pior. O desemprego aumentará. Ou seja, 2011 será, certamente, um mau ano para a economia portuguesa.

Pergunto. Como poderá o país responder a uma crise, não criando condições para que haja crescimento económico?

É que, não havendo dinheiro disponível, nem nas famílias nem nas empresas, além do já anunciado agravamento da situação económico-social dos portugueses, o aumento dos impostos não se traduzirá num aumento efectivo da receita fiscal do Estado.

Estou convicto de que as medidas ontem anunciadas serão ainda negociadas pelos partidos, em sede própria, e que haverá um consenso entre o PS e os partidos à sua direita para que Portugal possa ter um Orçamento de Estado capaz de credibilizar a imagem externa do país.

Mas uma coisa é certa. Por muito que Sócrates se desculpabilize com a crise internacional, os portugueses já não pagam agora apenas os efeitos dessa crise. Os portugueses pagam a factura dos sonhos faraónicos e das políticas irresponsáveis, facilitistas e eleitoralistas do Governo do engenheiro Sócrates.

Deveria ter ouvido o PSD. Mas também deveria, o PSD, ter falado em uníssono, quando era altura para falar. E não falou.

De todo o modo, como os milhões em falta são responsabilidade de Sócrates e do Governo Socialista (primeiro, porque agiu tarde; depois, porque agiu mal), parece-me que Sócrates não deveria ter medo. E, por uma questão de clarificação, deveria levar uma Moção de Confiança ao Parlamento.

É preciso clarificar para responder com firmeza e determinação. O superior interesse nacional prevalecerá. Já não estamos em condições de brincar aos políticos e o "assunto" é demasiado sério para que se possa continuar a jogar à batata quente.

1 comentário:

Anónimo disse...

É extraordinário, a lata com que se diz, o governo fará tudo para cumprir!

Cumprimento não será aquilo que os levou ao poder, ou seja, cumprir as promessas eleitorais?

É que este governo já ganhou as eleições no meio de uma crise, que escondeu as portugueses, mentindo-lhes descaradamente.

Cumprir seria executar tudo o que foi prometido em eleições, ou pelo menos quase, mas não, é continuar a desculpar com a crise que fez um interregno durante o período eleitoral, e que recomeçou imediatamente a seguir às eleições legislativas, e com isso o retorno das desculpas com a crise. Só que este discurso, já está gasto.

O que será para este governo, a palavra cumprimento? será que confunde com outra parecida, mas não igual, a palavra, "comprimento" (extensão), que é aquilo a que se assiste, ou seja, uma extensão do Largo do Rato, a vários Institutos Públicos, empresas privadas de capitais públicos etc., onde se empregam pessoas oriundas dessas bandas e se continuar nunca mais acabo.

Segundo a comunicação social, o governo tomou medidas difíceis!
Difíceis para quem?

Será difícil entender que estas são boas medidas a curto prazo, para fazer face aos desaires de governação que se tem vindo a verificar nos últimos anos de governação socialista?

Será difícil entender que com a subida de impostos e uma taxa de desemprego como a actual a MAIOR DE SEMPRE, não só, não vai dinamizar a economia e por consequência não vai gerar emprego, como criar mais desemprego porque as empresas já não conseguem suportar tamanha carga fiscal. Assim:

É muito simples, desempregados, e os Portugueses com salários de miséria, (é bom não esquecer que 600€, são um almoço do 1.º ministro quando se encontra com alguém para tratar de assuntos que só a ele dizem respeito) não compram, isto é, não consomem, não consomem não se produz, não se produz, não é necessária mão-de-obra, se não é necessária mão-de-obra, mais desemprego, mais desemprego menos consumo. Como se pode constatar é uma pescadinha de rabo na boca.

Mas não me admira nada que se este governo cair, e se lhe derem tempo para se recompor não venha a ganhar outra vez as eleições, é que o povo português tem a memória muito, muito curta e gosta de gente que lhes encha as vistas, gente sexy, para governar. É por estas e por outras que estamos como estamos, detestamos a VERDADE, essa incomoda, não é agradável ao ouvido, chamam a quem fala verdade "profetas da desgraça". E agora?

Não estaremos mesmo na dita?

Tanga

BAM