Paulo Portas é, diz ele, o líder dos democratas-cristãos.
É, entre todos os líderes dos partidos representados no Parlamento, aquele que mais valor dá à doutrina social da Igreja e aos valores cristãos.
Sei que sobrevaloriza Manuel Alegre. Mas, a menos que a conjuntura se altere radicalmente até Janeiro, Manuel Alegre não tem a mínima hipótese de ganhar as eleições à primeira volta.
É isso que está em causa quando o CDS diz, desde logo, que apoia Cavaco à primeira volta. Poderia apoiar só na segunda, se a houvesse. Porque, ainda que houvesse uma segunda via à direita, Cavaco, no cenário actual, continuaria a ter francas probabilidades de ser reeleito logo em Janeiro.
Julgo eu que Portas agiu mal. O CDS, pelos ideais que diz serem os seus, deveria apoiar outro candidato. Tinha mesmo a obrigação de o fazer.
É sempre muito triste quando se vê um líder político, que admiramos ainda por cima(!), preferir uma vitória eleitoral a uma defesa dos seus ideais e valores.
Porque quem defende bons ideais e bons valores, nunca perde!
E criticar quem aprovou algumas leis e apoiar, tempos depois, quem as promulgou é um enormíssimo contra-senso.
O CDS poderia e deveria ter feito mais e melhor no que respeita à escolha e ao apoio de um candidato presidencial para ir a votos, na defesa de valores e ideais, que são os valores e os ideais do CDS, no dia 23 de Janeiro.
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