sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O Congresso do "nada"

Começa hoje o 18º Congresso do PS.
Depois de ver a sala, notam-se logo algumas diferenças. As várias cores que vestiam o PS de Sócrates foram substituídas pelo encarnado e branco, bem típicas de partidos ultrapassados de esquerda. No plano, onde se viam as cores da bandeira nacional, agora multiplicam-se mãos fechadas, símbolo do partido. E ainda que tenha vários slogans, onde se fala das pessoas e da Europa, este novo PS não consegue esconder a sua maior fragilidade: conhece muito melhor o PS do que conhece o país.
Com a liderança frouxa de Seguro, ainda na ressaca de demasiados anos de poder, não se antevendo grandes alterações políticas que possam devolver o poder aos socialistas, este será um Congresso pobrezinho. Quase tão pobrezinho como o País que estes, e os outros, socialistas nos deixaram.
E não sendo poetas, são todos fingidores. Porque fingem que estão num partido unido, porque fingem que o partido pensa o país, porque fingem que esta não é uma liderança transitória, porque fingem que não foi este o PS que deixou Portugal, duas vezes, no pântano, porque fingem que este não é o mesmo PS que vinculou o país às dificuldades por que passam agora larguíssimos milhões de portugueses.
Entre a apoteose a Maria de Belém, as críticas de circunstância de Seguro aos primeiros meses do novo Governo, um ou outro apelo à união e mobilização do partido, estará sempre um António Costa à espreita. E será esse, porventura, o único motivo de algum (ainda que muito relativo) interesse deste Congresso.
Para que as pessoas estejam primeiro, é preciso pensar sempre, em primeiro, nas pessoas. E porque assim não foi, e porque assim não é, este Congresso, apesar da comparência de vários pesos pesados, passará completamente ao lado dos portugueses.
É que se, antes, queriam Defender Portugal, agora querem apenas defender o PS. Mas é precisamente por aquilo que fez a Portugal que este PS não tem defesa.
Sem nada para dizer ao país, focado apenas no plano interno, podemos, assim, concluir que este é apenas o Congresso do nada.

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