segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Um episódio caricato

A comunicação social tem um poder enorme.
Sozinha consegue construir, consegue destruir, influenciando, como mais ninguém o consegue fazer, a sociedade civil.
Consciente deste peso, a classe política abdicou das ideias e dos projectos políticos, abdicando da excelência dos conteúdos para investir na forma e na imagem.
Em suma, generalizou-se, entre a classe política, a ideia de que, para estar bem junto dos portugueses, tem de se ter uma relação estreita com a comunicação social.
O episódio do Congresso socialista, em que Seguro entra pela emissão adentro, fazendo António Costa (e com razão) levantar-se e ir-se embora, além de ser completamente caricato, demonstra bem que os portugueses, sobretudo os mais jovens, têm toda a razão para vir às ruas.
Se o país está pobre, a muito o deve à pobreza dos partidos e dos líderes, que não conhecem o país e que se vão alimentando à custa de truques, de slogans, de imagens, de episódios ensaiados e completamente caricatos e, claro está, da pobreza para onde levaram um número crescente de portugueses.
E assim fica marcado (leia-se manchado) o Congresso de um PS que, dizendo que "as pessoas estão primeiro", pensa sempre, e em primeiro, nos interesses da camaradagem e nas aspirações políticas de quem o lidera.

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