terça-feira, 21 de novembro de 2006

Em suma,

Um dos conceitos que defendo, por julgar ser fundamental para a democracia e para a vida em sociedade, é o de tolerância. No entanto, por vezes torna-se difícil ser tolerante perante o tipo de conclusões tiradas por diversas pessoas do que escrevi, sobre a rejeição da minha proposta de adesão ao PSD.
A razão que esteve na origem da minha proposta de adesão ao Partido e, consequentemente, à criação deste blog é Portugal. O que me preocupa é o estado do país e o futuro dos meus filhos, netos e seguintes gerações. O que me separa dos líderes actuais do Partido, tanto a nível da Secção de Algés, como Nacional, é a ausência de ideias e de uma estratégia para mudar o rumo dos acontecimentos. No entanto, falarei desse assunto noutra altura.
Como disse, apoiei o Partido e todos os seus líderes, nas mais diversas circunstâncias, independentemente dos afectos ou das minhas relações pessoais. Repito, que a proposta de militante foi feita por mim, pois julguei ser a altura certa para entrar na vida partidária. Sou adepto do debate de opiniões e respeito a diferença. Todas as opiniões devem ser respeitadas, independentemente de estarmos ou não de acordo com elas, e devem fomentar o debate interno, fundamental para um Partido que se diz democrático.
Não havia legitimidade para se convocar uma reunião para dar seguimento ao meu processo de adesão
, na minha opinião, por quarto razões:
- Esta reunião ou, sequer, a possibilidade da sua convocação é ilegítima e não consta dos próprios Estatutos do Partido Social Democrata;
- Era do conhecimento da Direcção da Secção de Algés, do PSD, que todos os anos, no mês de Agosto, eu, juntamente com a minha família, me ausento da minha residência, em Algés.
- O facto de esta reunião servir para avaliar o meu pensamento político vai contra todos os princípios do Partido Social Democrata e de todos os outros Partidos, abertos e democráticos.
- Era do conhecimento da Direcção da Secção de Algés, do PSD, que quis entrar no Partido por convicções pessoais, já que, desde os 5 anos de idade que colaboro, activamente, em todas as campanhas que o Partido realizou, curiosamente, muitas vezes, em conjunto com muitos dos actuais dirigentes da Secção de Algés do Partido. Além disso, era, e é, do conhecimento das pessoas que referi, que, de facto, resido em Algés, ao contrário do que acontece com os próprios Presidente e Vice-Presidente da Comissão Política de Algés, do PSD, que como todos sabemos, não residem, de facto, em Algés.
A situação ultrapassa todos os limites razoáveis, quando tomo conhecimento de que muitos dos que preencheram a proposta de adesão, na mesma altura em que eu o fiz, se tornaram militantes do Partido. Digo-vos que muitos deles apenas deram o bilhete de identidade, outros não tinham recebido qualquer convocatória, para reunião alguma, além das pessoas que não assinaram nada, não deram nada e se tornaram militantes do Partido. Então, qual é a razão de eu ter sido convocado para uma reunião e estas pessoas não? Todas estas pessoas entraram no Partido, ao contrário do que aconteceu comigo e com mais alguns cidadãos portugueses, residentes em Algés.
Fala-nos o sr. José Amaral Lopes de um PSD “aberto e democrático”. Sugiro, então, que leia as definições dos termos que utiliza, e que os compare com a atitude que tem tomado, na secção de Algés. O mesmo sugiro ao dr. Marques Mendes, em relação às noções de credibilidade e democracia, que tem utilizado, ultimamente.
Foi, então, recusada a minha proposta de adesão ao Partido, sem qualquer fundamento, tanto ético como legal. Fui menosprezado e sinto que fui tratado como um delinquente. Digo-vos que, no que diz respeito a situações judiciais, tenho o meu “cadastro limpo”. Seria essa a única razão que, apesar de, também ela, não constar dos Estatutos, daria alguma legitimidade à Direcção da Secção de Algés do PSD, em funções, e à Direcção Nacional do Partido.
O que tem acontecido no Partido e, neste caso específico, na Secção de Algés, envergonha-me. Este já não é o Partido que Sá Carneiro fundou e que todos ajudámos a fazer crescer. O que aconteceu é um facto inédito e nunca visto desde o 25 de Abril de 1974. Termino assim com uma questão: Se o povo quer e não consegue chegar ao PSD, como há-de o PSD chegar ao povo?

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