Um dos conceitos que defendo, por julgar ser fundamental para a democracia e para a vida em sociedade, é o de tolerância. No entanto, por vezes torna-se difícil ser tolerante perante o tipo de conclusões tiradas por diversas pessoas do que escrevi, sobre a rejeição da minha proposta de adesão ao PSD.
A razão que esteve na origem da minha proposta de adesão ao Partido e, consequentemente, à criação deste blog é Portugal. O que me preocupa é o estado do país e o futuro dos meus filhos, netos e seguintes gerações. O que me separa dos líderes actuais do Partido, tanto a nível da Secção de Algés, como Nacional, é a ausência de ideias e de uma estratégia para mudar o rumo dos acontecimentos. No entanto, falarei desse assunto noutra altura.
Como disse, apoiei o Partido e todos os seus líderes, nas mais diversas circunstâncias, independentemente dos afectos ou das minhas relações pessoais. Repito, que a proposta de militante foi feita por mim, pois julguei ser a altura certa para entrar na vida partidária. Sou adepto do debate de opiniões e respeito a diferença. Todas as opiniões devem ser respeitadas, independentemente de estarmos ou não de acordo com elas, e devem fomentar o debate interno, fundamental para um Partido que se diz democrático.
Não havia legitimidade para se convocar uma reunião para dar seguimento ao meu processo de adesão, na minha opinião, por quarto razões:
- Esta reunião ou, sequer, a possibilidade da sua convocação é ilegítima e não consta dos próprios Estatutos do Partido Social Democrata;
- Era do conhecimento da Direcção da Secção de Algés, do PSD, que todos os anos, no mês de Agosto, eu, juntamente com a minha família, me ausento da minha residência, em Algés.
- O facto de esta reunião servir para avaliar o meu pensamento político vai contra todos os princípios do Partido Social Democrata e de todos os outros Partidos, abertos e democráticos.
- Era do conhecimento da Direcção da Secção de Algés, do PSD, que quis entrar no Partido por convicções pessoais, já que, desde os 5 anos de idade que colaboro, activamente, em todas as campanhas que o Partido realizou, curiosamente, muitas vezes, em conjunto com muitos dos actuais dirigentes da Secção de Algés do Partido. Além disso, era, e é, do conhecimento das pessoas que referi, que, de facto, resido em Algés, ao contrário do que acontece com os próprios Presidente e Vice-Presidente da Comissão Política de Algés, do PSD, que como todos sabemos, não residem, de facto, em Algés.
A situação ultrapassa todos os limites razoáveis, quando tomo conhecimento de que muitos dos que preencheram a proposta de adesão, na mesma altura em que eu o fiz, se tornaram militantes do Partido. Digo-vos que muitos deles apenas deram o bilhete de identidade, outros não tinham recebido qualquer convocatória, para reunião alguma, além das pessoas que não assinaram nada, não deram nada e se tornaram militantes do Partido. Então, qual é a razão de eu ter sido convocado para uma reunião e estas pessoas não? Todas estas pessoas entraram no Partido, ao contrário do que aconteceu comigo e com mais alguns cidadãos portugueses, residentes em Algés.
Fala-nos o sr. José Amaral Lopes de um PSD “aberto e democrático”. Sugiro, então, que leia as definições dos termos que utiliza, e que os compare com a atitude que tem tomado, na secção de Algés. O mesmo sugiro ao dr. Marques Mendes, em relação às noções de credibilidade e democracia, que tem utilizado, ultimamente.
Foi, então, recusada a minha proposta de adesão ao Partido, sem qualquer fundamento, tanto ético como legal. Fui menosprezado e sinto que fui tratado como um delinquente. Digo-vos que, no que diz respeito a situações judiciais, tenho o meu “cadastro limpo”. Seria essa a única razão que, apesar de, também ela, não constar dos Estatutos, daria alguma legitimidade à Direcção da Secção de Algés do PSD, em funções, e à Direcção Nacional do Partido.
O que tem acontecido no Partido e, neste caso específico, na Secção de Algés, envergonha-me. Este já não é o Partido que Sá Carneiro fundou e que todos ajudámos a fazer crescer. O que aconteceu é um facto inédito e nunca visto desde o 25 de Abril de 1974. Termino assim com uma questão: Se o povo quer e não consegue chegar ao PSD, como há-de o PSD chegar ao povo?
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