segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Na edição de hoje do Jornal Público...

Helena Lopes da Costa queixa-se de ameaças anónimas
Margarida Gomes



Ex-vice-presidente do PSD associa telefonemas à possível candidatura à concelhia do PSD de Algés


A deputada e ex-vice-presidente do PSD, Helena Lopes da Costa, que tem sido alvo de ameaças e injúrias através de chamadas anónimas para o seu telemóvel, apresentou queixa na Polícia Judiciária contra desconhecidos, dando conta do teor das ameaças. Os telefonemas anónimos estenderam-se também a uma das suas colaboradoras mais próximas e a ex-vereadora da Câmara de Lisboa associa-as à sua disponibilidade em se candidatar às eleições para a concelhia do PSD de Algés, marcadas para 12 de Dezembro.

Apenas uma das "muitas" chamadas que recebeu estava identificada e correspondia a um número de telefone de Lisboa e foi, de resto, na sequência deste telefonema que a deputada decidiu formalizar queixa. Este pormenor foi já fornecido à PJ e pode levar à identificação do autor das ameaças. As chamadas eram feitas sempre por um homem, que falava imenso e, na maior parte das vezes, em tom ameaçador. Quase sempre o interlocutor associava o nome da deputada a actos de gestão praticados na Câmara de Lisboa, onde foi vereadora da Habitação e Acção Social.

Para além deste processo, a deputada formalizou uma outra queixa no DIAP de Lisboa denunciando a existência de alegadas "ilegalidades" na preparação do processo eleitoral para a concelhia de Algés, onde pretende ir a votos. Neste caso concreto, a ex-vice-presidente de Santana Lopes já prestou declarações.

As "ilegalidades" que afirma existirem estão relacionadas com "a adesão de novos militantes que se inscreveram naquela secção no último ano e que não residem em Algés". Por outro lado, diz que "há um caso que encontrou onde duas dezenas de militantes vivem na mesma morada".

Em declarações ao PÚBLICO, a deputada lamenta estes "truques de secretaria" e insurge-se contra o facto de as eleições terem sido adiadas para Dezembro "apenas por haver militantes que não teriam capacidade de voto caso as eleições se realizassem em Outubro, altura em que terminava o mandato da actual direcção". E aponta depois exemplos pontuais que consideram tocar a "ilegalidade", não hesitando em acusar a concelhia de Algés de ter uma "gestão orientada no sentido dos militantes que são próximos do actual presidente".

Como exemplo aponta do caso do seu filho, cuja inscrição no partido diz ter sido "recusada por ter faltado a uma entrevista". "Desde quando é que alguém para se inscrever no partido precisa de entrevistas?", questiona, alegando tratar-se de um "procedimento anti-estatutário".

Ao PÚBLICO, a ex-vereadora aponta um conjunto de nomes de pessoas próximas do actual presidente, José Amaral Lopes, que tutela o pelouro da Cultura na Câmara de Lisboa, que não vivem nem trabalham em Algés, mas nas suas fichas de inscrição figuram nomes de ruas da freguesia de Algés".

O processo das "cartas devolvidas

"Convicta de que as "sistemáticas" ameçadas telefónicas que tem recebido estão relacionadas com a sua disponibilidade em avançar para a concelhia, Helena Lopes da Costa reconhece que parte para este combate em desvantagem, mas mostra-se determinada a ir ou até ao fim "nem que seja preciso limpar os cadernos eleitorais todos". "Não posso pactuar com ilegalidades e é por isso que me vou candidatar às eleições", justifica.

A deputada também não poupa a direcção do PSD e estranha o silêncio do secretário-geral de ainda não ter respondido a um requerimento que apresentou há cerca de quinze dias, depois e o partido a ter impedido de consultar o processo relativo à alegada devolução de cartas escritas pela direcção do partido a militantes de Algés que são próximos da candidata."

Com o argumento de que tem recebido cartas devolvidas, o partido está a escrever aos militantes da secção, exigindo-lhe que façam prova de que residem emAlgés. Isto é um disparate", atira, alegando, que as pessoas não só não devolveram cartas nenhumas, como continuam a receber correspondência enviada pela secção anunciando iniciativas que promove".

Disposta a ir até onde for preciso, a deputada social-democrata aguarda agora pela reunião do Conselho de Jurisdição Nacional, prevista para a próxima quarta-feira, onde espera que este dossier conste da agenda.

O PÚBLICO tentou, durante a tarde de ontem contactar, por diversas vezes, o presidente da concelhia do PSD de Algés, José Amaral Lopes, através dos seus dois números de telemóvel, mas até ao fecho desta edição tal não foi possível.

http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=11&d=27&uid=&id=109619&sid=12076

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