terça-feira, 10 de novembro de 2009

O mundo dos sonhos

Falam-se em vários nomes para assumir os lugares deixados vagos pelas demissões de Paulo Bento, Pedro Barbosa e Miguel Ribeiro Telles.
Ontem escrevi um texto que apaguei, onde iria falar do Sporting dos meus sonhos. Mas apaguei esse texto quando ouvi Paulo Bento e constatei que existe uma distância enorme entre aquele que é o sonho de muitos sportinguistas e a realidade actual do nosso Clube.
Nesse texto, eu iria falar do meu treinador de sonho para o Sporting, que seria o Guus Hiddink. Mas seria só um sonho porque, na realidade, o Sporting não tem a mais pequena hipótese de poder contratar nem que seja apenas metade desse treinador.
Ainda no mundo dos sonhos, mas mais próximo da realidade, iria falar do treinador da Académica ou do treinador do Vitória de Setúbal, que seriam, na minha opinião, soluções interessantes.
Iria também falar de um sonho que tenho, que é o de ver Luís Figo no lugar de Barbosa, onde poderia representar o Sporting internacionalmente, sobretudo nas operações do Clube no mercado. Tal facto iria tornar o Sporting mais atractivo para melhores jogadores, além de que uniria e mobilizava sócios e adeptos, agora mais descrentes.
Iria ainda falar no desejo de ver Sá Pinto regressar ao balneário ou mesmo ao banco do Sporting, que é onde deve estar, com novas funções.


Nesse contexto, eu iria falar do que aconteceu com clubes como o Boavista, Salgueiros, Farense, Campomaiorense e Alverca. Da luta que o Paris Saint-Germain teve de fazer pela permanência. Da passagem da Juventus e da Fiorentina pela Série B italiana.

Não publiquei esse texto por duas razões: a distância entre os sonhos de vários sportinguistas e a realidade actual e um sonho que tenho na minha pessoal.
A primeira razão percebe-se bem.
O meu sonho pessoal terá, porventura, os mesmos anos do sonho que Paulo Bento teve de vir a ser campeão nacional no Sporting, como treinador. Tenho trabalhado muito para o concretizar o mais depressa possível, mas faltam-me os recursos para o realizar. Além desses, há sempre pequenas coisas que faltam. Daí estar sempre muito mais perto do começar do zero do que da concretização plena do sonho que tenho. Tenho as ideias todas na minha cabeça, algumas delas no computador onde escrevo e outras em folhas de papel guardadas no meu quarto. Mas a verdade é que, dia após dia, ideia atrás de ideia, falta sempre qualquer coisa para que algumas das ideias que tenho para esse meu sonho se possam tornar reais.

Falo agora de um texto que acabei por não escrever porque acordei com uma interrogação. Não temos a certeza de que venhamos a ter outra oportunidade de estarmos vivos para poder concretizar os nossos sonhos. Valerá a pena esperar por melhores condições?

Estando o meu sonho (e a realidade que o tornará, acredito eu, real) a poucos quilómetros da academia onde sonham vários atletas, dirigentes e adeptos do Sporting, uma das respostas possíveis à interrogação com que acordei hoje de manhã é dizer que a vida é só uma e não a devemos desaproveitar. Temos de procurar mais soluções, de trabalhar mais, de ter muito mais ideias. De forma a tirar a maior rentabilidade dos recursos que são escassos.

Não quero morrer sem realizar este sonho que tenho na minha vida. E um sportinguista, sobretudo aquele que teve a oportunidade (mas também o sacrifício) de ter uma função directiva no Sporting não deve querer morrer a pensar que o Sporting dos seus sonhos acabou por nunca existir na realidade.

Estes dois sonhos são duas situações parecidas. Aparente falta de meios e pequenos obstáculos. Poucos quilómetros de distância. Descrença daqueles que acreditaram nos mesmos sonhos.

Concluindo, talvez seja altura de arriscar um pouco mais, dentro daquilo que for possível, um pouco mais de sonho e um pouco mais de trabalho para que o Sporting possa encurtar a distância entre o sonho e a realidade. Assim aconteça também neste sonho que tenho na minha vida. Que aconteça quanto antes. Porque se eu morrer amanhã, sem concretizar esse meu sonho irei pensar que, na minha vida, foi muito menos o que foi feito do que aquilo que ficou por fazer. Que, sendo difícil, nunca deixou de ser possível.

No Sporting, a situação é igual. Pense-se mais e melhor, trabalhe-se mais e melhor, mas nunca se deixe de procurar o melhor caminho para a realização plena do Sporting dos nossos sonhos. Sonhos que foram aqueles que tiveram os nossos Fundadores e que nos cabe a nós, e só a nós, sportinguistas, vir a concretizar.

1 comentário:

luis cirilo disse...

O sonho comanda a vida.
E o sonho do Sporting, para não ser o Belenenses II, tem de passar necessáriamente pelos sucessos desportivos na sua principal modalidade.
Hoje o futebol portugues ameaça bipolarizar-se entre Porto e Benfica.
E o Sporting,que nos ultimos 4 anos soube ao menos garantir o 2º lugar e inerente acesso á Champions,anda perdido a meio da tabela e sem grandes perspectivas de substanciais melhoras.
Como sair deste pesadelo ?
Não sou sportinguista, o meu clube é o Vitória de Guimarães, mas tenho respeito por uma colectividade que procura estar no futebol com uma seriedade bem acima da dos seus dois concorrentes directos.
Acho que a inversão do rumo desdcendente só será conseguida com a conquista de vitórias imediatas no futebol.
E isso significa investimento.
Num grande treinador,em meia dúzia de jogadores para entrarem directamente no onze,numa estrutura altamente profissional de apoio.
Dir-me-á que isso é um retrocesso na politica de saneamento financeiro que o clube vem levando a cabo.
Será.
Mas não há nenhuma viabilidade,muito menos financeira,para um clube de que os sócios se afastam,que não consegue atrair novos adeptos,que tem as bancadas a esvaziarem-se e os lugares anuais sem serem comprados.
Neste caso,muito excepcional,a recuperação do Sporting tem de passar por uma fuga em frente.
Investir,investir,investir.
E quando voltar a ganhar,estabilizar na Europa, tornar-se mais atractivo para os patrocinadores e ter activos que proporcionem bons negócios então o saneamento financeiro estará feito por natureza.
Desde que não siga o mau exemplo do Porto que quanto mais receitas angaria mais passivo tem ou do Benfica que anda há anos a gastar sem critério nem proveito.
Sinceramente gostava de ver o Sporting inverter este caminho para o abismo.
Tendo um presidente mais preocupado com vitórias do que com angariação de sócios.
Um treinador polémico por ganhar e não por se queixar dos árbitros.
Jogadores mais preocupados com jogar bem do que com mirabolantes transferências que nunca se concretizam.
O futebol portugu>ês precisa de um Sporting forte.
Mas esse é um problema que só os sportinguistas podem resolver.
Como vitoriano confesso que nem me desagrada que as coisas continuem assim.
Pena é Benfica e Porto não estarem iguais...
Um abraço