terça-feira, 10 de novembro de 2009

Vinte anos depois da queda do Muro


Nasci um ano e meio antes da queda do Muro de Berlim e, não sendo um bebé prematuro, não pude viver esse dia.
Assim sendo, invejo aqueles que viveram o 9 de Novembro de 89.
Invejo-os porque puderam viver um dia histórico.
Invejo ainda mais aqueles que foram protagonistas, que foram parte de um dia, de uma altura que mudou a História do Mundo.
Não invejo o facto de não ter vivido durante a Guerra Fria. Não só não invejo como lamento o sofrimento e as perdas que marcaram esse período triste e amedrontador. Sofrimento e perdas que aconteceram em vários conflitos nas ex-colónicas portuguesas, na Coreia, no Vietname, no Afeganistão, mais tarde, e um pouco por esse mundo fora.
Por isso, mais do que invejar os protagonistas, tenho uma enorme admiração por todos eles. Porque a geração que fez caír o muro de Berlim, que foi a mesma que extinguiu a ex-URSS e, conjuntamente, pôs termo à Guerra Fria, foi uma geração que soube merecer ser parte dos manuais de História de todo Mundo, sendo, pelo que fez, uma geração a ser seguida.
Vinte anos depois da queda do Muro, no princípio do fim (pelo menos aparente) de uma crise do capitalismo global, numa fase de grande aumento do desemprego, de agravamento das condições de vida em toda a Europa e no Mundo, numa altura em que as várias sociedades vivem de guerras entre si, o 9 de Novembro, mais do que merecer ser recordado pela queda do Muro da Vergonha (em si), deve ser lembrado como o dia em que o Mundo, pondo fim a divisões, tensões e pequenos conflitos, preferiu escolher o caminho da união, da liberdade e da paz.
Será também para recordar esse período histórico que conto estar em Berlim daqui a pouco mais de um mês.

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