domingo, 2 de janeiro de 2011

2011, o ano da factura


No início de 2011, proponho que recuemos ano e meio atrás.
Nessa altura, confrontaram-se duas ideias opostas.
Do lado dos socialistas, propunha-se mais do mesmo.
Mais facilitismo, mais gratuitidades, mais aumentos, mais obras públicas.
Ao mesmo tempo, como já vinha acontecendo há quase década e meia de governações socialistas, engordava-se o Estado que servia para pagar vitórias eleitorais, com a distribuição de tachos a uma série de gente sem preparação, que tornou o Estado numa máquina ineficiente, a endividar-se de dia para dia.
Do PSD, acusava Sócrates, a lógica era só uma. Adiar, suspender, parar.
Queria o PSD de 2009, como também quer o PSD de 2011, "parar" o país.
Queria-se, em 2009 como em 2011, mexer no obeso Estado Social, nos direitos adquiridos, acabar com algumas gratuitidades.
Não se valorizou, apesar das insistências em se falar disso, que se visava fazer também uma racionalização das despesas públicas, apoiando-se, sobretudo, as pequenas e médias empresas, principais responsáveis pelo emprego, sendo, também por isso, o grande motor da economia portuguesa.
O que fizeram os portugueses?
Depois de terem levado uma estalada durante muitos anos de poder socialista, ofereceram a outra face.
E Portugal está, em 2011, muito pior do que estava em 2009.
Para isso, sejamos sérios, muito se deve o falhanço de um socialista que não supervisionou o que deveria ter supervisionado.
Porque é o exemplo mais flagrante da responsabilidade que os socialistas têm na factura que os portugueses já estão a pagar desde o dia de ontem.
Há ainda menos possibilidades de incentivar as pequenas e médias empresas.
Daí que se diga que 2011 será, provavelmente, um ano de, pelo menos, estagnação económica, de aumento do desemprego, de agravamento da situação social.
E o que faz agora o governo de Sócrates?
Pára, suspende, adia.
Exactamente aquilo que o PSD se propunha fazer em 2009.
Era pouco? Talvez fosse. Mas não era o PSD que não tinha capacidade de fazer mais. Era o país que não suportava.
Por que razão foram, então, os portugueses na "conversa"?
Terá sido apenas estupidez?
Talvez até tenha sido! Mas eles foram enganados por uma estratégia de um marketing político devorador, que tinha dois meios de operar.
Por um lado, havia grandes bandeiras, muitas cores, uma mensagem que inspirava, muitos autocarros e comícios cheios. Enganou-se os portugueses à custa de uma publicidade enganosa.
Mas, por outro lado, seguiu-se o método do controlo da comunicação social, com uma operação de censura com antecedentes já razoavelmente distantes neste país.
Foi isso que aconteceu em 2009.
É isso que se paga em 2011.
Com aumentos de impostos e redução dos salários, entre outras medidas duras.
Faz, o PS, o contrário do que prometeu fazer.
E é por tudo isso que os portugueses não irão perdoar os socialistas.
Porque os socialistas não merecem perdão.

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