domingo, 6 de março de 2011

Sporting, a minha dúvida.


Sem apresentar soluções financeiras e desportivas, apenas se limitando a dizer que tem proximidade com os árbitros, não me parece que Zeferino Boal encabece uma séria candidatura à presidência do Sporting.
Compreendendo bem o sportinguismo de Abrantes Mendes, revejo-me no romantismo leonino deste candidato. Revejo-me na paixão que tem pela mística, pelo regresso aos sócios, pelo regresso das lendas ao Sporting. Mas tem poucas soluções. Tudo o que, de modo abstracto, é bonito, não tem qualquer tradução concreta. Para mim, não é solução.
Godinho Lopes é mais do mesmo. Chega de gente que vem da banca para o Sporting negociar a dívida deste àquela. O tempo do negócio consigo mesmo deve acabar de uma vez por todas. O Sporting é um clube, é dos sportinguistas. Ter homens da política e da banca no Sporting, ter só homens desses, para mim, não faz sentido.
Precisamos de um tempo diferente, que corte com o passado recente. E Godinho Lopes, na minha modesta opinião de sócio apaixonado, é ainda pior do que os tempos que temos vivido. Como pode, o homem que fez o estádio e que pôs lá as cadeirinhas às cores, ter como uma das suas medidas de emergência a substituição das cadeiras. São 52 mil cadeiras para substituir, o que seria um bom negócio...para alguém, que não o Sporting.
Assim sendo, há, na minha opinião, três candidatos com programas completos, ambiciosos, mas cujas medidas concretas terão de ser, já nesta semana, traduzidas em exemplos mais práticos. Quem vai ser o treinador, quem vai ser o director-desportivo, quais vão ser os novos jogadores, quem vai patrocinar as modalidades, quem vai financiar o investimento de que o Sporting precisa para triunfar, qual vai ser o investimento?
São perguntas que, algumas delas, estão por responder. Mas haverão mais, tão ou mais importantes do que estas.
Na prática, votarei em Pedro Baltazar ou Bruno Carvalho. E, num caso limite, poderia repensar e votar em Dias Ferreira para impedir uma vitória de Godinho Lopes.
Mas também há uma coisa que me parece.
Pedro Baltazar e Bruno Carvalho ocupam o mesmo espaço, partilham algumas ideias-base e ambos representam a mudança de que o Sporting, na minha opinião, precisa.
Um deles deveria desistir a favor do outro. Para bem do Sporting e da mudança por que, todos, sonhamos.
Independentemente das convicções, é preciso ter alguma frieza daqui até dia 26. Um dos dois tem de pôr o orgulho de lado, pelo orgulho que tem no Sporting, não comprometendo a mudança que é crucial para o nosso futuro.
Baltazar ou Carvalho, esta é a minha grande dúvida. Que não consegui desfazer depois do debate, depois de ler os programas, depois de ouvir os dois. Gostava muito de falar pessoalmente com eles.
Mas, por agora, ainda tenho esta dúvida.
Quando a desfizer ou quando os próprios a desfizerem, se vierem a fazê-lo, está decidido o meu voto.
É na ruptura inteligente, na mudança prudente, consciente e ambiciosa.
É no que o Sporting mais precisa para ganhar o futuro.

1 comentário:

Lamas disse...

Concordo inteiramnet consigo.
A união das duas candidaturas seria o que melhor serve o clube