quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

De um empréstimo para uma doação de mais uma vitória ao PS


Foi isso que aconteceu. António Costa ameaçou demitir-se e o PSD podia ter assumido uma postura de maior força. Mas entrou no jogo do Presidente da Câmara de Lisboa e deu-lhe mais uma vitória.
Eu não podia acreditar quando ouvi, na rádio, a notícia da forma como a Assembleia Municipal, de maioria social-democrata, deu, mais uma vez de bandeja, uma vitória política ao Partido Socialista.
O PSD poderia ter saído bem desta situação. Havia, de resto, muitas soluções. O que aconteceu foi que o líder nacional do PSD disse uma coisa, o presidente da Distrital disse outra, a presidente da Assembleia Municipal aliou-se ao PS e a decisão foi tomada através da proposta do presidente da Junta de Freguesia de Benfica. No fundo, os lisboetas ouviram na rádio, leram nos jornais e viram na televisão várias opiniões de vários dirigentes do Partido. Todas elas diferentes.
O que passou para a opinião pública foi que o PSD não tinha reunido e não tinha tomado qualquer decisão sobre o empréstimo dos 500 milhões. Ou melhor, se formos aos cafés, se andarmos de táxis, se andarmos por aí percebemos que o que as pessoas pensam é que o PSD é, pelo menos em Lisboa, um Partido sem grandes ideias. Como é que as pessoas percebem a decisão do PSD rejeitar o empréstimo de 500 milhões, mas aceitar de 400 milhões?
Aliás, o PSD esteve, na minha opinião, mal nesta questão. Além de ter dado uma vitória a António Costa, gerou mais um problema. António Costa pode, em 2009, vir dizer aos lisboetas que o PSD tinha recusado o empréstimo de mais 100 milhões de euros, limitando, de certo modo, a sua actuação. Enfim, o PSD Lisboa quando se depara com um problema, em vez de o resolver, cria muitos mais. É como uma bola de neve e há muita coisa para mudar. Isto é se o PSD quer voltar a ganhar alguma coisa em 2009. Se não quer, deixa-se estar tudo como está.
Foi a primeira derrota de Carlos Carreiras. Uma grande derrota, na minha opinião, que o PSD pode vir a pagar caro. E não passou um mês completo desde a sua eleição.
Deixo-lhe ainda duas perguntas: então o Tribunal de Contas não visa um empréstimo de 500 milhões de euros, mas de 400 milhões já visa? Era uma questão política ou jurídica?
À direcção nacional do PSD deixo só uma dica, que compreenderão de certeza: não se pode agradar a gregos e a troianos.

2 comentários:

luis cirilo disse...

Eu acho,mas é apenas a minha opinião como é evidente,que o PSD tinha um argumento de ouro para recusar o empréstimo.
O argumento da solidariedade.
Então se pelo país fora a generalidade dos municipios está endividada,pelas mais diferentes razões é certo,porque motivo se há-de criar uma situação de excepção em Lisboa ?
É a maior divida ?
Também é o maior municipio !
Então,ou o governo autorizava a generalidade dos municipios a recorrerem ao crédito (e nem vale a pena dizer quanto beneficiaria politicamente o PSD disso...)ou queria uma excepção para o camarada António Costa e o PSD não autorizava.
Saia bem de ambas as maneiras.
Assim,caro António,partilho das suas dúvidas.
Mas está...está !

Anónimo disse...

Realmente a equpa que MM e Antª Preto puseram na CML é deplorável. Passamos de 43% para 15% em dois anos; e com estes vendidos ao PS em 2009 teremos 5%. Felizes, estes inscritos no PSD, irão pedir o pagamento dos serviços. Espero que lhes respondam como foi dito aos outros «Roma não paga a traidores», só os corrompe -digo eu, que com o Astérix, até nem gosto de romanos.

Quanto à situação, ninguém a conseguiu explicar so povo: a célebre dívida que o Soares filho deixou. Mas com a competência dos n/ autarcas de Lisboa tb não podemos contar. Temos tb de contar com os media ao serviço da republica socialista e laica: não é por acaso que na manhã de terça entre as 7 e as 10 da manhã a RTP passava o Preto, de 20 em 20 M, a bacorar. Quem é o Preto, senão o representante de si próprio? Quanto aos dirigentes do PSD passaram 2-3 vezes e com comentários a gozar do pivot.

Também concordo que não se pode agradar a todos: assim sendo devemos preparar-nos para retirar a confiança política a todos os que sirvam o PS -e PTC já devia ter 'ido de patins'. Afinal não foi esta figura que disse que abandonava o PSD se Menezes ganhasse. Menezes ganhou, Paulinha estás à espera de quê para mostrar o cartão rosa?