terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O papel da JSD em 2009


Passei há alguns minutos no site da JSD. E a pergunta que coloquei a mim mesmo foi qual será o papel das Jotas nos dias de hoje?
Ora, na minha opinião, o papel da JSD é um e é bem claro: cativar a atenção da juventude e mobilizar os jovens em torno de um conjunto de ideias no intuito de construír um país mais livre, mais justo, na rota do progresso.
Ser jovem hoje não é fácil. Porque no fim da licenciatura, deparamo-nos com um mundo que não está empregador, herdamos uma situação económico-financeira dificilmente sustentável e o planeamento da construção da nossa família e da vida que idealizámos durante décadas estão cada vez mais difíceis. Por exemplo, é cada vez mais comum que os jovens permaneçam durante um maior período de tempo em casa dos pais, casando mais tarde e tendo filhos em fases já algo avançadas das suas vidas.
Nesse sentido, o papel da Jota é debater e procurar alternativas e lutar por políticas sérias e verdadeiras de juventude, combatendo os problemas de fundo com que se depara, hoje, a juventude portuguesa. Pelo que o sucesso das Jotas não passará nunca por debater questões laterais como o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Desengane-se quem pensa assim.
É que a Juventude Socialista tem seguido o caminho errado de lutar pelas minorias, impondo um pensamento único sobre as questões mais controversas, esquecendo-se de fazer aquilo que verdadeiramente lhe compete, que é promover, incentivar e apresentar propostas para políticas de juventude, verificando ou assegurando-se de que o Governo tomou medidas nesse sentido. E, com franqueza, neste campo, como em muitos outros, o Partido Socialista falhou redondamente.
Creio que existe um ponto que se tornou quase dogmático para aqueles que exercem, ou querem vir a exercer cargos políticos nas Jotas. O dogma é o facto de se considerar que a Jota é a rampa de lançamento para o verdadeiro mundo da política, sendo um ponto de partida para se ter uma carreira política garantida. Na minha opinião, esse é um dogma que considero estar completamente errado, que tem desmobilizado a juventude, pois quando se olha para a Jota vemos muito fato e gravata, em vez da irreverência que quase se exige aos jovens.
Pelo menos é assim que as pessoas olham para as Jotas, em geral. E, no que diz respeito à JSD, a forma como as pessoas olham para a Jota depende muito da forma com que esta olha para si própria.
A Jota, e neste caso quero dizer JSD, precisa de ser mais irreverente, porque existe maior tolerância quando uma coisa é dita por jovens e até se percebe melhor a mensagem, porque chama mais a atenção. Não pode estar tão permeável aos bastidores da política e deve ser neutra face a eventuais divergências dentro do partido, tornando-se, portanto, mais independente. Porque o adversário da JSD não está dentro do Partido. Por muito que o procurem, internamente não o irão, seguramente, encontrar.
Não seria justo generalizar esta crítica, porque tenho tido conhecimento de muitas iniciativas próprias, que são de saudar. Apenas queria referir que, do meu ponto de vista, há que ser mais dinâmico, mais laborioso e até mais expedito.
Em relação à questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo, penso que a JSD, como o Partido, deve dar liberdade de pensamento e de voto aos seus militantes. Mas podem perguntar aos socialistas, cuja Jota tomou esta questão como sua bandeira principal, por que é que aplaudem euforicamente a moção de Sócrates por incluir a extensão do casamento civil a pessoas do mesmo sexo. É que há cerca de três ou quatro meses, esta questão foi votada na Assembleia da República, por proposta da esquerda radical, tendo sido recusada pelo PS. Se são a favor, por que é que não votaram dessa maneira? Porque esta questão, que, pelos vistos, é tão essencial para a JS, já podia ser "assunto arrumado".
E isso deve ser quase tudo o que a Jota deve fazer, nesta questão em particular. Porque era o que faltava que em plena crise, uma Jota responsável andasse a discutir questões relativamente irrelevantes. E só engradece a JSD o facto de elevar o seu discurso político para aquilo que verdadeiramente interessa e preocupa os portugueses, nomeadamente os mais jovens.
Este ano vai ser um ano que irá exigir muito de todos nós, jotas e militantes do PSD. E temos de ser muito mais irreverentes, pois temos uma mensagem para passar e uma missão para cumprir.
Porque nós sabemos que há um caminho alternativo. E que, além de alternativo, é o que nos dá mais garantias para a construção de um País melhor. É o caminho do rigor, da verdade, da consistência, da sustentabilidade, da responsabilidade e das provas dadas. Apanhar esse caminho depende só de nós, pelo que teremos de ir até junto das pessoas: no corpo a corpo, no cara a cara, nos olhos nos olhos. Mas também com frases, com imagens e com cartazes. Que cativem, que levem os jovens a participar na mais flagrante e plena festa da democracia. Que se juntem a nós, porque todos somos poucos para mobilizar a juventude e o país.
É preciso criar uma verdadeira onda laranja. E é isso que se exige não só a quem exerce cargos na JSD mas também a todos e a cada um de nós.
Ganhar as várias eleições deste ano depende, repito, só de nós. E é nisso, só nisso, que a JSD deve estar concentrada e fortemente empenhada.

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