domingo, 16 de janeiro de 2011

Sporting, tu és forever.

É aceitável que um treinador diga que não pôde ser campeão no Sporting porque não tinha equipa.

Paulo Sérgio não a tem. Mas também não a teve Carvalhal, nunca a teve Paulo Bento e talvez o próprio Augusto Inácio, quando foi campeão nacional, não tinha uma equipa para ser campeã de caras.

Mas outra coisa é dizer que o Sporting perdeu com o Paços Ferreira porque não teve equipa.

Isso não é verdade.

E o culpado tem dois nomes: Paulo Sérgio.

Tal como já tinha acontecido no jogo da primeira volta, Paulo Sérgio mudou a equipa num momento em que a equipa estava em bom momento.

Na altura, colocou o Carriço a trinco e o Nuno André a central. Foi por essa escolha, errada, que o Sporting perdeu aquele jogo.

Aliás, o golo do Paços surge por força desse erro de Paulo Sérgio.

Hoje, e depois de vir de uma série de vitórias, Paulo Sérgio desorganizou a equipa. Com Evaldo e Salomão, o lado esquerdo era muito mais fraco que o lado direito. E, a juntar a esta péssima opção, Paulo Sérgio tirou Zapater (que foi um dos melhores em campo no jogo anterior) para colocar Maniche. E colocou-o à esquerda de André Santos.

Não conseguiu, em noventa minutos, trocar o Salomão com o Vukcevic. E, quando percebeu finalmente que tinha de tirar o Maniche, tirou-o para colocar em campo o Saleiro.

Essa opção, outra vez errada, criou um buraco a meio-campo e, desde essa altura, o Sporting limitou-se a defender.

É certo que, finalmente, Paulo Sérgio colocou Zapater em campo. Mas já foi tarde.

Apesar do penalty que o árbitro inventou e da vista grossa que fez numa falta dentro da área, a favor do Sporting, tão flagrante que eu a consegui ver do lado oposto do estádio, Paulo Sérgio é o responsável número um pela derrota do Sporting. Como também já tinha sido no jogo da primeira volta e em muitos outros.

E, perante essa responsabilidade, deveria ser digno de colocar imediatamente o lugar à disposição.

Entretanto, José Eduardo Bettencourt demitiu-se.

Sobre esse aspecto, apesar do calor do momento, creio que devem ser deixadas, já, algumas palavras.

De agradecimento.

Sei que foi presidente do Sporting com enorme sacrifício pessoal e, calculo eu, também familiar.

Fez o que pôde fazer. Contratou laterais, médios que deram coesão ao meio-campo e um Valdez que, de vez em quando, vale pela equipa inteira.

Acabou com as fugas de informação, revitalizou os núcleos, baixou o preço dos bilhetes, fez uma campanha de marketing carregada de sportinguismo, como nunca antes, na nossa História, tínhamos conhecido.

Nas modalidades amadoras conseguiu os títulos que mereceu ganhar, para o seu Sporting, no desporto-rei.

Nem tudo foi mau.

E não tenho a certeza se era possível ter-se feito melhor.

Soubemos que a direcção a que presidiu foi alvo de um ataque interno como nunca antes, no Sporting, eu tinha assistido.

Travestidos de sites e blogues de apoio, vários foram os meios utilizados para fazer uma cerrada oposição à sua presidência, facto que, no calor do sportinguismo, levou muitos adeptos nessa onda.

Estão agora criadas as condições para que seja feita uma clarificação e que todos aqueles que querem que o Sporting seja a catapulta para novos negócios tirem a máscara, saiam do anonimato e deixem de comentar com nomes falsos na blogosfera.

Falavam como se fossem muitas pessoas. Mas, nas manifestações que fizeram, não passavam de dúzia e meia.

Candidatem-se.

Os sportinguistas saberão fazer a sua escolha. E, como sempre no passado, votarão com adesões enormes e com resultados clarificadores.

Eu, pessoalmente, preferiria outro tipo de solução, de maior diálogo e de maior consenso.

Acho que, se escrevo sobre o momento do Sporting, há uma coisa que não posso deixar de sublinhar, que tem a ver com as claques.

Há quem não goste delas, quem tenha medo delas, mas, sem claques, alguns momentos do jogo seriam tão entusiasmantes como cerimónias fúnebres.

É notável como é possível, nos maus momentos, termos centenas ou milhares de pessoas a cantar, em todos os cantos do país e por toda a Europa, incluindo na Bulgária, onde as imagens televisivas nos faziam sentir o frio.

Não há ninguém que tenha feito mais pelo Sporting do que as suas claques.

É um orgulho imenso poder partilhar as bancadas com gente que dá a voz, o apoio e tudo o que for preciso por este Grande Clube.

As claques não merecem nenhuma derrota.

Quanto ao futuro, não creio, porém, que tenhamos grandes motivos para nos preocupar.

Estamos tristes, mas não podemos entrar em desespero.

Nós somos o Sporting.

E nós, o Sporting, encontraremos as nossas soluções.

Vamos dar a volta!

Esperem para ver!

Viva o Sporting!

2 comentários:

joao faria disse...

Ha 2 anos, quando votaste no Bettencourt, disse-te varias vezes que estavas errado, e que te ias arrepender. E sinceramente, como pessoa inteligente que sei que es, custa-me que ainda nao te tenhas mentalizado que votaste no pior presidente da historia do clube, e que foi o pior por culpa propria. Porque sempre que abria a boca, tornava o Sporting motivo de gozo. Porque geriu com Pongolles, Tales e Hildebrands os poucos recursos que tinhamos. E porque nao foi capaz de perceber que, para uma equipa com poucos recursos, e fundamental um treinador reconhecidamente competente para a valorizar. E Paulo Sergio, que ate falhou o objectivo Europa com o Guimaraes, nunca seria a pessoa ideal para o lugar, tal como Costinha nunca poderia ser o director desportivo que nos levaria ao sucesso nao tendo ainda experiencia alguma no cargo. JEB falhou, a culpa e dele, tua e dos outros 90% que votaram nele. Ao menos assumam as culpas,porque voces tambem as têm.

Abraco

Miguel S. disse...

parabéns pelo blog. escrevo no Mercado Leonino, e gosto de saber a tua opinião sobre o nosso clube. cumporimentos! Miguel S.