sábado, 31 de outubro de 2009

O poder do oculto



A suspensão do Jornal de Sexta, da TVI, chegou ao Parlamento Europeu.

Mas os socialistas ajudaram a chumbar a emenda apresentada por dois deputados europeus do PSD.
Como acontece, ou aconteceu no passado, noutros países, os socialistas portugueses não querem que se saiba lá fora o que acontece cá dentro. Por uma razão de imagem.
Compreendo-os. De facto, a suspensão do Jornal de Sexta depois dos insultos que o Primeiro-Ministro português lhe fez, a juntar-se ao caso "Freeport", ao caso "Casa Pia", e a tantos outros casos que envolvem socialistas não iriam dar boa imagem do nosso país lá fora.
Imagem muito afectada com o caso Maddie que, directa ou indirectamente, manchou a imagem do País ou com outros casos, como o do Apito Dourado.
Ou seja, a face portuguesa, no parlamento europeu, é oculta. E tenta ocultar o que se passa por cá.
A menos que quem governa queira fazer reformas profundas, também na Justiça, tudo devemos fazer para salvaguardar a nossa imagem no exterior. Caso contrário, mais dia menos dia, ninguém vem para cá investir o seu dinheiro. Menos ainda quando a carga fiscal está apertadíssima, comparada com a dos nossos vizinhos espanhóis.
Como as políticas são de plástico e não se fazem as reformas que o país precisa, as consequências são as que estamos a ver: varre-se o lixo para baixo do tapete e esconde-se a podridão.
Dizia-me um amigo na quinta-feita: "qualquer dia já há ninguém que queira pegar nisto e levar isto para a frente".
Pois, talvez ele tivesse a sua razão. Porque não se fazem as reformas. E continuamos condicionados ao oculto: primeiro, falou-se de campanhas ocultas contra a pessoa do Primeiro-Ministro, agora fala-se do caso "Face Oculta" e os socialistas portugueses tentam preservar a nossa imagem no estrangeiro recorrendo ao poder do oculto. Que, neste caso, é o poder de ocultar a podridão que se passa por cá.

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