Vivemos os últimos minutos de 2009 e fazemos uma ansiosa contagem decrescente para um Ano Novo do qual todos nós esperamos, certamente, guardar felizes recordações.
Num balanço sumário, 2009 não foi um ano particularmente feliz.
Não o foi numa perspectiva partidária, já que o PSD, partido onde milito, não conseguiu vencer as eleições legislativas, que eram a sua principal meta. Mas pior do que essa derrota é o facto de se constactar que o PSD está hoje, pelo menos aparentemente, mais dividido do que há um ano atrás.
Numa perspectiva clubística e porque o meu clube é o Sporting, este ano foi para esquecer. Falhámos a presença na Liga dos Campeões, ficámos em segundo lugar no Campeonato, estamos (neste momento) a mais de uma dezena de pontos do líder. Em 2009, ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores, o meu Sporting não venceu nenhum título. De resto, já perto do final do ano foi anunciada a demissão do treinador Paulo Bento, substituído, nas suas funções, por Carlos Carvalhal.
Este ano foi dos piores que o nosso País já viveu, comparando com as últimas décadas. Porque milhares de pessoas, empregadas há um ano atrás, ficaram impedidas de receber o seu salário ao fim do mês. Porque se agravou a situação das famílias, sendo que muitas delas ficaram condenadas à fome e à miséria (sim, também existe em Portugal!). A classe média ficou, também ela, mais empobrecida. Pioraram as condições de vida dos agricultores, dos pequenos e médios empresários, dos pescadores e, em consequência da crise, de quase todas as pessoas de todas as classes profissionais.
Em 2009 foram feitos sucessivos atentados à liberdade de expressão e de informação, atentados esses que não conseguiram esconder uma já cada vez menos Oculta Face do Senhor Primeiro-Ministro.
2009 foi o ano em que um (agora ex-)ministro socialista fez cornos no Parlamento.
2009 foi ainda o ano em que se pôs a nu a ganância de alguns banqueiros, sendo que várias pessoas e famílias ficaram (e estão ainda hoje) impedidas de ter acesso ao dinheiro que afinal é seu. Situação que merece a minha total solidariedade.
2009 foi um ano que não prestigiou o poder judicial e todos pudemos assistir a vários episódios que demonstram que a Justiça é apenas um instrumento à disposição de outros tipos de poder.
Com estes episódios, e com outros tantos mais, a imagem de Portugal ficou manchada internacionalmente.
Foi, também, o ano da Gripe A.
E o ano do “caso das escutas”.
Contudo, em 2009 foram visíveis alguns sinais de esperança, assim como assistimos a algumas surpresas e revelações. Para mim, a personalidade que mais sobressaiu em 2009 foi, sem qualquer dúvida, Paulo Rangel. Que começou o ano como líder parlamentar, função que desempenhou de forma exemplar, que foi escolhido (contra a vontade de muitos) para encabeçar a lista do PSD às eleições europeias, eleições que venceu com cinco meritórios pontos de avanço.
Pela sua frontalidade, pela sua dinâmica, pelo seu espírito de trabalho, pela sua competência, pelo seu carisma e pela força das suas convicções, Paulo Rangel acaba o ano forçado a dizer que não quer ser candidato à liderança do PSD. Pessoalmente, gostaria muito que se candidatasse à liderança do Partido, porque não tenho dúvidas de que é o homem certo para retirar o país do pântano onde nos deixaram os socialistas e apontar um caminho novo.
Se vier a ser líder do PSD, será, creio e desejo eu, Primeiro-Ministro. Contra si apenas tem o facto de ser um Homem Bom, que precisa de uma grande equipa atrás de si para não ser assassinado politicamente como foram os poucos homens e mulheres de bem que passaram pela vida política portuguesa.
Paulo Rangel conseguiu, em 365 dias, passar de surpresa a revelação, de revelação a confirmação e isso deixa-nos um pouco mais esperançados em relação ao futuro do PSD e do País.
Uma boa, confortante e refrescante surpresa foi Mário Crespo, tanto no papel de mediador de debates na SIC Notícias, como de apresentador das notícias, como ainda no papel de cronista no Jornal de Notícias.
2009 fica ainda marcado pela milionária transferência de Cristiano Ronaldo, de Manchester para Madrid, onde foi apresentado com um Santiago Bernabéu cheio, em directo para todo o mundo.
2009 foi o Ano em que mais escrevi neste espaço. O próximo post será o 365, número de dias que, regra geral, tem um ano, e será, por isso mesmo, apenas simbólico.
2 comentários:
Óptimo resumo, António :) Um óptimo 2010 para ti, para os teus amigos e para a tua família.
Que seja um bom ano para todos os portugueses, e que o nossos orgãos de soberania ganhem um bocadinho só de juízo, e o resto de todos nós, os portugueses, também.
Bem, gostei do post.
Excelente resumo e fotografias fantasticas.
destaco três :
os cornos de Manuel Pinho vao ficar nos arautos dos humoristas ( a celebre piada de RAP sobre o novo ministro da economia ser um touro da ganadaria de Brito Pais)
- a apresentação de CR9. Ainda vivemos nos tempos dos Idolos
- as eleiçoes.
Mudaram o panorama politico em Portugal. Mas Socrates continua no poleiro e o PSD sem soluçao
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