sexta-feira, 3 de junho de 2011

Uma espécie de "vale tudo"


É triste, muito triste, o episódio que abriu hoje o telejornal da SIC.
É ainda mais triste porque, num só episódio, se conta uma história que conjuga vários factores sociais para os quais, aqui, tenho alertado.
Não sei o que é mais grave. Se é a forma criminosa como as crianças eram tratadas, se são os distúrbios irremediáveis que as catorze crianças irão sofrer para sempre, se é a violência da senhora, se é o meio utilizado para, ilegalmente, se ganhar bastante dinheiro, se é a irresponsabilidade dos pais, completamente desligados dos filhos, que estão contra o encerramento da "creche" e que mantêm os filhos naquelas condições para que possam fazer a sua vida, poupando dinheiro.
Não tenho dúvidas de que será feita justiça relativamente à ama, a criminosa "dona" daquela "creche". Isso reconforta-me. O que revolta, ou deve revoltar, é a impunidade dos pais que estavam conscientes dos maus-tratos aos filhos. Provavelmente, nada lhes irá acontecer. E as crianças estão marcadas para sempre.
Um exemplo, muito, muito triste, para reflectir em tempos difíceis, que exigem concentrações focadas noutros aspectos igualmente tristes e difíceis.
É certo que é um episódio, um facto pontual, um extremo. Mas, sendo um extremo, não deixa de ser uma explicação (neste caso levada ao extremo) para os comportamentos desviantes, que são extremos e não são pontuais, de muitos menores, cuja personalidade ficou "deformada" desde cedo.

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