segunda-feira, 30 de março de 2009

(in)adapatados


Para quem não tinha, ainda, percebido, tornou-se evidente que, ao contrário do que aconteceu e acontece com vários treinadores, continua a ser quase proibido criticar e pôr em causa o trabalho de Carlos Queiróz, enquanto seleccionador nacional.
Eu não vi o princípio do jogo por duas razões: em primeiro lugar, esta selecção não me cativa minimamente, nem me atrai particularmente o futebol que pratica e, em segundo, às 20.30, fui ver o apagar de luzes em alguns monumentos de Lisboa, que aconteceu por força do Earth Hour.
Mas Portugal é o meu país e aquela equipa era a minha selecção. Às 20.45, quando finalmente se apagaram as luzes dos Jerónimos, fui para casa ver o jogo. Voltei a não gostar do que vi. Porque quando liguei a televisão, Portugal jogava com dez jogadores de campo e quatro deles jogam, nas suas equipas, a defesa central. Mas Carvalho, ali, jogava à direita. E Pepe era o trinco. Ora, era precisamente esta que devia ser a dupla de centrais de Portugal.
Depois, parece-me óbvio que Raúl Meireles não tem qualidade suficiente para jogar no lugar que poderia ser bem ocupado por Moutinho. Na frente, não percebi a ideia de se colocar Danny e Ronaldo a trocarem, assumindo, um deles, a posição de ponta-de-lança. Porque todo o Mundo sabe que Ronaldo é extremo direito e Danny gosta de jogar mesmo atrás do avançado.
Para passar este grupo, relativamente acessível, poderíamos ter optado por um jogador como João Pereira, dado que Miguel não está em forma. Pereira, jogador por quem não tenho muita simpatia, iria permitir um maior protagonismo a Ronaldo, como, de resto, acontece no esquema do United.
Não sei quantos jogadores foram utilizados ao longo destes jogos. Até agora, a única coisa que Queiróz fez foram experiências. Que, todas elas, deram resultados negativos.
A selecção é uma equipa de adaptados. Quando isso acontece uma vez com um jogador, às vezes corre bem. Mas da mesma forma que eu não posso fazer de médico, químico ou economista (porque não o sei fazer, nem gosto), Veloso não pode jogar à esquerda. Nem, numa equipa só, podemos ver um central a jogar à direita e outro a trinco, um extremo a fazer de ponta-de-lança e outro extremo a jogar a defesa esquerdo.
Assim, não dá. Não dá mais...
Devia ser outro o caminho a seguir. Mas vamos continuar a acreditar.

2 comentários:

Alexandre Poço disse...

E o mais triste não é agora...será depois, no Verão de 2010, a euforia habitual em torno do Mundial e os Portugueses em casa! Confesso que já não estamos habituados a ver tais eventos do lado de fora.
Por outro lado será bom, pois poderá servir para os responsáveis do futebol português reflectirem e aperceberem-se dos erros, porque até aqui, a choldra continuava pois lá nos íamos qualificando para Mundiais e Europeus e fazendo boa figura (Volta Scolari Volta), no entanto as coisas não estão famosas, nem ao nível de clubes e agora ao que parece ao nível de selecção.
Não há mal que não venha por bem e a possível não qualificação de Portugal para a África de Sul até poderá ser positiva, num plano posterior.
Se até lá, ainda nos conseguirmos qualificar, por milagre ou por pedir ajuda ao Prof. Bambo, é uma "grande" festa e já somos os maiores e o Queiroz já fazia bem ao quase colocar o Ronaldo a guarda-redes(é só o que falta), os fantasmas do Scolari vão-se embora e o seleccionador já pode aparecer nas conferências de imprensa sem aquele ar socratino (está a virar moda) e ser mais simpático para com os jornalistas.
A festa continua de qualquer maneira...

Abraço

Anónimo disse...

o pior de tudo é que nao viste o jogo do principio e nao percebeste que ter o carvalho a direita foi uma adaptaçao forçada, pois bosingwa lesionou-se e nao tinhamos mais nenhum defesa direito. podes dizer me que podia haver no banco, mas contra a suecia era melhor levar jogadores altos do que levar dois laterais direitos. foi azar o bosingwa ter-se lesionado.

em relaçao ao pepe, so mostras que a tua opiniao sobre queiroz é de todo parcial e tens problemas com ele por causa daquele desentendimentos (ja resolvido) com o sporting. pepe foi o melhor em campo antonio! abre os olhos! nao foi considerado por mim mas por toda a critica! e como penso que deverias saber para estares a comentar assim as opçoes do queiroz o pepe no maritimo era trinco (e um bom trinco) tendo chegado diversas vezes a jogar mais a frente que um trinco, como numero 8.

nao percebo como podes criticar uma selecçao que faz 18 remates num jogo. alias percebo, porque nao ha golos, e ai estou de acordo sendo realista. podemos jogar bem a vontade se nao houver golos nao interessa para nada. mas como podes dizer que nao te cativa uma equipa que joga futebol bonito, cria diversos lances de perigo? a opçao por danny na frente nao foi tao ma como estas a fazer parecer pois nao sei se viste mas qnd entrou hugo almeida este foi bem anulado pois nao consegue sair da marcaçao de dois centrais (tao ou mais altos que ele), ja danny permite uma maior imprevisibilidade.

é verdade que queiroz tem que ser criticado, mas nao é com esse teu discurso sem sentido, que so mostra que nao podes com ele pessoalmente e nao como treinador.

queiroz tem q ser elogiado por todo o trabalho que esta a fazer nao so a por a selecçao AA a jogar futebol bem como toda o trabalho que esta a fazer com os jovens e selecçao B.

mas critico o azar que temos tido. é pena que o futebol nao premeie tambem a qualidade jogada mas so a quantidade marcada.