sexta-feira, 17 de abril de 2009

Falar verdade - o desemprego


A crise funciona como um lenço negro que tapa nos nossos olhos e que não nos permite ver a realidade. Pasmo-me quando vejo a insistência do Governo em tapar os olhos às pessoas, fazendo com que os portugueses andem a jogar à cabra cega.

Mas importa falar verdade. Importa reavivar memórias.

O Governo e o Partido Socialista disseram aos portugueses até ao final do ano que passou que Portugal não vivia em crise e que estava completamente protegido, imune de potenciais efeitos da crise internacional.

Hoje, quatro meses e meio depois de cair na realidade, para a qual o Governo acordou tarde, é a crise que encobre as políticas falhadas dos socialistas. Afinal de contas, a crise não só afectou a realidade económica (e social) do nosso país como também é motivo de justificação para o fracasso governativo.

O que o Governo não diz é que o problema não é de agora. A crise, em Portugal, terá começado com o guterrismo. E o desemprego, como demonstram todos os gráficos e dados, cuja veracidade é confirmada pela realidade, que afecta cada vez mais pessoas e famílias, é um fenómeno que não começou em 2009. Nem foi a crise (internacional) que levou ao número de desempregados que há em Portugal.

Se bem me lembro, as últimas eleições legislativas realizaram-se a 20 de Fevereiro de 2005. Sócrates tomou posse depois.

Em 2004, o desemprego era de 6,7% e subiu para 7,6% logo no primeiro ano de governação “socrática”. Voltou a crescer no ano seguinte e chegou aos 8% em 2007. Caiu apenas no ano seguinte, mantendo-se, ainda, acima dos números de 2004.
O desemprego chegou em Fevereiro deste ano aos 8,5%. Nessa altura, cerca de 470 mil pessoas estavam inscritas nos centros de emprego. Desde então, esse número continuou a subir e os despedimentos têm continuado a crescer a um ritmo verdadeiramente alucinante.

A grande responsabilidade por esta realidade não é nem do PSD, nem dos Estados Unidos que foi, segundo dizem, o país onde a crise internacional terá começado. A realidade do número assustador de desempregados é da responsabilidade exclusiva de um incompetente Governo do Partido Socialista. Porque, “sem crise”, o desemprego aumentou muito. Porque não anteviu, como deveria ter antevisto, a crise internacional e o seu impacto na nossa economia. E porque não respondeu aos efeitos da crise como e quando deveria ter respondido.

Esta é a verdade. A mesma que o Governo quer encobrir. A mesma que afecta, todos os dias, cada vez mais pessoas, cada vez mais famílias.

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