sexta-feira, 23 de maio de 2008

Eu, tu, nós, o PSD e o futuro de Portugal


Muitos dos leitores do blogue conhecem-me pessoalmente. Saberão como dou valor à verdade e à amizade. Saberão, também, o afecto que sinto pelas coisas e quais as coisas pelas quais sinto esse grande afecto.
Por vezes, na vida, é importante reflectir sobre aquilo que será melhor para o futuro dessas tais coisas. Não escondo, nunca escondi e jamais esconderei o afecto que sinto tanto pelo meu Partido, o PPD/PSD, como pelo meu País, Portugal, como até pelo meu Clube, o Sporting.
O meu Partido, o meu Clube e o meu País confrontam-se, hoje, com dificuldades que vão sendo disfarçáveis.
Contudo, o que mais me preocupa hoje é o país. Portugal voltou a enfrentar problemas como a fome, a miséria, a pobreza e o desemprego. Não há esperança para o futuro, os jovens licenciados, para fugirem ao desemprego, vão para o estrangeiro e a minoria dos que fica arranja trabalho, mas precário ou muito mal remunerado. O desemprego atingiu números alarmantes e a inflação sobe mais que os salários, cada vez mais insuficientes. As pessoas, em Portugal, não têm dinheiro que chegue para acompanhar a subida do preço dos alimentos e dos combustíveis e os idosos são obrigados a gastar todas as suas reformas e poupanças em despesas de saúde.
Vivemos uma crise grave. A classe baixa está cada vez mais pobre e a classe média, que é essencial para o futuro do país, está a ser destruída.
O balanço que faço da situação do país demonstra resultados dramáticos e a visão para o futuro, olhando para a conjuntura política, social e económica, tem, obrigatoriamente, de ser muito pessimista.
Reconheço o facto de que Portugal não é um país normal. No meu entender, a comunicação social, em geral, atingiu um poder tal que é capaz de destruir pessoas e esse ataque público, constante e eficiente, tem feito muito mal ao país. Os interesses instalados dominam o poder político e controlam o país, com golpes de Estado que ainda hoje não tiveram explicação.
Não houve no PSD ninguém que assumisse, de corpo e alma, as políticas que, em tempos, o Partido, enquanto governava, teve de tomar. Não escondo a desilusão pelo caminho seguido pelo partido nos últimos tempos e reconheço o falhanço de algumas pessoas que, convictamente, apoiei, em determinadas alturas.
Se vivemos uma das alturas mais difíceis, vivemos também numa altura decisiva, porque se aproximam eleições internas no principal partido da oposição, onde milito, além de eleições legislativas, autárquicas e europeias.
A sinceridade com que escrevi estas linhas não me permite esconder a estima que tenho por Pedro Santana Lopes e por Manuela Ferreira Leite, sem desvalorizar nenhum dos outros candidatos à liderança do PPD/PSD. Confesso que não conheço muito dos outros candidatos, mas acredito que tenham muito valor e credibilidade.
Independentemente dos apoios das pessoas que me são mais próximas, penso, e sempre pensei pela minha cabeça. E até dia 31 todos temos de pensar pela nossa cabeça para, depois de reflectir muito bem, decidir o sentido do nosso voto, sem mágoa, sem rancor, sem sentimentos negativos porque quem quer que seja o futuro líder do PPD/PSD terá de contar a nossa solidariedade e apoio no combate duro, mas muito desejado pelos portugueses, com José Sócrates e o Partido Socialista.
Preocupa-me muito o estado a que chegou o nosso país. Enquanto jovem, estou preocupado com o meu futuro aqui, porque vejo, todos os dias, amigos e colegas irem embora para tentar a sorte, que só encontram lá fora.
Estas minhas preocupações são partilhadas por todos os leitores deste blogue, enquanto jovens ou enquanto pais. Muitos dos que passam por este blogue estão de cabeça baixa, com pouca motivação, sem acreditar no futuro. No fundo, a grande maioria dos portugueses, que vejo na rua, estão assim.
Apesar das dúvidas que muitos temos, também estamos seguros em relação a vários assuntos. Um deles é o de que o Partido Socialista não pode continuar a governar. Porque corremos o risco de quando o PSD chegar ao Governo ter de enfrentar um pântano semelhante ao que o do Governo de Guterres nos deixou. Teremos de enfrentar uma situação desastrosa e deixou de haver espaço para apertos de cintos. Depois de conseguidos alguns dos objectivos, voltaremos a correr o risco de sermos retirados do Governo por meio de um golpe de Estado, incentivado e propagandeado pela imprensa que aparece cooperando nessas alturas.
O que quero dizer com isto é claro. A crise com que, hoje, se depara o país não é só uma crise económica, com que também se depara a Europa, os Estados Unidos e um pouco por todo o Mundo. Em Portugal, estamos à beira de uma enorme crise social e digo isto só para não dizer que essa crise social já começou a fazer-se sentir. Talvez possamos estar, também, perante uma crise política, mas teremos de esperar mais uns meses e oxalá que o PSD ponha um ponto final numa hipotética crise política e ideológica.
Aliás, quem lê os jornais, ou ouve os noticiários das rádios ou vê os telejornais sabe que esta crise há muito deixou de ser só económica.
Mas as crises devem ser encaradas com coragem. Não devemos atirar a toalha ao chão porque o Estado, afinal de contas, somos todos nós. Os resultados conseguem-se com luta. E quanto ao PPD/PSD, é altura de reflectir sobre quem será a pessoa ideal para liderar uma mudança, de que o país precisa e por que anseia.
De resto, tenho falado com muitos amigos, militantes do PSD ou simples cidadãos portugueses, e ouvi muitas opiniões sobre o futuro do país, que será influenciado por aquilo que irá acontecer a partir do dia 31 de Maio. O que vos posso responder, agora, é que partilho as vossas preocupações e que as terei em conta quando for votar nesse dia. Poderia terminar, dizendo o que tenho dito, que é: “eu só espero que os militantes percebam isso”. Mas a situação que o país atravessa é tão grave que devemos encarar a actualidade com prudência e coragem, mas com muita seriedade.
A especificidade da crise que o país enfrenta leva a que nas próximas eleições directas tenhamos de decidir em quem votaremos com racionalidade e rigor.
Termino dizendo, apenas, que, tenho esperança e estou convicto de que, juntos, seremos capazes de superar todas estas dificuldades.

2 comentários:

Visconde disse...

Partilho de muitas dessas preocupações, mas não encaro o futuro com tanto optimismo, parece-me que em Portugal a situação irá agravar-se e a desproporção entre sectores será cada vez maior.
Espero que o PSD volte a ser grande e possa ajudar na solução para tudo isto, embora ache que dificilmente o PSD seja visto como alternativa credivel ao PS já em 2009 aos olhos dos portugueses.
Eu fui um apoiante de Menezes por achar que seria um ponto de viragem quer para o partido, quer para Portugal, não o deixaram... e agora não me haver um candidato que preencha todas as lacunas existente.

Saudações

João Faria disse...

Muitos Parabéns António!

Não tou a conseguir falar contigo pelo telemovel,por isso deixo aqui uma mensagem de Parabéns.

Um abraço