domingo, 6 de julho de 2008

Uma ministra que não sabe o que faz


Tenho dito que a maior mentira do governo socialista tem que ver com as matérias da educação. Os exames nacionais são o exemplo flagrante de que o Governo não sabe aquilo que faz, tentando fazer exames mais fáceis para que os alunos passem de ano e entrem na universidade ou nos cursos técnico-profissionais, para depois mostrar os números que se referem a um suposto sucesso escolar.
Quando há um disparo das médias em Matemática, que era a grande dor de cabeça de qualquer estudante, há razão para reflectir. Será que, de repente, entrámos numa geração de sobredotados? Ou será que os exames estão mais fáceis? A resposta obtém-se quando confrontamos os exames dos últimos anos e constatamos uma tendência de facilitismo, que se tornou alarmante.
Quem se engana não é a ministra. Nem o Governo. Também não é a oposição. São os alunos. Os maus alunos transitam e obtêm bons resultados, que não reflectem o nível dos seus conhecimentos. Os bons alunos, normalmente do ensino privado que é bem mais exigente, obtêm bons resultados, mas a média final, olhando para o ensino secundário, não coincide proporcionalmente com a dos maus alunos.
Mas pior do que esta enorme mentira são os sucessivos erros dos exames. No meu último ano de secundário, vários alunos puseram uma acção em tribunal, que, curiosamente, lhes deu razão.
Este ano, o insucesso no exame português da primeira fase explica-se. É que neste ano, 10 valores do Exame referiam-se à obra “Os Lusíadas”, de Camões, que, apenas serve, na matéria do ensino secundário, como introdução à obra “A Mensagem”, de Pessoa. Ora, no 12ºAno não se estudam “Os Lusíadas”. Essa obra é apenas para introduzir uma outra. Mas saiu a obra de Camões.
Talvez fosse importante que a ministra, pelo menos, soubesse a matéria que se dá no secundário para, depois disso, se fazerem os exames. Melhor ainda era que as Jotas dos partidos falassem desta questão.
Não se admite que uma ministra, que teve mais de cem mil professores a pedirem a sua demissão na rua, volte a errar este ano. Mas já errou. Outra vez!
Sendo assim, resta fazer três perguntas ao Primeiro-Ministro: não são erros a mais? Identifica-se com a política que vem sendo seguida? Para quando a demissão da ministra, demissão que é exigida pela esmagadora classe dos professores e pela esmagadora classe dos alunos?
E já agora: Que exemplo é este? Se a ministra não sabe a matéria, por que hão os alunos de saber?

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